10 Melhores Atuações em Filmes de 2023
Dos astros de blockbusters como Margot Robbie e Cillian Murphy aos pequenos mas inesquecíveis trabalhos como Greta Lee
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Assim como nas séries, é muito difícil falar das melhores atuações em filmes de 2023 sem falar do impacto da greve de atores. Diferente da TV, o cinema continuou com muitos lançamentos este ano, mas o contraste entre a demora infeliz dos estúdios nas negociações e a altíssima qualidade do trabalho visto em tela foi palpável.
10 Melhores Atuações em Séries de 2023
A greve aconteceu praticamente no momento em que Barbenheimer chegou, mas os elencos de Barbie e Oppenheimer ainda conseguiram promover seus trabalhos nas semanas anteriores. Não faltou oportunidades de ver Margot Robbie, Ryan Gosling, Cillian Murphy, Robert Downey Jr. e mais.
Mas depois, diversos atores não puderam celebrar seus trabalhos publicamente durante os lançamentos. Lily Gladstone, o monumento no centro de Assassinos da Lua das Flores, foi uma delas. Felizmente tínhamos o campo internacional, com anos premiados de Sandra Hüller, Koji Yakusho e outros.
Além disso tudo, porém, 2023 foi um baita desafio à afirmação de que não há mais estrelas de cinema. É muito difícil argumentar isso vendo o status obtido por Robbie, Gosling, Murphy e cia. nos últimos meses. Contribuindo com isso, claro, estão os grandes feitos em filmes pequenos, aqui representados por Greta Lee e Rachel McAdams.
Abaixo, listamos em ordem alfabética (não rankeado) as 10 melhores atuações do ano em séries.
Charles Melton (Segredos de um Escândalo)
Do tanquinho de alguém que toma uma cerveja a mais do que devia à entonação insegura de suas declarações, Joe é simultaneamente adulto e criança em Segredos de um Escândalo, um novelão da maior qualidade que, apesar das atuações chamativas de Natalie Portman e Julianne Moore, depende inteiramente de Melton, e de sua capacidade de inserir os traços de personalidade do seu papel em toda santa cena.
Cillian Murphy (Oppenheimer)
Já falamos aqui como Oppenheimer é um filme de contradições, que de alguma maneira funcionam. Cillian Murphy é o ponto chave onde todos esses temas se encontram; o átomo no centro da explosão nuclear concebida por Christopher Nolan. Seus olhos arregalados revelam um homem assombrado pelo que vê em sua mente, mas seu sorriso fácil o transforma num líder carismático.
Greta Lee (Vidas Passadas)
Capturar a quantidade de emoções pelas quais Nora passa em Vidas Passadas é praticamente impossível. Essa mulher passa por uma situação única, e uma que a força a considerar todas as vidas que ela podia ter vivido. Milagrosamente, Greta Lee absorve e comunica tudo isso, encontrando em gestos, posturas e olhares as ferramentas para dominar esse turbilhão de sensações e deixá-las profundamente humanas.
Koji Yakusho (Dias Perfeitos)
Koji Yakusho não diz quase nenhuma palavra em Dias Perfeitos. Seu Hirayama se satisfaz com o silêncio e a simplicidade. Mas pergunte a qualquer um que assistir ao filme, e você terá uma pintura completa de um homem que nos ensina a valorizar o espetáculo cotidiano. Seus gostos, medos, cicatrizes e prazeres estão plenamente visíveis, graças ao ator.
Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores)
Uma das maiores críticas a Assassinos da Lua das Flores é o tempo em que Lily Gladstone passa fora de cena, deitada doente numa cama. Parece que o filme ganha um vazio. Isso é, claro, proposital. Leonardo DiCaprio pode ser o primeiro nome do pôster, mas a Mollie de Gladstone é o coração deste épico. Ela é tanto nossos olhos quanto nossa porta de entrada nesse mundo, e seu silêncio estoico e choro doloroso conduzem nossas emoções.
Margot Robbie (Barbie)
Margot Robbie virou uma estrela de cinema a partir do momento em que entrou em cena capturando a atenção de Jordan Belfort e todo o mundo em Lobo de Wall Street, mas em Barbie, o maior filme do ano, ela se tornou absoluta. Para esse papel funcionar, para esse filme funcionar, ela precisa ser perfeita. Tudo está em suas costas. É maravilhoso ver o quão fácil isso parece quando ela abre um sorriso.
Rachel McAdams (Crescendo Juntas)
Era muito fácil esse papel ser ruim, mas como tudo em Crescendo Juntas, a mãe de Margaret é uma personagem construída com maturidade e cuidado. Rachel McAdams simplesmente se recusa a ser um clichê, e se o filme precisa tratar de assuntos difíceis como menstruação e fé, Barbara precisa fazer o mesmo com sua filha. Em McAdams encontramos a confusão e determinação de uma mãe que tenta.
Robert Downey Jr. (Oppenheimer)
Para Robert Downey Jr., é muito fácil transformar toda atuação numa versão de seu icônico Tony Stark. Por isso, é impressionante ver como ele usa a voz e postura para ser tudo menos isso em Oppenheimer, ainda mantendo carisma e humor, mas de maneira mais intimidadora e até vilanesca. Lewis Strauss não é, literalmente, um vilão, mas na mão de RDJ, fica fácil sentir a tensão entre ele e o físico de Murphy.
Ryan Gosling (Barbie)
Apesar de seu rosto de galã e corpo de herói, Ryan Gosling parece brilhar mais quando interpreta patetas. Basta ver A Garota Ideal ou Dois Caras Legais para enxergar seu humor descontraído e inesperado. Em Barbie, Greta Gerwig levou isso ao extremo. Seu Ken é tão cativante que periga roubar o filme. O boneco pode ser esquecido, mas Gosling nunca será.
Sandra Hüller (Anatomia de uma Queda + Zona de Interesse)
Como escolher entre Sandra Hüller como um teste de Rorschach humano e Sandra Hüller como a mais maldosa pessoa de um filme protagonizado por um nazista que trabalha em Aushcwitz? A resposta é: não vamos. Se em Anatomia de uma Queda a atriz alemã é cativante o suficiente para criar dúvidas em nossa mente sobre sua culpa na morte do marido, em Zona de Interesse ela nos deixa distantes, transbordando maldade inacessível. É a definição de versatilidade.