Good Boy usa história homem-cachorro para fazer filme terror bizarro - Crítica
Semelhante a história viral deste ano, homem fantasiado de cachorro vira filme de terror em Good Boy
Crítica
Good Boy é daqueles filmes de terror que chamam atenção de qualquer fã do gênero. O longa conta a história de um milionário que cria um homem vestido de cachorro. Em época de Ursinho Pooh serial killer, todo tipo de bizarrice no entretenimento se torna motivo de uma boa campanha de marketing para atrair audiência — e não é diferente aqui, já que presenciar Frank, o homem-cachorro, na tela é perturbador por si só (especialmente quando há uma "versão real" da história).
No longa escrito e dirigido por Viljar Boe, o milionário Christian (Gard Løkke) cria um ser humano vestido de cachorro numa mansão. Após um encontro com a jovem Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen), as coisas começam a tomar um caminho estranho, mostrando novas facetas do “animal”, do dono e por vezes da própria Sigrid.
Good Boy tenta abordar questões que vão da solidão às peculiaridades escondidas. O filme tem interesse mórbido no sofrimento de indivíduos que se veem numa situação escabrosa da qual não conseguem sair — como um relacionamento abusivo qualquer, mas aqui pautado pela curiosidade, carência e dinheiro.
Acontece que pouco disso é explorado, o que seria válido caso o visual bizarro de Frank fosse propositalmente colocado em foco. Não é necessariamente o que acontece. Todas as cenas são, sim, perturbadoras, mas quando o filme tenta passar a sensação de estranheza do "bicho" para as atitudes do casal Cristian e Sigrid, o roteiro perde força por não entender como lidar com o convívio deles dois com o cachorro.
Os olhos gigantes amarelos, a boca mecânica e a fantasia completam o pacote que infernizaria os sonhos de muita gente. Caso Boe não quisesse transformar o filme em um suspense tão comum quanto qualquer outro do gênero, isso poderia até gerar algo marcante.
Good Boy não é uma tragédia como Ursinho Pooh: Sangue e Mel, mas deixa uma sensação de desperdício grande ao final da história. As boas ideias se transformam em desfechos não só previsíveis como pouco interessantes, e no fim das contas uma proposta que se tornou o maior chamariz do projeto se perde na intenção de se misturar com tudo já feito por aí.
Good Boy não tem previsão de estreia no Brasil