
Boogeyman: Seu Medo é Real assusta mais quando deixa monstro como ideia - Crítica do Chippu
Filme baseado em um conto do Stephen King estreia em 1º de junho nos cinemas

Crítica
Enfrentar o luto pela morte de uma mãe e sentir a ausência do pai durante todo o processo já é difícil o suficiente para duas filhas, mas em Boogeyman: Seu Medo é Real a situação fica ainda pior: a falta de atenção do pai está diretamente ligada ao surgimento de um monstro que assombra na escuridão.
Baseado no conto The Boogeyman, de Stephen King, o novo filme de Rob Savage (Cuidado com Quem Chama) começa mostrando as relações familiares dentro de uma casa abalada pela perda: o pai, Will (Chris Messina), é um psicólogo que não consegue lidar com os próprios sentimentos; a filha mais velha, Sadie (Sophie Thatcher), se sente sozinha até mesmo entre as amigas; e a caçula, Sawyer (Vivien Lyra Blair), está com a imaginação e os medos mais aflorados do que nunca.
As coisas começam a se desenrolar após a visita de Lester Bilings (David Dastmalchian), um homem que acabou de passar pela morte dos filhos e parece levar uma maldição para aquela casa. É uma aparição breve, mas importante, e uma fala do personagem pode explicar bem o filme: "Ele atacou porque eu não estava prestando atenção".
É praticamente nessa dinâmica sobre a importância da família que o filme sustenta sua história. Poderia ser fofo, mas vai quase para o brega (especialmente nas cenas finais) e acaba ficando superficial para dar destaque ao que interessa aqui: o terror.
Nesse sentido, Savage abusa dos elementos para causar medo: muitas cenas escuras, sons altos, jumpscares e, principalmente, as ótimas atuações de Thatcher (Yellowjackets) e Lyra Blair (a única parte que salvou Obi-Wan Kenobi, como a jovem Leia). As duas sustentam o filme, com uma ótima química juntas e, apenas com o olhar, já conseguem transmitir o desespero em cena.
Mas a produção enfrenta um grande problema: o próprio monstro. O boogeyman, uma versão do nosso bicho-papão, é um bicho maligno, que vai atrás principalmente de crianças, alimenta-se de traumas e solidão, e se esconde em lugares escuros.
Durante grande parte do longa-metragem, o monstro é construção da nossa imaginação. Vemos apenas movimentos rápidos, sombras e um desenho dele. Com base apenas na ideia, e na respiração pesada e pânico das protagonistas, o boogeyman é o ser mais assustador de todos. E é assim que deveria ter continuado.
No entanto, no terceiro ato, Savage decide apresentar o monstro por inteiro: um bicho deformado e feio que parece apenas mal feito. É quase como se o Mickey tirasse a fantasia na frente de uma criança dentro de um parque da Disney. Perde toda a magia. O final, então, acaba perdendo o grande elemento que sustenta o filme.
De modo resumido, Boogeyman: Seu Medo é Real se divide bem entre a jornada familiar e o terror, mas, se não tivesse Sophie Thatcher e, especialmente, Vivien Lyra Blair, seria facilmente esquecível.
3/5

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