Mulher-Hulk: Episódio 6, “Apenas Jen” é o melhor em desenvolver personagens até agora - Crítica com Spoilers

Mulher-Hulk: Episódio 6, “Apenas Jen” é o melhor em desenvolver personagens até agora - Crítica com Spoilers

Série usa expectativa ao redor do Demolidor para abordar assuntos importantes

Bruno Silva
22 de setembro de 2022 - 4 min leitura
Crítica


Você estava esperando o Demolidor no capítulo desta semana de Mulher-Hulk? Bom, não era o único. Quando dei play no Disney+ com o objetivo de escrever a crítica do episódio 6, eu esperava também.


Mas o “clickbait”, neste caso, veio para o bem. Depois de Tatiana Maslany subverter as expectativas ao quebrar a quarta parede e avisar que este “Apenas Jen” é um capítulo sobre o casamento de uma de suas amigas, a Marvel abriu espaço para o melhor desenvolvimento de personagens na trama até agora, agregando mais nuances não apenas à dualidade da prima de Bruce Banner com seu lado super poderoso, mas também à reação do mundo ao despontar desta nova heroína.


Todos os momentos de Jen se concentram no casório de uma antiga amiga da escola, Lulu (Patti Harrison). O tratamento que essas figuras da adolescência dão à protagonista revela bem como ela era vista no colégio, e como esse reencontro acende inseguranças de Jen em relação a si mesma. Mas quando ela se transforma em Mulher-Hulk, esse outro lado dela é (literalmente) visto por todos. Lulu, por sua vez, pede à amiga que não se transforme, para não roubar a cena.


Tudo estaria bem se uma das convidadas não fosse Titânia (Jameela Jamil), que, mais uma vez, aparece só para importunar Jennifer Walters, forçando a sua transformação em Mulher-Hulk. Para o lado da protagonista, o capítulo coloca mais um tijolinho no seu processo de aceitação como uma pessoa com super-poderes, não como algo que vai suplantar sua identidade pessoal, mas como um complemento da pessoa que ela é por completo.


A trama secundária, por sua vez, traz também desenvolvimentos interessantes não só para as colegas de trabalho de Jen, mas até para o universo da série como um todo (e com leves implicações no MCU). Utilizando um recurso clássico de sitcoms, a série coloca duas personagens com pouca familiaridade para atuarem juntas em um problema.


No caso, Mallory (Renée Elise Goldsberry) e Nikki (Ginger Gonzaga) precisam defender Craig (David Pasquesi), um homem que se autointitula Sr. Imortal. No entanto, ele faz jus a alcunha ao saltar do arranha-céu da firma de advocacia GL&K e conseguir se recuperar sem maiores problemas. Se você pensou em fator de cura, o mesmo poder de outro mutante que já foi referenciado na série, você acertou.


Além de fazer mais um aceno à chegada dos X-Men no MCU, a Marvel também expande um pouco mais as ameaças em torno da Mulher-Hulk. Ao trabalhar no caso de Craig, Mallory e Nikki descobrem a existência de um fórum oculto de internet que, no estilo dos chans e outros ambientes misóginos do mundo real, contém uma série de ameaças contra a vida de Jennifer Walters.


Além de estabelecer uma ameaça para a Mulher-Hulk combater (e, no processo, concluir sua história de origem como super-heroína), a série decide tocar em um assunto sério e sensível da nossa sociedade como poucas vezes foi feito durante a Fase 4 do MCU, absorta em seu lado místico e implementações do conceito de multiverso.


O Demolidor pode ainda não ter chegado, e tudo indica que provavelmente a presença de Matt Murdock (Charlie Cox) deve ficar para a sequência de ação decisiva da primeira temporada, mas a série traz uma evolução importante neste capítulo que finalmente acende o interesse na personagem titular em si, e aborda um tema muito caro à sociedade (e muito visível também na cultura pop): a misoginia e como ela se espalha online.

Nota da Crítica
Bruno Silva

0h 0min
mulher-hulkmarvelmcu

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