
SXSW | Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é aventura de fantasia honesta - Crítica do Chippu
Filme faz adaptação digna de fantasia como uma aventura para família

Crítica
Para quem ama fantasia, Dungeons & Dragons sempre foi um trauma nos cinemas. Se esses fãs viram boas adaptações em Senhor dos Anéis e outras franquias como Game of Thrones, o mesmo não se pode dizer de D&D, que ganhou um filme lastimável nos idos dos anos 2000 com Jeremy Irons. De lá pra cá, a franquia ficou no ostracismo, mas agora volta com um longa que abraça o estilo aventuresco e juvenil da marca para entregar finalmente um produto audiovisual digno nas telas de cinema.
Dungeons and Dragons: Honra Entre Rebeldes é, antes de um complexo mundo mágico, uma aventura para família, cheia de monstros, cenários coloridos, criaturas mitológicas e uma turma de heróis e vilões que levam a sério a toada descompromissada do roteiro e direção da dupla Jonathan Goldstein e John Francis Daley. A dupla, responsável pelo texto do primeiro Homem-Aranha de Tom Holland, traz todo o timing cômico e senso de coletividade que a Marvel pregou em seus filmes e transporta isso para Neverwinter, o mundo fantástico do filme.
A história, que mostra o bardo de Chris Pine se juntando a um mago, uma druida e uma bárbara em busca de um artefato para salvar a filha, é uma simples campanha de RPG. As missões paralelas estão ali, as decisões em grupo, as side quests e até as batalhas em turno, que de longe são o momento mais impressionante do filme.
As sequências de ação, focadas não só na grandeza dos cenários, como na "dungeon" de fogo dentro de uma montanha dominada por um dragão, mas na agilidade da câmera em passear pelo espaço sem perder de vista as habilidades dos personagens.
Ainda que o primeiro ato e a dramatização final sejam um escorregão em um roteiro que acertadamente opta por apresentar o mundo via seus personagens, a aventura proposta por Honra Entre Ladrões surpreende pela competência com que entrega coreografias de ação mescladas com uma química de elenco louvável.
Pine e Smith roubam a cena, mas têm grande ajuda de Hugh Grant e Rege-Jean Page - sem contar na participação especial mais bizarra dos últimos tempos que certamente arrancará algumas gargalhadas da audiência.
Em um momento do cinema que a fadiga de heróis é latente e a apresentação de universos soa cada vez mais genérica, Dungeons & Dragons comete a façanha de, mesmo adaptando a mais genérica das franquias (não por ser vazia, mas por dar origem a quase tudo de fantasia na era moderna), ser divertido a ponto de criar personagens cativantes e sequências de ação tão boas ou melhores que muita superprodução por aí.
Sem a exigência de algo sombrio, sangrento ou obrigatoriamente expandido, a dupla de diretores fez uma boa sessão de cinema para um domingo em família.
3/5

Você pode gostar
O Brutalista: Épico de Brady Corbet flutua entre majestoso e frustrante
Leia nossa crítica do longa de Brady Corbet com Adrien Brody

Venom: A Última Rodada fecha a trilogia com um ensaio de comoção
Terceiro filme ainda aposta no escracho mas com exagerada timidez

Irmãos é comédia sem inspiração e um desperdício do talento de Josh Brolin e Peter Dinklage
Max Barbakow passa longe do sucesso de Palm Springs

Canina é o bom filme que Amy Adams buscava há anos, mas derrapa nas mil e uma explicações
Comédia dramática utiliza imagem da atriz sem medo do ridículo
