The Last of Us conduz com perfeição um dos momentos mais emocionantes da história de Joel e Ellie - Crítica com Spoilers

The Last of Us conduz com perfeição um dos momentos mais emocionantes da história de Joel e Ellie - Crítica com Spoilers

Diálogo que marca ponto de virada entre personagens é o grande destaque do sexto episódio

Bruno Silva
20 de fevereiro de 2023 - 4 min leitura
Crítica

À medida que The Last of Us vai se aproximando da reta final de sua temporada, pode-se dizer que estamos chegando no momento mais “fácil” da adaptação. Afinal, é aqui que o jogo começa a tirar o controle das mãos do jogador para poder contar o desenrolar de sua história sem intromissões. Mas, mesmo com o trabalho facilitado pelo material original, a série da HBO dá mais um exemplo de suas melhores qualidades: a de aprimorar a trama em todos os sentidos.

No sexto capítulo, Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) enfim chegam a um dos pontos principais da jornada, ao menos para o contrabandista: a comunidade onde seu irmão, Tommy (Gabriel Luna) vive depois da separação de ambos.

O relacionamento entre Joel e Ellie é o grande tema do sexto episódio, convergindo para um dos momentos mais importantes da história: o momento em que Ellie conversa com Joel pela primeira vez sobre sua filha, em um diálogo tenso que quase encerra a parceria entre a dupla.

A conversa é um ponto de virada na relação entre Joel e Ellie, e sobre como ambos os personagens conseguem encontrar um elo em comum na perda, especialmente para a jovem, que vê a perspectiva de ser abandonada por Joel quando o contrabandista tenta convencer o irmão a completar sua missão de levá-la até os Vaga-lumes.

A maneira como a adaptação conduz a trama até este ponto tão importante é impecável e, mais uma vez, superior à de seu material original.


O primeiro acerto, mais uma vez, é dar espaço para momentos intimistas ao longo da jornada de Joel e Ellie rumo ao oeste, representados não apenas no roteiro como também em tomadas distantes, com a dupla caminhando ou cavalgando rumo ao seu destino. Um toque especial é a conversa que os dois têm ao acampar, quando pensam no que vão fazer depois que a jovem for entregue aos Vaga-lumes, em mais uma de várias referências ao jogo — não apenas o primeiro, como também o segundo.

Ao chegarem na comunidade de Jackson, quando o espectador vê, pela primeira vez desde o início da série, uma sociedade funcional em meio ao pós-apocalipse, existe também o vislumbre de uma vida normal para os protagonistas, depois que a missão acabar, em contraste ao que acontece no jogo, quando Joel e Ellie só chegam a visitar a usina hidrelétrica que fornece energia ao local.

Outro contraste que acentua o grande ponto de virada do sexto episódio está nas cenas entre Joel e Tommy, cujas mágoas, ressentimentos e alegria transparecem de forma muito mais verdadeira, seja pelas inclusões feitas no roteiro pela adaptação, seja pela interpretação de Pascal e Luna, que consegue passar emoção de uma maneira que o jogo simplesmente não conseguia, por mais avançada que sua tecnologia de captura de movimentos seja.

Tudo isso converge para potencializar uma cena que já era forte por si só, de modo que seu impacto parece ainda mais forte na série, mesmo que a cena em si seja praticamente igual a do jogo, do cenário aos diálogos entre Joel e Ellie.

Por fim, a adaptação também acerta ao acelerar momentos do jogo mais pontuados por sequências jogáveis de combate, colocando o espectador em um momento dramático no qual a dupla é emboscada após seguir uma pista fria sobre os Vaga-lumes e, como resultado, Joel é gravemente ferido. A força renovada do relacionamento entre Joel e Ellie será colocada à prova na reta final de The Last of Us.

Nota da Crítica
Bruno Silva

0h 0min
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