A julgar pelo teaser mostrado depois do segundo episódio, muitos fãs de A Casa do Dragão acreditaram que este já seria um daqueles episódios com batalhas e dragões, prometidos pelos criadores da série. Não foi bem assim. O terceiro capítulo desta segunda temporada, continua preparando o tabuleiro para aquele que será um dos primeiros grandes momentos de guerra desse novo ano.

O episódio equilibra bem a tensão e o drama-de-castelo, tanto em Porto Real, quanto em Pedra do Dragão, seja com a relação de poder de Aegon ou o conflito entre Rhaenyra e seu conselho. Por outro lado, acompanhamos Daemon em sua jornada para reivindicar Harrenhal, que acrescenta uma pitada sombria de terror e alucinação ao caminho dele.

Mas o grande ápice do episódio é um dos momentos mais aguardados pelos fãs da série: o reencontro de Rhaenyra (Emma D’Arcy) e Alicent (Olivia Cooke). Em uma cena à la Murilo Benício em O Clone, a filha de Viserys (Paddy Considine) consegue chegar rapidamente até Porto Real e se infiltrar para ficar cara a cara com a Rainha Viúva. “É tarde demais”, diz Alicent.

As visões de Daemon

Sumido desde o início do segundo episódio, finalmente vemos Daemon (Matt Smith) chegando até Harrenhal, o gigantesco castelo de Westeros. Ele encontra tudo aos escombros e sob muita chuva. Ao encontrar Simon Strong (Simon Russell Beale) e reivindicar o castelo, o tio de Larys (Matthew Needham) logo entrega o local para o marido de Rhaenyra. Vale o destaque para as belas cenas durante a noite e na chuva, onde é possível ver os detalhes de todo o cenário, sem precisar apertar os olhos.

Em um dos momentos mais interessantes, e que ressoa no grande conflito da série entre Verdes e Pretos, Simon fala da batalha entre os Blackwood (leais aos Pretos) e os Bracken. Essa batalha é apresentada no início do episódio e mostra milhares de mortos. Daemon pergunta como a disputa entre as duas famílias começou e Strong afirma que é coisa do passado. “Pecado leva ao pecado”, ele diz. A fala é a mesma de Rhaenys para Rhaenyra, durante o enterro de Arryk e Erryk, sobre a guerra dela com Aegon (Tom Glynn-Carney). Quando começou? Com Lucerys? Com Jaehaerys? Com o olho de Aemond? Simon ainda deixa claro para Daemon que sabe que Larys foi o responsável pelo grande incêndio que matou o Lyonel Strong, e o irmão do “Pé Torto”, Harwyn.

Passando a noite no local, conhecido por sua maldição, citada desde Game of Thrones, Daemon percebe que alguém está tentando entrar em seu quarto. Quando ele, empunhando sua espada, vai atrás da pessoa, acaba em um outro quarto e vê a versão jovem de Rhaenyra (Milly Alock) costurando o pescoço de Jaehaerys. “Eu tenho que limpar sua bagunça”, diz ela.

Ele então acorda do sonho e está em pé na frente da Árvore Coração do local. Uma mulher que está atrás dele diz: “Você vai morrer neste local”.

Aegon II quer Guerra

O grande conflito entre Aegon II e Rhaenyra é iminente. E ambos sentem a pressão da grande guerra que se aproxima. Tanto em Porto Real, quanto em Pedra do Dragão, a movimentação e a cobrança por atitudes, aquecem os ânimos nos conselhos de seus respectivos regentes.

Vemos pela primeira vez, Ser Criston Cole (Fabien Frankel) vestindo o símbolo da Mão do Rei, que ao contrário do broche clássico, aparece como um colar com várias mãos. No conselho, ele afirma que uma atitude precisa ser tomada logo e diz que os exércitos precisam marchar para atacar as forças de Rhaenyra o quanto antes. Alicent confronta o amante dizendo que sua afobação custou a vida de Arryk (Luke Tittensor), no ataque do episódio passado. Há uma grande discussão sobre o uso ou não de dragões logo - inclusive com mais uma citação à Daeron Targaryen. Aegon diz que vai para a guerra com seu dragão e que as pessoas o consideram temível. As reações do conselho e de Aemond mostram que eles não compartilham da mesma ideia.

A relação dos dois irmãos parece central para o que veremos nos próximos episódios. Aemond é mais estrategista que Aegon e se senta no conselho buscando essa posição dentro do comando de Porto Real. Já Aegon, mesmo com as recomendações, se veste para a batalha. Larys Strong então o aconselha a não sair agora para a batalha, afirmando que diversas pessoas do reino veem sua saída como uma estratégia de Aemond (Ewan Mitchell) e Alicent para governar em sua ausência.

O rei dá um passo atrás e decide permanecer em Porto Real, onde vai com seus amigos - e agora sua guarda - beber. Lá conhecemos Ulf (Tom Bennett) - que já havia aparecido no episódio passado olhando os corpos enforcados. Ele se apresenta para outros como sendo filho de Baelon, irmão bastardo de Daemon, mas não quer que a informação se espalhe.

No prostíbulo, Aegon encontra Aemond em um momento de vulnerabilidade e retorna ao comportamento do passado, zombando e depreciando o irmão. É um momento forte, Aemond se levanta despido, com raiva e negando qualquer sentimento ou razão pela mulher que sempre procurou por conselhos. “Uma prostituta é tão boa quanto a outra”, afirma ao deixar o local.

Rhaenyra não quer Guerra

Em Pedra do Dragão, Rhaenyra também tem que enfrentar seu conselho, aqui, ávido pela guerra e por uma reação ao ataque de Arryk. A rainha é reticente e deseja arranjar um jeito de evitar o conflito. O conselho chega a afirmar que ela deveria se retirar para se proteger, deixando clara a intenção de que os homens ali em volta daquela mesa, deveriam assumir o controle. Rhaenyra lembra a todos que aquilo é traição e pede que parem por aí.

Mais tarde no episódio, a informação trazida por Baela (Bethany Antonia) não ajuda muito a posição da rainha: Cole e os cavaleiros estão se aproximando. Montada em Moondancer, a jovem avistou um pequeno grupo liderado pela Mão, e os perseguiu até uma floresta, onde os perdeu de vista. Essa nova informação joga ainda mais pressão para que Rhaenyra tome uma atitude. Mas ela tem outros planos.

O Encontro de Alicent e Rhaenyra

Tão fácil quanto a informação de Mysaria é a forma como Rhaenyra chega até Porto Real. Disfarçada de freira, ela cruza os portões da cidade e vai até o Grande Septo, único local onde Alicent fica sozinha por um determinado tempo. A filha de Viserys se ajoelha ao lado da ex-amiga enquanto ela prepara uma oração.

A surpresa de Alicent quase coloca tudo a perder. “E se eu gritar?”, diz a rainha viúva. “Eu serei presa e morta, mas antes eu te mato”, responde Rhaenyra, percebendo que aquele não foi um bom começo para a negociação de paz que pretende.

As duas conversam, citam as mortes de Lucerys, Jaehaerys e todo o mal que vem acontecendo. Rhaenyra lembra do desejo do pai de que ela fosse a rainha e Alicent jura pela memória da mãe que nunca foi contra o desejo de Viserys ou tramou contra a amiga. Entretanto, o marido mudou de ideia no leito de morte. Rhaenyra pede que Alicent conte as últimas palavras do pai e ela diz que mesmo fraco ele falou de Aegon: “Aegon o príncipe prometido”.

Rhaenyra percebe o mal-entendido e tenta mostrar para Alicent que ela cometeu um erro, já que a fala se refere à “Canção de Gelo e Fogo”, que o pai contava para ela. A mãe de Aegon II não aceita a fala de Rhaenyra e diz que a guerra é iminente, citando ainda Aemond e seu comportamento. “É tarde demais, Rhaenyra”, diz Alicent no encerramento do episódio.

O terceiro episódio de A Casa do Dragão já está disponível na Max