
The Promised Land | Mads Mikkelsen comanda épico dinamarquês com cara de Oscar
Novo filme de Nikolaj Arcel, de O Amante da Rainha, foi exibido no Festival de Toronto

Notícias
O início de The Promised Land, filme de Nikolaj Arcel exibido no Festival de Toronto 2023, faz um passeio por uma paisagem inerte do interior da Dinamarca, mais especificamente um brejo. Esse local incapaz de dar frutos vira o caminho para Ludvig Kahlen (Mads Mikkelsen), um bastardo ávido por um título de nobreza, provar seu valor ao rei do país. Cego por tal de obsessão, o ex-militar parte com o pouco que tem numa busca individual por reconhecimento, e o que começa como egoísmo se transforma num faroeste europeu sobre família, legado e preconceito.
Liderado por um Mikkelsen inspirado, The Promised Land nunca se desvia das dores que uma terra pobre traz aos seus habitantes. Assim como aquele solo, que precisa de dedicação e nunca teve a crença de ninguém, Kahlen passeia pela tela como um soldado buscando sentido na vida pós-guerra e às custas da ajuda de todos que passam pelo seu caminho. Sem querer, ele acaba criando laços que fazem florescer a humanidade que ele desconhecia, assim como uma planta que pode vir a nascer naquele brejo.
A firmeza com que Arcel conduz a jornada de Kahlen é louvável, tanto quanto a suavidade com que Mikkelsen consegue transformar o personagem em um adorável e complicado fazendeiro. Kahlen quer ser nobre mas veste roupas surradas compradas em de segunda mão, ao mesmo tempo que se esforça como ninguém para aprender sobre plantio, leitura e redação. Na bondade que beira a inocência, ele é capaz de rever os próprios preconceitos e remonta como enxerga a vida. E os veículos para tais mudanças estão no excelente elenco de apoio, como a ótima Amanda Colin como Ann Barbara, a sagaz Melina Hagberg e o hilário vilão de Mortan Hee Andersen.
Por ter em mãos tanto o roteiro quanto a direção, Arcel parece controlar o ritmo da narrativa como quem sabe a hora certa de surpreender e, sem pudor nenhum, decepcionar a audiência com as atitudes de seus personagens. Mesmo que não haja espaço para melodrama barato ou atitudes heróicas desmedidas, o cineasta não esquece o tom que pincelou no início da projeção, e entrega um clímax digno de dramas épicos com a cara de premiações que o cinema tanto ama. Independente dos louros que levar ou não, The Promised Land traz de volta a melhor forma de Arcel, que parece de fato ter em Mikkelsen, também seu parceiro no ótimo O Amante da Rainha, seu grande tradutor de sentimentos.
festival-de-toronto
tiff
mads-mikkelsen
the-promise-land
toronto
chippu-originals
Você pode gostar
O Brutalista: Épico de Brady Corbet flutua entre majestoso e frustrante
Leia nossa crítica do longa de Brady Corbet com Adrien Brody

Venom: A Última Rodada | Final explicado e cenas pós-créditos
Novo filme do simbionte já está nos cinemas

D23 Brasil: Ingressos, datas e tudo sobre o evento oficial da Disney
Veja todas as informações disponíveis sobre a D23 Brasil

Pinguim abraça lado cartunesco - no melhor sentido - em episódio que marca de vez a guerra entre Oz e Sofia - Crítica e Resumo
Série se afasta do drama de máfia para se jogar de vez nos quadrinhos
