A Vida de Chuck surpreende em história fantástica e melancólica, com show de Tom Hiddleston e Mark Hamill

A Vida de Chuck surpreende em história fantástica e melancólica, com show de Tom Hiddleston e Mark Hamill

Filme arrebatou o coração do público e venceu o People’s Choice do Festival de Toronto

Alexandre Almeida
15 de setembro de 2024 - 4 min leitura
Notícias

Mike Flanagan ganhou o coração dos fãs de terror com suas séries da Netflix, especialmente com A Maldição da Residência Hill e Missa da Meia-Noite. Ter o diretor adaptando uma obra de Stephen King seria o sonho de qualquer admirador do gênero, do diretor ou do autor. Isso aconteceu no elogiado Doutor Sono, uma continuação da história de O Iluminado, que não teve a atenção devida - e teve que lutar contra ser uma "sequência" de um dos filmes mais amados do cinema. Com A Vida de Chuck, Flanagan escolheu um caminho diferente e buscou uma história mais melancólica, que busca a alegria e um propósito sobre o nosso tempo na Terra.

A história do filme é dividida em três capítulos que contam a vida do personagem vivido por Tom Hiddleston. No primeiro momento, não sabemos quem ele é e só o vemos em aparições em outdoors e propagandas de TV que o agradecem “por tudo”. Depois, assistimos uma tarde de sua vida já adulta e em seguida sua fase como um jovem criado pelos avós. Hiddleston, por mais que seja o protagonista da história, não tem tanto tempo de tela assim. Sua participação está mais focada nesse segundo ato, em que ele brilha com o seu carisma habitual, que ganha ainda mais força com uma longa sequência de dança, que Flanagan conduz como se fosse um experiente diretor de musicais.

Life-of-Chuck-3

Além do grande elenco, que ainda inclui Chiwetel Ejiofor, Karen Gillan, Matthew Lillard, Jacob Tremblay e o ótimo Benjamin Pajak, quem merece todos os aplausos que o filme recebeu no Festival de Toronto é Mark Hamill, como Albie, o avô de Chuck. Talvez uma das melhores atuações da carreira de Hamill, ele é responsável pelo lado mais “terror” da obra, com um segmento todo voltado para questões psicológicas e traumas. A dor de Albie também faz parte da criação de Chuck como a pessoa que ganha os agradecimentos nos letreiros e Hamill brilha ao balancear a rispidez e a amargura, com momentos de ternura e, claro, conhecimentos.

Flanagan conta uma história fragmentada, que vai se costurando e reencontrando elementos apresentados em diferentes partes, como num grande conto que parece ter saído diretamente do cinema de Steven Spielberg e Richard Donner, nos anos 1980. A melancolia e a estranheza da primeira parte do filme, que tem tons mais sci-fi, é fundamental para abraçarmos o restante da história. Quem é esse Chuck que todos agradecem pela sua vida, você vai se perguntar junto com o personagem de Chiwetel Ejiofor. Aos poucos esse quebra-cabeça vai sendo montado, numa emocionante jornada, que nunca perde o real propósito da história: refletirmos por tudo o que passamos e as vidas que tocamos ao longo do nosso caminho.

Life-of-Chuck-4

Que Mike Flanagan é um dos grandes nomes do cinema e da TV atualmente, não há dúvida e ele vai ter a prova de fogo definitiva ao mexer no vespeiro de O Exorcista em breve. O que surpreende em A Vida de Chuck é esse lado ingênuo, melancólico, que nunca deixa de abraçar o fantástico que as histórias de Stephen King apresentam. A conquista do prêmio do Público no Festival de Toronto pode colocar o filme no mesmo caminho das adaptações de King que mais puxam por esse lado, como À Espera de um Milagre e Um Sonho de Liberdade, ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme.

Em uma época em que se valoriza obras mais debochadas e menos otimistas com a humanidade, A Vida de Chuck é um respiro emocionante, carismático e cheio de pequenos grandes momentos, ancorados pelo talento técnico e narrativo de Flanagan e o maravilhoso elenco que ele reuniu.

Life-of-Chuck-2

critica
festival-de-toronto
tom-hiddleston
mike-flanagan
mark-hamill
a-vida-de-chuck
chippu-originals

Você pode gostar

titleCríticas

O Brutalista: Épico de Brady Corbet flutua entre majestoso e frustrante

Leia nossa crítica do longa de Brady Corbet com Adrien Brody

Guilherme Jacobs
28 de outubro de 2024 - 10 min leitura
titleFilmes e Cinema

Venom: A Última Rodada | Final explicado e cenas pós-créditos

Novo filme do simbionte já está nos cinemas

Alexandre Almeida e Guilherme Jacobs
24 de outubro de 2024 - 1 min leitura
titleFilmes e Cinema

Venom: A Última Rodada fecha a trilogia com um ensaio de comoção

Terceiro filme ainda aposta no escracho mas com exagerada timidez

Marcelo Hessel
24 de outubro de 2024 - 5 min leitura
titleDisney

D23 Brasil: Ingressos, datas e tudo sobre o evento oficial da Disney

Veja todas as informações disponíveis sobre a D23 Brasil

Matheus Rodrigues
21 de outubro de 2024 - 4 min leitura