Loki: A Variante - Crítica do Chippu

Loki: A Variante - Crítica do Chippu

Segundo episódio da série é o melhor da Marvel até aqui

Guilherme Jacobs
16 de junho de 2021 - 7 min leitura
Crítica

Este texto contém spoilers para "A Variante", segundo episódio de Loki. Você foi avisado. Para um review SEM spoilers, clique aqui.


Bom, este foi o melhor episódio de uma série da Marvel até aqui.


A estreia de Loki foi boa, fez seu trabalho, tirou as dúvidas básicas do público sobre seu protagonista, os conceitos ao seu redor e o que, exatamente, será o drama dessa primeira temporada. Loki (Tom Hiddleston) precisa ajudar a AVT a capturar outro Loki, outra variante do personagem causando eventos nexus na Linha do Tempo Sagrada, alterando acontecimentos e criando mais variações.


Mas agora, depois de "A Variante", tudo isso foi jogado pela janela da melhor maneira. Este segundo episódio apresenta uma dinâmica com Loki e Mobius (Owen Wilson) viajando pelo tempo e tentando desvendar mistérios, consertar a linha do tempo e tentando convencer a liderança da Autoridade de Variância do Tempo (AVT) a deixar o asgardiano vivo por conta de sua utilidade. No final do capítulo, entretanto, a série não só quebrou as expectativas de que veríamos uma espécie de investigação semanal, como também virou a premissa de Loki vs. Loki de cabeça pra baixo, mostrando a versão de Hiddleston aparentemente se unindo à Lady Loki interpretada por Sophia Di Martino.


Sim, como esperado, esta série apresentará múltiplas versões de Loki (e quem sabe mais personagens) por conta das variações na linha do tempo. A explicação dos Guardiões do Tempo e AVT é que se não forem capturadas, as variantes mudarão os acontecimentos progressivamente até causar um evento nexus, efetivamente criando outro universo. Se isso for verdade, então Lady Loki, em alguns minutos de tela, parece ter se tornado uma das personagens mais importantes do MCU até aqui.


Mas antes de falar sobre isso, precisamos elogiar a dinâmica principal desta segunda hora de Loki. Quando "A Variante" começa, nosso protagonista já está uniformizado, familiar com protocolos da AVT e se sentindo em casa o suficiente para brincar com a Senhorita Minutos (Tara Strong), pronto para colocar a mão na massa e trabalhar. As tarefas logo vêm quando Mobius convence a juíza Renslayer (Gugu Mbatha-Raw) a deixá-lo levar o deus da trapaça para o campo. Então, a série vira Doctor Who.


E vamos combinar, foi ótimo. Ao longo destes 55 minutos, Loki, Mobius e a caçadora B-15 (Wunmi Mosaku) viajam pelo tempo tentando encontrar a variante depois revelada como Lady Loki, descobrir seu plano - algo envolvendo roubar os explosivos temporais usados para dar reset na timeline - e consertar as mudanças causadas por ela. Vemos o asgardiano indo até um festival medieval nos anos 80 nos EUA, à Pompeia logo antes da explosão vulcânica mais famosa da história e à uma cidade prestes a ser apagada do mapa por um furacão.


Viajar pelo tempo investigando coisas estranhas? Testemunhando o fim de sociedades? Conhecendo culturas bem específicas? O Doctor estaria orgulhoso. E menciono a comparação da melhor maneira possível. Misturar viagens temporais com investigação resulta numa dinâmica divertida e cativante. E há bastante trabalho investigativo aqui, com Loki sentando, lendo e analisando arquivos até chegar numa solução. Basicamente, ele descobre a versão temporal de "se uma árvore cai na floresta e ninguém está perto para ouvir, será que faz um som?"


Se você faz mudanças na linha do tempo, mas aquele local e sociedade são apagados da história por um evento apocalíptico, algo realmente foi alterado? A teoria de Loki, provada quando o personagem faz uma bagunça em Pompeia, é esta. Ao longo da investigação, é divertido ver mais das interações entre Hiddleston e Wilson, ambos mestres de timing cômico e capazes de construir personagens cujas personalidades complementam e desafiam um ao outro. Por acreditar nele, Mobius leva a equipe da AVT até um fatídico encontro com Lady Loki e então as coisas escalam rapidamente.


A nova variante faz uma ótima primeira impressão. Di Martino é a primeira vez que vemos outra pessoa atuando num papel super popular da Marvel. Sim, Anthony Mackie é o novo Capitão América, mas ele não é o novo Steve Rogers. A atriz é essencialmente uma nova Loki. Não uma sucessora. Não a filha de Loki. Uma outra Loki. Hiddleston, ao lado de Robert Downey Jr., foi o grande favorito do público na Fase 1 do MCU. É bastante pressão, mas Di Martino parece imune a isso. Ela é automaticamente magnética, divertida, cheia de sagacidade e ego, inteligente e planejadora, características dignas do deus (deusa?) da trapaça.


Quando Hiddleston a convida para tentar derrubar os Guardiões do Tempo, a personagem de Di Martino mostra que tem outras ambições. Seus planos ainda não estão claros, mas ela abre portais para diversos momentos na história do universo - passado, presente e futuro - e envia os explosivos temporais lá, causando inúmeras variações na Linha do Tempo Sagrado e basicamente ativando um alarme vermelho da AVT. Diversos eventos nexus vão acontecer, então diversas novas dimensões surgirão. Nós vimos o nascimento do multiverso Marvel?


Os Lokis terminam fugindo juntos, basicamente encerrando a possibilidade de vermos uma temporada inteira do Loki original resolvendo casos para a AVT e abrindo inúmeros caminhos para a série. Quantas variantes vão aparecer agora? Mobius ainda confiará no trapaceiro? Iremos para outros universos? O futuro, assim como o personagem principal deste enredo, é imprevisível. Tem coisa melhor?

Nota da Crítica
Guilherme Jacobs

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