A Pequena Sereia é grande homenagem à animação com mudanças na medida certa - Crítica do Chippu

A Pequena Sereia é grande homenagem à animação com mudanças na medida certa - Crítica do Chippu

Live-action da Disney chega nesta quinta-feira (25) aos cinemas

Bruna Nobrega
22 de maio de 2023 - 4 min leitura
Crítica

Depois de anos de experiência com novas versões em live-actions com clássicos da Disney, a gente aprende a não criar mais tantas expectativas. Pelo menos foi assim que eu decidi assistir a A Pequena Sereia, que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas brasileiros. Felizmente, desta vez, toda a espera pelo pior foi frustrada.

A versão de Rob Marshall (Chicago) não se esquece de nenhum dos elementos principais que marcaram a animação de 1989 (algumas cenas, inclusive, são um grande CTRL C + CTRL V), mas, com 40 minutos a mais, aprofunda a história e traz pequenas mudanças na medida certa.

Ariel (Halle Bailey) continua sendo a jovem sereia que é apaixonada pela terra e tem o sonho de poder ir para a superfície sem ser impedida pelas rígidas regras do pai, o Rei Tritão (Javier Bardem). Mas, desta vez, os motivos do acordo dela com Úrsula (Melissa McCarthy) são um pouco mais convincentes.

Marshall aproveita o tempo extra de filme para aprofundar a história do príncipe Eric (Jonah Hauer-King). Ele não é mais só “o humano” que Ariel viu e se apaixonou perdidamente de uma hora para outra. No live-action, Eric tem ambições de navegar o mundo, descobrir rotas marítimas e melhorar as condições de vida de seu reino. Ele também tem uma relação complicada com a mãe superprotetora, a Rainha Selina (Noma Dumezweni), e –em uma relação talvez um pouco brega, mas importante pro desenvolvimento da história– adora colecionar objetos do fundo do mar.


Desta forma, Ariel é menos uma sereia que decide mudar a vida inteira por um homem que acabou de conhecer, e mais uma menina que sempre quis isso e encontrou alguém que finalmente a entende –mesmo quando ela não consegue falar. E você provavelmente vai ler isso em todas as críticas possíveis, mas ainda é preciso reforçar: Halle Bailey foi a escolha perfeita para a protagonista.

Desde que foi anunciada, a cantora e atriz sofreu ataques racistas nas redes sociais por não ter a aparência da personagem na animação. Mas ela não se deixou abalar e entregou uma Ariel que mistura bem a inocência e a rebeldia da personagem através de sorrisos e olhares, além de ter um talento musical indiscutível. Toda a cena de Part of Your World é de arrepiar.

Aliás, nenhuma cena musical decepciona. Under The Sea, a famosa música de Sebastião (Daveed Diggs) dentro do mar, é divertida e –sim– colorida. A ausência de cores incomodou grande parte do público nos teasers e trailers oficiais, mas o resultado final do filme é um grande espetáculo visual.

Os efeitos especiais que foram criticados nas prévias por deformarem os atores e objetos dentro d’água também foram corrigidos e ficaram bem mais naturais. Apesar disso, ainda é difícil superar a aparência realista do Linguado. A única coisa que consegue deixar o personagem fofo é a dublagem de Jacob Tremblay.

Lin-Manuel Miranda (Hamilton) se juntou ao compositor original de A Pequena Sereia, Alan Menken, e os dois ainda trouxeram três canções novas para o filme: For the First Time mostra Ariel se surpreendendo com a terra firme, Wild Uncharted Waters aprofunda ainda mais os sentimentos do Eric, e Scuttlebutt é um rap divertidíssimo entre Sabidão (Awkwafina) e Sebastião.

A Pequena Sereia é apenas mais uma sequência da estratégia da Disney de conseguir grandes lucros com uma história que já é querida pelo público, mas, diferente de algumas tentativas frustradas antes, aqui o público vai sair do cinema com uma boa sensação de nostalgia, misturada ao sentimento de descobrir um clássico pela primeira vez.

4/5

Nota da Crítica
Bruna Nobrega

0h 0min
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