Transformers: O Despertar das Feras é um retrocesso à desgastada Era Michael Bay - Crítica do Chippu

Transformers: O Despertar das Feras é um retrocesso à desgastada Era Michael Bay - Crítica do Chippu

Preferindo explicar uma história a contá-la, novo filme opta por caminhos decepcionantes

Thiago Romariz
6 de junho de 2023 - 4 min leitura
Crítica

A estrutura da aventura é quase uma réplica do que fez Transformers se desgastar. Uma infinidade de exposições para entender a mais simples das histórias, sacrifícios feitos com pouco ou nenhum envolvimento emocional e riscos que têm escalas tão desproporcionais quanto os carros que se transformam em robôs e cabem em um avião de carga (não como carros, e sim como robôs gigantescos). Este modelo exaustivo é o cerne de um filme que, curiosamente, começa e termina de forma muito mais interessante do que se desenvolve.

A proposta de transformar Optimus Prime (Peter Cullen) em um líder irresponsável, para depois vê-lo ganhar altivez é boa, assim como a conexão entre Mirage (Pete Davidson) e Noah (Anthomy Ramos), que funciona tão bem quanto os melhores momentos de Bumblebee e Hailee no filme anterior. Essas relações, porém, se esvaem quando a trama foca quase todo o seu desenvolvimento em explicações sobre chaves mágicas, energias robóticas e venenos que controlam corpos alienígenas.

O desfecho, que emula de forma meio constrangedora a batalha de Vingadores: Ultimato, revela como as relações poderiam ter sido melhor trabalhadas para que o clímax e as surpresas ganhassem o peso desejado - afinal, não é sobre salvar o mundo pela enésima vez, e sim por quem e porquê salvá-lo. Se estivesse preocupado, por exemplo, em explorar os anos 1990 como está em explicar sua simplória mitologia, Despertar teria não só meia dúzia de músicas da época, mas um cenário que fosse além do ambiente exótico do Peru ou animais gigantes para se diferenciar na franquia.

O desperdício não fica só evidente nestes pontos que o próprio filme realiza no terceiro ato, mas também ao longo da projeção, que não se decide entre contar ou explicar uma história. Ao optar por fazer o segundo, o novo Transformers se torna tudo que ele já tinha renegado, e volta no tempo para lembrar que certas coisas às vezes precisam só ser esquecidas, ao menos por um tempo.

2/5

Nota da Crítica
Thiago Romariz

0h 0min
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