Sex Education: Quarta temporada desliza em alguns momentos, mas dá bom encerramento para série

Sex Education: Quarta temporada desliza em alguns momentos, mas dá bom encerramento para série

Os oito episódios finais da produção chegaram nesta quinta-feira (21) à Netflix

Bruna Nobrega
21 de setembro de 2023 - 4 min leitura
Crítica

Apesar de ainda ter história pra contar e pessoas querendo assistir, Sex Education já não estava mais conseguindo fugir da realidade de ter criado uma narrativa de ensino médio escolar e ter, agora, atores entre 25 e 30 anos.

Por isso mesmo, a equipe tomou a acertada decisão de dar um encerramento para a história que começou em 2019 na Netflix através da quarta temporada, que chegou ao streaming com seus oito episódios nesta quinta-feira (21).

O problema foi que Laurie Nunn, criadora e roteirista da série, quis aproveitar seu tempo restante para executar todas as ideias que poderiam ainda encher várias temporadas futuras. Ainda havia muitos tabus para serem abordados, novos (vários) personagens a serem introduzidos e protagonistas que precisavam de um real desenvolvimento e amadurecimento. E ela não quis deixar nada de lado.

Dessa forma, o quarto ano da produção é um grande quebra-cabeças de personagens e narrativas que, por vezes, se encaixam bem e, por outras, parecem se esforçar demais para caber ali. Nos novos episódios, acompanhamos Otis (Asa Butterfield), Eric (Ncuti Gatwa), Ruby (Mimi Keene), Aimee (Aimée Lou Wood), Cal (Dua Saleh), Jackson (Kedar Williams-Stirling) e Viv (Chinenye Ezeudu) em um novo colégio, que por acaso é o mesmo em que Isaac (George Robinson) estuda, após Moordale ser fechado na temporada anterior. A falta de Ola (Patricia Allison), Lily (Tanya Reynolds), Olivia (Simone Ashley) e Anwar (Chaneil Kular) é facilmente explicada por isso: eles foram para outra escola.



Em troca, temos a apresentação de importantes personagens para a nova leva de capítulos: Abbi (Anthony Lexa) e Roman (Felix Mufti), o casal abelha-rainha da escola, Aisha (Alexandra James), uma das melhores amigas do grupo, que é surda, e O (Thaddea Graham), a terapeuta sexual da escola Cavendish, que logo vira arqui-inimiga do Otis, por ter “roubado” a sua função.

E não para por aí: enquanto isso, Maeve (Emma Mackey) está desenvolvendo sua escrita nos Estados Unidos, Jean (Gillian Anderson) precisa lidar com a filha recém-nascida e a chegada da irmã (Lisa McGrillis), e Adam (Connor Swindells) tem sua própria jornada de descoberta de vocação e traumas, principalmente ao lado do pai, Michael (Alistair Petrie).

São mais de quinze personagens que têm, em momentos diferentes, seus problemas enfrentados, os medos superados ou um caminho de amadurecimento individual andado. Na maior parte das vezes, a série consegue se organizar a ponto de dar atenção a assuntos importantes e profundos: desta vez, vamos ver narrativas sobre acessibilidade, a realidade de uma transição, a importância de cuidar da própria saúde, as dificuldades da maternidade solo e o estigma da religião entre os jovens.

Com muita sensibilidade, Sex Education continua seu processo, iniciado na primeira temporada, de trazer olhares diferentes sobre assuntos que muitos adolescentes e até adultos vivem todos os dias, mas nem sempre conseguem desabafar para outras pessoas. Em seu último ano, a série continua provando que a gente não está sozinho nos nossos próprios problemas.

No entanto, é frustrante quando algum desses assuntos tão importantes acaba sendo tratado de forma superficial e fica jogado em meio a tantas outras narrativas. Um relacionamento abusivo e toda a conversa em torno de assexualidade, por exemplo, não recebem a atenção devida.

Dito isso, Sex Education ainda assim consegue dar um final satisfatório e emocionante a seus personagens. A série respeita a jornada de cada um, especialmente os que conhecemos desde 2019, e encerra sua história com um claro amadurecimento e uma satisfação de vê-los exatamente onde eles buscavam chegar.

Nota da Crítica
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Bruna Nobrega
ONDE ASSISTIR

Sex Education

Comédia
Drama
0h 0min
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