Pode ser que finalmente a greve dos roteiristas em Hollywood caminhe para uma resolução. De acordo com a Bloomberg, a proposta apresentada pela AMPTP, associação que representa os estúdios, inclui a promessa de que inteligência artificial não substituirá os roteiristas na produções, que os créditos serão dados aos escritores e que os números de audiência de filmes e séries serão abertos para que entendam o desempenho de cada produção.

Tanto o assunto de inteligência artificial quanto o da audiência em streaming, que nunca foi revelada de forma detalhada pelas empresas, estavam entre os principais pontos de discordância entre estúdios e escritores. Ainda de acordo com a Bloomberg, estúdios como Netflix e Disney, com forte apoio de Bob Iger, CEO da empresa do Mickey, lideram a frente de negociação para que a greve que já dura 100 dias termine.

A informação ganhou ainda mais força quando a Variety, veículo de grande influência em Hollywood, corroborou as informações da Bloomberg e ainda adicionou que os estúdios atenderam à demanda do WGA por um mínimo de roteiristas para equipes de TV. A proposta da AMPTP daria aos showrunners autoridade significativa para definir o tamanho da equipe, de acordo com as fontes, com um fator adicional para o tamanho do orçamento do programa.

A expectativa é que uma resposta do Sindicato dos Roteiristas chegue até sexta-feira e, ainda segundo a Variety, nos bastidores o otimismo é muito maior que outrora. Ainda que isso não influencia diretamente na greve dos atores, pode ser o primeiro passo para uma resolução já que os pontos levantados por ambos os Sindicatos são bem semelhantes.

Entenda a greve em Hollywood

Outra preocupação dos atores diz respeito à Inteligência Artificial. Eles temem que possam acabar perdendo não só os trabalhos, mas também o controle da própria imagem por conta disso. Um membro do sindicato explicou ao Deadline que o episódio "Joan é Péssima", da sexta temporada de Black Mirror, é visto como um documentário do futuro pelos atores.

Ao entrar em greve, o Sindicato dos Atores se juntou ao Sindicato dos Roteiristas (WGA) numa paralisação que deve afetar vários setores da indústria de Hollywood. Esta é a primeira greve de atores em 23 anos.

O contrato trabalhista de três anos do WGA com os estúdios se encerrou em 1º de maio. Duas semanas antes do fim do contrato, os 98% dos membros do grupo votaram autorizando os conselhos do sindicato a declarar uma greve caso um acordo não fosse fechado, o que aconteceu.