
Peter Pan & Wendy tenta aprofundar história clássica, mas só arranha a superfície - Crítica do Chippu
O novo remake live-action acaba de chegar ao Disney+

Crítica
Se tem uma coisa que Peter Pan & Wendy faz valer é a mudança de nome. O remake live-action de Peter Pan chegou ao Disney+ nesta sexta-feira (28) com o acréscimo do nome da protagonista de Ever Anderson no título e leva o trabalho a sério.
Desde a introdução do filme, vemos um destaque maior para Wendy. A história é claramente sobre a recusa dela em crescer e a jornada que ela passa para descobrir a resposta no final. E Anderson, em seu primeiro grande papel nos cinemas (apesar de ter interpretado a jovem Natasha em Viúva Negra), é perfeita para isso.
Além de lembrar muito (!) Rachel Hurd-Wood, responsável pelo papel no maravilhoso live-action de 2003, ela não tem medo de brincar em tela. A atriz se diverte em lutas de espadas e se encanta com a Terra do Nunca, ao mesmo tempo em que é valente o suficiente para se impor contra Capitão Gancho (Jude Law).
O problema aqui é que o filme não traz um Peter Pan à altura. Não que o novato Alexander Molony não esteja bem. Ele tem um porte e uma ironia clássicos do personagem, mas, ao mesmo tempo, falha em trazer a criança interior para a tela. Pelo contrário, parece que, durante o filme inteiro, estamos assistindo a um adulto no corpo de uma criança.
Claro, isso é justamente o que Peter Pan é, depois de anos na Terra do Nunca, mas o personagem que conhecemos está ali porque ama brincar e levar as coisas de forma leve. O protagonista que vemos no filme, no entanto, parece trazer muitos traumas e cargas emocionais por dentro. Isso faz com que ele perca a essência do Peter Pan clássico e acabe apagado em um longa que traz uma Wendy tão bem construída.
Talvez isso seja proposital, claro, já que Peter Pan & Wendy traz como outro diferencial uma volta ao passado para entender de onde surgiu a rivalidade entre Peter e Gancho. Tem muita história por ali e os personagens dão indícios disso a todo momento, construindo uma grande expectativa para a revelação… que acontece de forma tão superficial quanto decepcionante.
Mas, calma, o filme não é de todo ruim. A fotografia criada por Bojan Bazelli (Sr. e Sra. Smith) é linda, com visuais e cenários da Terra do Nunca de tirar o fôlego. As cenas de luta –especialmente a do meio e a do final– também são muito bem coreografadas e ganham um aspecto ainda mais interessante com a inserção de músicas cantadas pelos piratas. O coro de vozes ajuda a ditar um ritmo bem legal ali.
Os Meninos Perdidos dão show de carisma em tela e, na nova versão, são bem mais representativos (metade do grupo é composto por meninas e também há diversidade de raças e etnias). E pode esquecer rivalidade feminina, tá? Aqui, Tinker Bell (Yara Shahidi) não morre de ciúmes de Wendy (e, felizmente, nem é apaixonada por Peter Pan, já que os atores têm uma considerável diferença de idade). As duas personagens, na verdade, acabam criando uma amizade que vai se desenvolvendo aos poucos, com um desfecho bem fofo.
No final, Peter Pan & Wendy diverte e traz um pouco da magia da Terra do Nunca de volta. Mas, com os remakes live-action da Disney, sempre fica aquela pergunta: realmente precisava?
3/5

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