Resistência leva às lágrimas ao abordar inteligência artificial em um novo ângulo

Resistência leva às lágrimas ao abordar inteligência artificial em um novo ângulo

O novo filme de Gareth Edwards com John David Washington chega em 28 de setembro aos cinemas

Bruna Nobrega
26 de setembro de 2023 - 4 min leitura
Crítica

Como Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1 provou recentemente, inteligência artificial é o assunto do momento nos filmes de ação com toques de ficção científica. Pouco tempo depois, Agente Stone também veio provar o mesmo ponto, apesar de não ter atingido o mesmo resultado.

Tanto um, quanto o outro colocam a inteligência artificial num lugar claro: a de algo perigoso que não pode parar nas mãos erradas ou o mundo vai ser destruído. É aí que Resistência chega com o outro lado da moeda: e se as inteligências artificiais acabarem se tornando mais humanas que as próprias pessoas?

O primeiro longa-metragem de Gareth Edwards desde Rogue One: Uma História Star Wars começa colocando os robôs como inimigos: depois de conviverem em paz com a humanidade por anos, eles ativaram uma bomba nuclear que matou mais de um milhão de pessoas em Los Angeles.

Desde então, o Ocidente –liderado pelos Estados Unidos, claro– baniu a inteligência artificial e quer exterminá-la do mundo. O problema? Elas ainda convivem e são defendidas pela população do Oriente, chamado de Nova Ásia no filme. É aí que o mundo acaba entrando em guerra.

Quando começamos a história de Resistência, 15 anos após o ataque, a guerra persiste há anos com os lados bem definidos e preparados: os Estados Unidos construíram uma estação espacial extremamente poderosa chamada NOMAD, enquanto os robôs, liderados pelo seu criador, Nirmata, aparentemente têm uma arma com o poder de destruí-los.

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Desde os primeiros momentos, a produção não economiza nos efeitos visuais: são grandes armas, naves, aparelhos tecnológicos, explosões e cenários de tirar o fôlego, acompanhados, vale dizer, por uma ótima trilha sonora, que ajuda a dar o tom tanto nas cenas de ação, quanto nos momentos mais emocionantes.

Curiosamente, Resistência não se passa em um futuro muito distante: Edwards faz questão de ressaltar que a maior parte da narrativa acontece em 2070, mostrando que a gente pode estar mais perto dessa realidade do que imagina. O roteiro, feito em parceria com Chris Weitz (A Bússola de Ouro), também não é sutil em suas intenções: a partir do momento em que um soldado norte-americano usa um cachorrinho para ameaçar uma criança, a gente sabe o lado certo da guerra.

É isso que Joshua (John David Washington) também percebe logo cedo. Inicialmente espião infiltrado na Nova Ásia, ele logo se apaixona e se casa com Maya (Gemma Chan) apenas para ver a esposa grávida ser morta em um ataque surpresa dos Estados Unidos contra a IA. Cinco anos depois, ele recebe a informação de que a mulher pode estar viva e aceita voltar para o local com a missão de encontrar uma arma super poderosa criada pelos inimigos. O problema? A arma é representada fisicamente por uma criança.

A novata Madeleine Yuna Voyles é uma ótima surpresa como a IA apelidada de Alphie. A química em cena com Washington se desenvolve rapidamente e é fácil de acreditar por que ele se torna tão determinado em protegê-la. Os dois são responsáveis por pequenos respiros de risadas, mas também pelas lágrimas que inevitavelmente ameaçam cair com a exibição dos horrores de uma guerra que mais parece um assassinato em massa.

No fim, Resistência sabe pintar um mundo futuro diferente da realidade em que vivemos, mas que ainda assim escancara crueldades reais existentes há anos. O filme criado por Gareth Edwards não só tem visuais incríveis, mas também cria uma narrativa emocionante, com todo o jeito de aventura épica.

Nota da Crítica
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Bruna Nobrega
ONDE ASSISTIR

Resistência

Ação
Ficção científica
Suspense
0h 0min | 2023
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