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Kung Fu Panda 4 tem ação criativa e personagens carismáticos, mas não acrescenta à franquia
O novo filme da franquia chega aos cinemas em 21 de março
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Crítica
Pouco antes de assistir a Kung Fu Panda 4, eu decidi maratonar a trilogia inicial de filmes pela primeira vez. Não demorou muito para eu me apaixonar pelos Cinco Furiosos e pela trajetória de Po (Jack Black/Lúcio Mauro Filho) no kung fu. Ao longo de três produções, a franquia tirou seu protagonista de um lugar em que ele não se sentia pertencente e mostrou sua evolução na arte marcial aos poucos até ele encontrar sua vocação e entender quem é pessoalmente e dentro da sociedade.
A trilogia conclui perfeitamente a história de seu herói, então, quando eu terminei de assistir, fiquei me perguntando o que um quarto filme da saga teria para oferecer ao público. Bom, a verdade é que Kung Fu Panda 4 não entrega grandes novidades à história –na verdade, pode até atrapalhar o que já estava estabelecido–, mas é uma aventura divertida e carismática para a família.
Desta vez, Po descobre que precisa deixar de ser o Dragão Guerreiro para assumir a antiga posição de Oogway como Líder Espiritual do Vale da Paz. Além do treino para para alcançar a "paz interior", o panda também precisa encontrar um novo Dragão Guerreiro para ficar em seu lugar. Em meio a isso, há o surgimento de uma nova vilã, a Camaleoa (Viola Davis/Taís Araújo), que consegue se transformar em todos os inimigos passados do panda.
Isso coloca Po, mais uma vez, em uma saga de descobrimento interno –quando ele mal teve tempo de aproveitar a jornada como Dragão Guerreiro– e também em uma batalha contra um mal poderoso. Agora, no entanto, ele não conta mais com a ajuda dos Cinco Furiosos (que estão em “outras missões”), mas sim de uma nova personagem: Zhen (Awkwafina/Danni Suzuki).
Se Kung Fu Panda 4 não se justifica no roteiro, pelo menos ele apresenta uma personagem carismática em Zhen. A raposinha faz a gente (quase) se esquecer dos antigos amigos de Po através de suas muitas habilidades e um passado bem interessante que explica sua personalidade. Ela é divertida, e a dinâmica com o protagonista rende boas risadas.
Aliás, é na boa dinâmica entre personagens que o filme encontra sua alma, com destaque especial para os pais de Po: o panda biológico, Li Shan (Bryan Cranston), e o ganso chinês adotivo, Sr. Ping (James Hong). Os dois partem em uma jornada juntos atrás do filho e é uma delícia assistir a suas preocupações mescladas a aventuras perigosas que eles não fazem ideia de como encarar.
É na ação, também, que Kung Fu Panda 4 se destaca. Os diretores Mike Mitchell e Stephanie Stine apostaram em uma tecnologia nunca usada antes em animações, do ponto de vista da câmera GoPro, que aproxima o público das ações de cada personagem. O resultado é envolvente e cria cenas de luta extremamente criativas. É uma pena, então, que a nova vilã nunca pareça ameaçadora o suficiente e se envolva de verdade em apenas um combate.
Kung Fu Panda 4 é um filme divertido, que conhece o universo e os personagens com que está lidando, mas, ainda assim, é difícil se livrar da sensação recorrente de que o filme é apenas uma tentativa de lucrar em cima de uma franquia com sucesso estabelecido. Bom, pelo menos nos Estados Unidos, já está dando retorno.
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