
A Escola do Bem e do Mal é um ótimo filme adolescente, mas funcionaria melhor como uma série - Crítica do Chippu
A nova adaptação da Netflix traz o conceito de “viveram felizes para sempre” dos contos de fadas em uma perspectiva moderna

Crítica
Após alguns anos do fenômeno onde diversos livros de fantasia e aventura juvenis se transformaram em adaptações para as telas, esse gênero finalmente voltou com o filme de A Escola do Bem e do Mal, da Netflix.
Neste universo criado por Soman Chainani, os contos de fada são reais e existem duas escolas que moldam as personalidades dos protagonistas, personagens secundários e antagonistas destas histórias. O foco do longa são as duas melhores amigas Sophie (Sophia Anne Caruso) e Agatha (Sofia Wylie), onde uma vai para a escola do mal e a outra para a do bem.
Sophie acreditava ser uma pessoa boa, que merecia ir para a escola dos mocinhos, porém desde o primeiro minuto, ela se mostra completamente egoísta e parece que ninguém consegue perceber isso além do próprio espectador. Num contraponto onde Sofia Wylie faz um ótimo trabalho como a líder do lado do bem da história, Sophia Anne Caruso tem uma péssima performance como a garota do mal.
E o elenco coadjuvante conta com as grandiosas Charlize Theron, Kerry Washington e Michelle Yeoh interpretando professoras e conselheiras que guiam Sophie e Agatha até os seus finais ideais, além de Cate Blanchett como narradora da história.
A primeira metade do filme, a qual vemos as duas amigas se adaptando nas novas escolas, além de entendermos a dinâmica e história delas, sabe entregar perfeitamente o seu trabalho. As ambientações são bonitas, além de entendermos suas motivações. Porém, a segunda parte peca com uma vasta quantidade de informações não tão necessárias para a trama.
É interessante ver como a Netflix deu importância a uma produção tão jovial e tão fantasiosa como A Escola do Bem e do Mal. Até o momento, todas as séries ou filmes do gênero contavam com alguns aspecto mais macabros, como Sombra e Ossos, agora a plataforma tem sua versão não musical de Descendentes, onde o “viveram felizes para sempre” é mostrado em uma perspectiva mais moderna, na qual o grande salvador da história não é o amor do príncipe, e sim, a melhor amiga.
Mesmo que as duas protagonistas acabam se tornando rivais em um ponto da história, já que lutam por coisas opostas, a amizade prevalece como a palavra-chave para resumir o que o filme se trata. No mesmo momento em que Sophie está pensando nada além de seu próprio umbigo, Agatha não deixa sua amiga na mão e faz do impossível para trazê-la ao lado do bem.
Porém, a produção peca com os efeitos especiais, numa tentativa falha de se tornar uma nova versão de Harry Potter para a geração jovem atual. O filme traz sua versão do bicuço, o bem contra o mal, os professores dedicados e uma amizade extremamente forte, porém mesmo que muito divertido e cativante, não chega aos pés do universo criado por aquela autora que não deve ser nomeada.
A Escola do Bem e do Mal é o programa perfeito para este final de semana aos fãs de fantasias juvenis e contos de fada, e principalmente ao público feminino e bem jovem. Com muitos clichês que não cansam, o longa é ótimo, porém, em duas horas e meia de duração, ele não consegue explorar de maneira correta um enredo com tantos acontecimentos, assim, seria muito mais proveitoso se essa adaptação fosse no formato de seriado. Aquele tipo de seriado que ao longo de suas diversas temporadas, conseguiríamos se aproximar mais dos personagens, entender suas motivações e que atrairia mais fãs ao longo dos anos.
3.5/5

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