
The Last of Us volta ao passado de Ellie no sétimo episódio - Crítica com Spoilers
Traumas do abandono da jovem são explicados em conteúdo que, no jogo, foi lançado como capítulo extra

Crítica
Depois de um episódio tenso que culminou em um enorme momento de crise na jornada de Joel e Ellie, The Last of Us se volta para o passado. O sétimo capítulo da série da HBO se dedica a explorar o momento fatídico da vida da jovem em que ela é mordida por um infectado pelo cordyceps e, por consequência, descobre ser imune.
Aqui, mais uma vez, o tempo favorece a adaptação, já que, assim como no episódio passado, a série pode se valer do material futuro dos jogos para oferecer um contexto melhor. Enquanto a Jackson de The Last of Us: Parte II foi utilizada como palco para uma ótima adaptação, o episódio desta semana se dedica a adaptar o conteúdo de “Left Behind”, um episódio extra que foi lançado após o game original.
Enquanto quem acompanhou a história pelos jogos teve que ver este pedaço da história como complemento, aqui o acompanhamos em sua ordem “cronológica”, já que o flashback de Ellie (Bella Ramsey) é intercalado com o momento em que ela precisa cuidar de um Joel (Pedro Pascal) gravemente ferido.
Voltamos, então, para a zona de quarentena de Boston, no qual uma Ellie sem perspectivas para a vida entra em brigas na escola e se vê sozinha. Tudo muda, no entanto, quando ressurge sua melhor amiga, Riley (Storm Reid), que acaba de entrar para os Vaga-lumes. De mudança para outro local, ela convida Ellie para um último (e fatídico) passeio em um shopping abandonado.
O sétimo episódio de The Last of Us aborda uma das características mais proeminentes da personagem, que mistura uma curiosidade juvenil pelo mundo antes do apocalipse com a necessidade de encarar duras realidades. Mais uma vez, a interpretação de Bella Ramsey une estes dois lados com grande naturalidade, de modo a vermos uma briga entre Ellie e Riley sobre como os atos da FEDRA e dos Vaga-lumes são noticiados a uma empolgação inocente ao andar pela primeira vez em uma escada rolante funcional.
O episódio é, também, uma interação de jovens com um passado que elas jamais puderam ver, na qual fliperamas e carrosséis são interpretados como as “cinco maravilhas” de um shopping center — e, aqui, a Warner, dona da HBO, dá uma força, substituindo o jogo fictício que Ellie e Riley jogam no The Last of Us de PlayStation por um título que conhecemos.
Os 40 minutos constroem com ternura o relacionamento entre as duas para trabalhar de maneira definitiva o drama principal de Ellie ao longo de sua história em The Last of Us: o trauma do abandono, em duas etapas: quando Riley avisa que está indo embora de Boston, o que faz Ellie ir embora com raiva e, após a jovem retornar, ambas demonstrarem afeto uma pela outra, sinalizando o início de uma relação amorosa abruptamente encerrada pela mordida de um infectado que surge no local.
Tudo isso se conecta muito bem, graças à trilha sonora, com o final do episódio, no qual o trauma de Ellie a faz tentar salvar desesperadamente Joel. Aqui, a série mais uma vez acerta ao descartar sequências de ação — no jogo, a garota precisa proteger o contrabandista de invasores — e se focar nas emoções da protagonista, em um desfecho tenso e sem palavras.

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