
The Last of Us apresenta conflitos intensos contra um novo inimigo em oitavo episódio - Crítica com Spoilers
David, um dos maiores antagonistas do jogo, ganha destaque neste capítulo da série

Crítica
Existe moralidade depois do apocalipse? A questão não é nova na televisão, especialmente depois da era The Walking Dead, e The Last of Us traz esses dilemas à sua maneira no oitavo episódio, no qual a HBO adapta um dos momentos mais tensos do jogo.
O capítulo aborda todo o capítulo do “Inverno”, no qual Ellie (Bella Ramsey) precisa cuidar de um enfermo Joel (Pedro Pascal), cuja ferida na barriga foi agravada por uma infecção. A forte nevasca também impede a dupla de se movimentar muito, tornando-os alvos fáceis para o grupo que causou a ferida no contrabandista, e que tem sede de vingança.
Isso só é revelado ao espectador depois de vários minutos de episódio. Primeiro, a série toma tempo para apresentar o grupo liderado por David (Scott Shepherd), um líder de fala mansa e olhar ameaçador e fiel crente na ideia de que “tudo acontece por um motivo” — uma linha filosófica que o transforma em pregador cristão na adaptação da HBO.
Além de ter tido um dos seus morto no conflito que fechou o sexto capítulo, o grupo também sofre com a falta de comida em um inverno rigoroso. No entanto, o rebanho continua a segui-lo fielmente. Quem jogou o jogo vai avistar bem rápido a presença de Troy Baker, o Joel do jogo, que na adaptação vive James, o braço direito de David.
O ponto alto deste oitavo episódio fica por conta das intensas interações entre Ellie e David. A garota surpreende o pastor quando este sai para caçar com James, que negocia com a jovem a troca de um cervo recém-abatido por remédios que podem salvar a vida de Joel. A ação é, mais uma vez, corretamente descartada o máximo possível, já que o jogo tem todo um momento em que os dois inimigos precisam unir forças para afastar uma horda de infectados.
Os diálogos tomam o primeiro plano, em dois momentos principais: quando David revela a Ellie a intenção de seu grupo de se vingar de Joel, e quando David captura a jovem, em uma tentativa de convencê-la a se juntar ao seu lado. No processo, descobrimos que o inverno rigoroso fez David adotar o canibalismo, oferecendo carne humana a seus seguidores sem que eles saibam.
Mais uma vez, a adaptação da HBO ganha pontos ao ampliar e intensificar a tensão por meio dos diálogos. A figura de David é a que mais se aproxima de um vilão convencional em The Last of Us, mas a ambiguidade moral é uma de suas maiores marcas e isso fica ainda mais evidente quando, na série, ele revela a Ellie que sua conversão para a fé é um meio para um fim, para que ele, que se descreve como um líder nato (e enxerga em Ellie as mesmas características), consiga manter seus seguidores sob controle.
Apesar de a ação ser mais uma vez diminuída em relação aos jogos, os conflitos aqui são inevitáveis, especialmente quando o remédio aplicado em Joel faz efeito e ele vai atrás de Ellie, atacando alguns dos seguidores de David no processo. Tudo culmina em um confronto visceral entre os dois protagonistas deste episódio em um restaurante em chamas, num momento traumático que se encerra com o reencontro entre Joel e Ellie, consolidando de vez a relação de pai e filha entre os dois e provando mais uma vez o quão boa é a química entre Pedro Pascal e Bella Ramsey.

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