Mulher-Hulk subverte participação do Demolidor no Episódio 8, “Coaxando e Saltando” - Crítica com Spoilers

Mulher-Hulk subverte participação do Demolidor no Episódio 8, “Coaxando e Saltando” - Crítica com Spoilers

Matthew Murdock se limita ao papel de coadjuvante em seu episódio da série

Bruno Silva
6 de outubro de 2022 - 4 min leitura
Crítica

Mulher-Hulk adora brincar com estereótipos típicos das sitcoms americanas, especialmente quando Jennifer Walters (Tatiana Maslany) começa a conversar com quem assiste, quebrando a quarta parede. Mas nenhum truque é mais utilizado nessa série, e em especial, neste oitavo e penúltimo episódio, do que o “bait and switch”, no qual você cria expectativas para subvertê-las completamente.

Para uma série criticada por seu apoio excessivo em participações especiais (inclusive por este que vos escreve), a ponto de a própria Jen precisar lembrar a espectadores sobre seu protagonismo, “Coaxando e Saltando” deixa o Demolidor deCharlie Cox, o mais aguardado e relevante membro deste rol de convidados, em um tímido papel de coadjuvante.

Sua entrada na série se dá por meio de um caso que coloca Jen em rota de colisão contra o alfaiate de seus trajes de super-heroína, Luke Jacobson (Griffin Matthews), após um cliente rico da firma de advocacia no qual ela trabalha mover uma ação por conta de um defeito no uniforme de seu alter-ego, o Sapo (Brandon Stanley).

O caso vai ao tribunal, onde Matt Murdock chega de última hora para derrotar Jen sem muitos sustos. A partir daí, o episódio trabalha em uma dinâmica de aproximar e afastar os dois advogados, colocando-os como aliados e antagonistas a cada cena — especialmente quando Murdock, já vestido com o uniforme amarelo do Demolidor, precisa salvar Jacobson, que foi sequestrado pelo Sapo.

A grande força do episódio se dá justamente no texto, que torna as interações entre Mulher-Hulk e Demolidor leves e divertidas enquanto constrói tensão sexual entre os dois personagens (nessa parte, o mérito precisa ir obviamente para a capacidade de atuação de Maslany e Cox).

Chega a ser irônico que, de todas as partes do episódio em que ambos contracenam, a mais fraca seja justamente a curta batalha entre os dois, quando Jen decide ir em defesa de seu cliente, enquanto este é perseguido pelo Demolidor. Antes de resolverem o mal-entendido, os dois se enfrentam no topo de um prédio em uma sequência que poderia muito bem ter saído das temporadas com menor orçamento de Power Rangers, com direito a piadinhas sem graça gravadas em ADR (diálogos feitos em estúdio, após a gravação das cenas).

A cena de ação em que a Mulher-Hulk e o Demolidor trabalham juntos para resgatar Jacobson também não é muito melhor. Murdock tem seu momento de brilhar, em um repeteco da briga contra capangas em um corredor que, obviamente, não chega aos pés da sequência inspirada em Oldboy que marcou a primeira temporada do herói da Marvel na Netflix.

Como o final da série se aproxima, o episódio também acaba reservando seus minutos finais para firmar o conflito entre a Mulher-Hulk e a Inteligência, o grupo online misógino que vem tramando contra ela desde o meio da temporada. A conclusão é apressada e o gancho, pouco eficaz, mas trará a conclusão do arco que vem sendo construído ao longo dos últimos episódios.

Nota da Crítica
Bruno Silva

0h 0min
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