Stranger Things 4: Volume 2 - Crítica sem spoilers
Os dois novos episódios consegue de uma forma eficiente e dolorosa fechar todo o ciclo começado no início da quarta temporada, ainda com um grande gancho para o futuro da série.
Crítica
Com lançamentos diários de temporadas completas de séries em streamings, é muito comum que muitas sejam esquecidas alguns dias depois da maratona. Mas esse não é um problema para Stranger Things. No lançamento do quarto ano da produção, a Netflix resolveu dividir a temporada em duas partes: uma lançada em maio, com sete episódios disponíveis de uma vez só, e a segunda, lançada nesta sexta-feira (1º), com dois episódios com duração de quase quatro horas. Como uma pessoa que é 100% a favor dos lançamento semanais, já que a conversa sobre a série flui mais naturalmente, acredito que essa estratégia utilizada pelo streaming foi muito inteligente, resgatando ao longo das semanas entre volumes alguns conteúdos e diversas imagens dos bastidores para alimentar ainda mais a ansiedade do fandom da série.
O confronto final entre Eleven (Millie Bobby Brown) e Vecna (Jamie Bower Campbell) era esperado por todos aqueles que maratonaram loucamente o volume um da temporada e passaram um mês criando diversas teorias malucas. E a espera valeu cada segundo!
Após descobrirmos no último episódio da primeira parte que o Vecna era ninguém menos que o Número 1, filho de Victor Creel, vemos o vilão mais forte do que nunca no retorno. Em busca de vingança contra a personagem de Bobby Brown, que está a cada dia treinando mais pesado a fim de reconectar suas memórias em relação ao antagonista e recuperar os poderes.
Até o momento, essa foi a temporada mais grandiosa da série. É muito curioso como Stranger Things sabe perfeitamente incorporar novos personagens em um momento em que todos estamos tão acostumados a tanto tempo com o núcleo principal da produção. Eddie (Joseph Quinn) foi um dos maiores acertos do novo ano. O guitarrista gamer com muito carisma não apenas ganhou o coração de Steve (Joe Keery) e Dustin (Gaten Matarazzo), mas também de todo o público.
Ainda sobre Steve, aqui realmente conhecemos mais de sua versão adulta, alguém que está pensando muito no futuro e não agindo mais inconsequentemente como fazia nos primeiros anos da história. Ele é o personagem mais desenvolvido, saindo de um antagonista e virando o grande herói de Stranger Things. Afinal, nos últimos dias, o que você mais se deparava nas redes sociais eram os fãs implorando para que Steve ficasse vivo nos novos episódios.
Todos em oração por Steven🙌#StrangerThingspic.twitter.com/h0AU9pcl3k
— Vitória Mastop (@vitoriamastop_) July 1, 2022
Nancy (Natalia Dyer) é outra personagem com grande evolução durante as temporadas. Desde o terceiro ano da série, a irmã de Mike se mostrou uma grande guerreira nessa luta do grupo com os diversos vilões do mundo invertido. E nos dois últimos episódios, Nancy é a peça chave para a resolução do grande arco da série.
Carnificina foi algo real?
Após Joseph Quinn, ator de Eddie, revelar que o final da temporada seria uma carnificina, o público ficou muito tenso, fazendo “rodas de orações” para proteger seus personagens favoritos. Mas esse foi simplesmente um grande bait para promover ainda mais a série. É claro, houve perdas muito significativas para a trama, - e vou confessar, até chorei em alguns momentos - mas esperava rolar um pouco mais de sangue. Contudo, esses dois novos episódios chegaram com muitos momentos de aflição, em que parecia que a qualquer cena um momento bombástico que mudaria a direção da série aconteceria. E aconteceu. Diversas vezes.
Stranger Things é de fato uma das maiores produções da Netflix, e isso fica ainda mais claro com o quão impecáveis são seus efeitos especiais. Não apenas com os vilões monstruosos super realistas, mas toda a Hawkins do mundo invertido é muito bem feita. Nos novos episódios, a cidade é o grande cenário da trama, e lá presenciamos sequências de ação divertidas, e ao mesmo tempo preocupantes. Aliás, todas estas se conectam a uma trilha sonora absolutamente impecável, com Metallica, Journey, e é claro, o retorno de Kate Bush.
Os dois novos episódios consegue de uma forma eficiente e dolorosa fechar todo o ciclo começado no início da quarta temporada, ainda com um grande gancho para o futuro da série.
Sinto que para Stranger Things, a forma de definir se a série foi boa ou não tem ligação com esses momentos de medo e preocupação onde ficamos desesperados para saber se nossos personagens favoritos ficarão vivos ou não.
O último episódio foi essencial para nos preparar ao grande caos (e entretenimento) que será a quinta e última temporada de Stranger Things. A cada temporada, foi perceptível como o lançamento de novos episódios se tornaram mais do que apenas uma maratona, e sim, um grande evento. Algumas horas após a estreia dos capítulos finais, o título da série e o nome dos personagens são os grandes destaques nas Trendin Topics do Twitter, além dos relatos dos que acordaram às 4 horas da manhã - horário que a Netflix disponibilizada suas produções - para ter a experiência de assistir o seriado sem ganhar nenhum grande spoiler.