A Morte do Demônio: A Ascensão combina terror e comédia como só Evil Dead faz - Crítica do Chippu

A Morte do Demônio: A Ascensão combina terror e comédia como só Evil Dead faz - Crítica do Chippu

Filme de Lee Cronin traz o DNA tão marcante da série criada por Sam Raimi e Bruce Campbell

Thiago Romariz
16 de março de 2023 - 3 min leitura
Crítica

A franquia A Morte do Demônio (anteriormente conhecida como Uma Noite Alucinante) tem uma longevidade louvável, especialmente se você considerar que nenhum dos filmes foram sucessos comerciais incontestáveis. Os três primeiros, dirigidos por Sam Raimi, viraram obras cult e veneradas por uma base de fãs ardorosa, a qual permitiu, que após 40 anos, a série fosse revivida mais uma vez, agora com A Morte do Demônio: A Ascensão.

A exibição no SXSW, festival de cultura e tecnologia realizado em Austin, mostra que não só a razão pela adoração segue viva, como agora terá um capítulo tão brutal e fiel ao horror quanto os primeiros.

Dirigido por Lee Cronin, que faz aqui sua estreia em longa de grande orçamento, Ascensão simplifica a história para focar no embate entre uma família de cinco pessoas contra os demônios do Livro dos Mortos. Deixamos a cabana na floresta para trás, e toda ação ocorre dentro de um pequeno apartamento de dois quartos, instalado num prédio que está prestes a ser demolido.

As crianças acham o objeto e sem querer libertam a maldição que vai colocá-las contra a própria mãe e tornar a tia a heroína daquela noite. Cronin não esconde em nenhum momento a avalanche de homenagens que faz ao jogar os protagonistas num furacão de mortes e mutilações. Ainda assim, mesmo com referências a Exorcista, Iluminado e outros, o cineasta não enaltece ninguém mais do que Sam Raimi e a própria franquia - desde os primeiros segundos quando corre com a câmera frenética dentro de uma floresta, até os momentos clássicos com motosserra e afins.

O mais interessante aqui, porém, é como A Ascensão não se furta da mistura entre terror e comédia, combinação que levou Bruce Campbell ao patamar de ídolo entre os fãs, e que aqui se divide entre Ellie (Alyssa Sutherland) e Beth (Lily Sullivan). Enquanto a primeira é a perfeita face do demônio, a segunda cresce no terço final, empoderada pela fotografia de Dave Garbett, que também fez a série baseada na franquia: Ash vs. Evil Dead.

A boa escolha de elenco e roteiro são dois dos méritos de A Morte do Demônio: A Ascensão, mas eles se destacam mesmo pela visão aguçada de Lee Cronin sobre o que significa a franquia e especialmente este tipo de terror. A trama simplista se transforma em um show de horror de primeira, as explicações da mitologia ganham ares de podcasts amaldiçoados por causa do ótimo design de som, e os demônios se tornam mais assustadores do que nunca, com a computação gráfica quase imperceptível incrementando bem o medo. Adicione a isso a comédia inerente à marca, uma colossal pitada de sangue, e você tem um prato cheio para quem curte o gênero

4/5

A Morte do Demônio: A Ascensão estreia em 20 de abril nos cinemas

Nota da Crítica
Thiago Romariz

0h 0min
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