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The Royal Hotel é uma jornada agoniante guiada por uma ótima atuação de Julia Garner
Com Jessica Henwick no elenco, o filme de Kitty Green expõe os perigos vivenciados por mulheres
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Crítica
Quatro anos após o primeiro trabalho da diretora Kitty Green com Julia Garner (Inventando Anna) em A Assistente, elas retomam a parceria, novamente para mostrar mulheres acuadas pelo machismo em seu local de trabalho. Em The Royal Hotel, no entanto, os problemas são bem mais escancarados.
Neste thriller psicológico, acompanhamos Hanna (Garner) e Liv (Jessica Henwick, de Glass Onion: Um Mistério Knives Out), duas amigas norte-americanas que aceitam um emprego em um pub no interior da Austrália para ganhar um dinheiro extra. Lá, elas logo começam a perceber por que a posição para duas jovens mulheres ainda estava aberta mesmo a poucos dias do trabalho começar.
Assim que Hanna e Liv chegam ao The Royal Hotel – único bar local perto de uma mina lotada de funcionários masculinos –, o filme começa uma jornada intensa que mistura um roteiro cheio de detalhes que podem parecer inocentes, se isolados, a um cenário assustador, tanto quando está lotado, com homens gritando para todos os lados, e especialmente quando está vazio, no final da noite, com pouca proteção contra intrusos.
Assim, Green quase constrói um filme de terror em que a gente fica sempre esperando o pior. Mas é interessante como a trama acontece aos poucos. No começo, é fácil passar pano para o trocadilho de mal gosto de um homem ou para o pedido de outro para que Hanna sorria mais. “Ah, ele só está bêbado”, “Realmente, Hanna nem deu uma chance e já está de cara fechada” foram pensamentos que passaram até pela minha cabeça no início, eu confesso.
Afinal, a intenção é justamente essa: por quanto tempo é possível ficar arrumando desculpas para homens serem machistas até que eles se tornem, de fato, perigosos? Hanna percebe o problema logo de início e a atuação brilhante de Julia Garner faz o espectador sofrer enquanto, a cada cena, ela se prova a única sã em meio a uma quantidade de absurdos cada vez maiores e enquanto a própria Liv faz pouco caso de suas dúvidas e questionamentos.
Em meio a tanto caos e agonia, Kitty Green ainda encontra momentos de respiro para evidenciar a amizade entre as amigas e também dar um consolo a elas através da personagem de Carol (Ursula Yovich), cozinheira do bar e companheira do dono, Billy. Durona a princípio, ela ajuda Hanna a encontrar calma e forças com um conselho simples, por exemplo, como olhar as estrelas.
Em uma conversa com colegas quando eu saí da sessão de The Royal Hotel, percebi que apenas eu e a única outra mulher do grupo havíamos reparado em alguns detalhes da construção de Hanna e Liv, como seu passado de traumas. Esse é um filme que provavelmente vai deixar as espectadoras femininas muito mais tensas, porque o medo das personagens reflete algo que a gente já sentiu em algum outro momento da vida. Ainda assim, Green constrói um roteiro que vai surpreender até o final mesmo aqueles que ainda não tinham sentido a urgência da situação.
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