Amigos Imaginários é história emocionante e cheia de nostalgia

Amigos Imaginários é história emocionante e cheia de nostalgia

O novo filme de John Krasinski estrelado por Ryan Reynolds estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas

Bruna Nobrega
15 de maio de 2024 - 3 min leitura
Crítica

É difícil não se emocionar quando um filme te leva direto para sua infância. Mesmo que você não tenha sido a pessoa que criou um amigo imaginário para te fazer companhia quando pequeno, o novo filme de John Krasinski, Amigos Imaginários, consegue evocar os sentimentos nostálgicos da época.

Aqui, acompanhamos a jornada de Bea (Cailey Fleming), uma garota que adquire a habilidade de ver os amigos imaginários de todas as pessoas após passar por alguns eventos traumáticos. É aí que ela conhece Cal (Ryan Reynolds) e os dois se juntam para reconectar os amigos imaginários com suas crianças, que agora são adultas.

Todo o simbolismo sobre reconectar esses adultos presos às suas rotinas de trabalho e estresses com a sua criança interior, cheias de sonhos e confiança, já é marcante, mas o roteiro, também de Krasinski, cativa nos detalhes, desde personagens coadjuvantes até o design criativo dos MIGs, como são chamados os amigos imaginários.

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O pequeno Benjamin (Alan Kim), amigo de Bea, arranca sorrisos em todas as cenas em que aparece. Já entre as animações divertidas criadas para os amigos imaginários, o urso Lewis (Louis Gossett Jr., que faleceu no final de março) tem aquela sabedoria e apego digno de um vovô, e o monstrão Blue (Steve Carell em inglês/Murilo Benício, em português) se divide perfeitamente entre engraçado e fofo, e com certeza vai cumprir o objetivo de vender muitas pelúcias licenciadas.

Além de cuidar do roteiro e da direção, Krasinski também aparece como o pai de Bea. Ele é o responsável por incentivar a imaginação da menina e, mesmo que não apareça tanto, consegue ter uma ótima conexão com Cailey Fleming em cena e é responsável por um dos momentos mais emocionantes do longa.



O problema em Amigos Imaginários, no entanto, é que a dupla principal, formada por Bea e Cal, não divide essa mesma conexão. Reynolds tem alguns momentos engraçados, mas definitivamente não está em seu auge da comédia. Mais do que isso, no entanto, a relação quase paternal que poderia ser desenvolvida entre ele e a menina nunca acontece. A familiaridade e o conforto entre os atores em cena são essenciais para a eventual conclusão entre os personagens, mas eles nunca chegam lá.

Felizmente, o filme ainda consegue cativar a atenção em outras vertentes, principalmente no visual. O parque de diversões de Coney Island, em Nova York, é uma escolha dinâmica de cenário e o design de cada MIG ajuda a incentivar ainda mais o imaginário necessário para desenvolver essa fantasia. Assistir a Amigos Imaginários é quase metalinguístico: assim como os personagens adultos, também nos conectamos, mesmo que por alguns minutos, com aquela criança esperançosa dentro de nós.

Nota da Crítica
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Bruna Nobrega

Amigos Imaginários

Animação
0h 0min | 2024
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