Velozes e Furiosos 10 inicia o final da saga de forma simples, mas impactante - Crítica do Chippu

Velozes e Furiosos 10 inicia o final da saga de forma simples, mas impactante - Crítica do Chippu

Sequência coloca os pés no chão o suficiente para voltar a ser divertida e irreverente

Thiago Romariz
17 de maio de 2023 - 4 min leitura
Crítica

Depois de nove filmes em que carros foram ao espaço e duelaram contra tanques e submarinos, é complicado se manter surpreendente e relevante. Apesar da boa bilheteria de Velozes e Furiosos 9, a franquia começou a ver seu prestígio ser questionado, especialmente com a recepção morna dos dois últimos. O exagero, fator dominante e atrativo do último terço da série, permanece em Velozes e Furiosos 10, mas não intacto. Saem os jatos, as loucuras de espaço e tecnologia quase alienígena, e voltam as perseguições e explosões em corridas mais terrenas, menos mirabolantes.

Por outro lado, as loucuras e o tom jocoso seguem no que talvez seja o melhor vilão de todos os capítulos da saga, o Dante de Jason Momoa. Enquanto Vin Diesel continua compenetrado na missão de proteger a família e ser o Superman que ele nunca pôde, o Aquaman incorpora uma mistura dos Coringas de Jack Nicholson e Cesar Romero, com roupas bufantes, carros roxos e a maldade implícita nas piadas e trejeitos dignos de uma caricatura de bicheiros do Rio de Janeiro - afinal, o personagem tem influência brasileira e, ao que parece, foi criado no local.

Por mais que escorreguei algumas vezes na criação do antagonista, Momoa é efetivo a ponto de se tornar mais memorável que boa parte dos longas da franquia. O tom menos sisudo ou futurista do filme também ajuda, já que Louis Leterrier, o diretor, opta por mesclar as corridas com uma enxurrada de cenas de comédia e companheirismo que vão além do melodrama da família Velozes. Não se engane, o melodrama está lá, mas os segmentos cômicos com John Cena e Tyrese Gibson não se levam a sério o suficiente para tornar a jornada de quase 2h30 tão divertida quanto os melhores momentos da franquia.

A história em si, que fala sobre pais e filhos, se contenta em moldar as situações necessárias para os embates em velocidade e as frases de efeito. Dom protege o filho, Dante quer vingar o pai. As outras narrativas, como Letty (Michelle Rodriguez), Cipher (Charlize Theron), Tess (Brie Larson) e Aimes (Alan Ritchson), servem muitas vezes como justificativas estapafúrdias para o avanço da história, que deixa pontas mais do que soltas para o próximo filme, já anunciado para 2024. E se a montagem das cenas de ação, a última e a de Roma em especial), são ótimos exemplos de como Velozes é importante no mundo da ação, o mesmo não pode se dizer de todo o resto, pois o filme parece picotado e não tem sequer conexão de continuidade em muitas das cenas.

A ideia de família e a intensidade com que Vin Diesel abraçou o papel de Dom (ou Dommie, como Dante perfeitamente o batiza), chegou aos poucos a pisar numa seriedade desnecessária e que não combinava com o senso do ridículo que a série vinha abraçando. Neste novo capítulo, com os pés no chão o quanto lhe é possível, a franquia encontra um tom ajustado entre a diversão escandalosa e o drama gratuito para acompanhar as sequências de ação que a tornam especial.

Nota da Crítica
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Thiago Romariz
ONDE ASSISTIR

Velozes e Furiosos 10

Ação
2h 21min | 2023
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