Após dominar o Emmy com O Gambito da Rainha e The Crown, Netflix mira no Oscar

Após dominar o Emmy com O Gambito da Rainha e The Crown, Netflix mira no Oscar

Oito anos após sua primeira indicação em Melhor Série, plataforma de streaming saiu vitoriosa em duas das três principais categorias

Guilherme Jacobs
20 de setembro de 2021 - 4 min leitura
Notícias

A Netflix finalmente chegou no topo da televisão. Em 2013, a empresa se tornou a primeira plataforma de streaming a conseguir uma indicação nas categorias de melhor série no Emmy com House of Cards, mas não foi até o último domingo (19), oito anos depois, que a estatueta realmente foi dada à uma produção sua; The Crown em Melhor Série de Drama e O Gambito da Rainha em Melhor Minissérie.


Os competidores colheram, primeiro, as sementes plantadas pela Netflix. The Handmaid's Tale foi a primeira série de uma plataforma de streaming - Hulu - a levar o título de Melhor Drama em 2017. Em 2018 e 2019, The Marvelous Ms. Maisel e Fleabag, ambas do Amazon Prime Video, seguiram o caminho vitorioso em Comédia. A Netflix seguia tentando com Stranger Things, O Método Kominsky e a própria The Crown, mas o sucesso sempre ficava distante, normalmente com algo da HBO.


Então, em 2021, a empresa responsável por mudar a televisão de maneira irreversível escalou o monte, e da maneira mais gloriosa possível ao se tornar a primeira plataforma de streaming com duas vitórias nas três principais categorias do Emmy (Melhor Comédia foi para a Apple TV+ com Ted Lasso). Ted Sarandos e sua equipe podem finalmente dormir tranquilos testemunhando seu reinado. A vitória de O Gambito da Rainha em particular traz um gostinho especialmente doce, já que veio em cima de competidores de peso - Mare of Easttown e I May Destory You da sua maior rival, HBO.


Mas dessa vez, os Emmys ficaram vermelhos. Foram esmagadoras 44 vitórias da Netlix, empatando o recorde da CBS em 1974 como maior número de estatuetas de um "canal" numa única edição. A HBO, por sua vez, teve apenas 19. Disney+ (14) e Apple TV+ (10) ficaram ainda mais atrás.


E agora, o que falta?


A resposta é clara: Oscars. As frustrações recentes da Netflix na televisão só não maiores do que no cinema. Nos últimos três anos, filmes de cineastas super aclamados como Alfonso Cuáron (Roma), Noah Baumbach (História de Um Casamento), Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago), David Fincher (Mank) e até mesmo Martin Scorsese (O Irlandês) conquistaram indicações a Melhor Filme na premiação da Academia. Nenhum venceu.


2022 trará mais pesos-pesados. Como você pode ver em nossa lista de prováveis indicados ao Oscar, a Netflix tem candidatos de força ao prêmio, incluindo o atual favorito Ataque dos Cães, de Jane Campion. A Academia de cinema, entretanto, tem se mostrado mais resistente aos esforços da produtora do que de televisão, com muitos de seus membros demonizando streaming como um dos responsáveis pela morte das telonas.  


Mas se o Emmy prova algo, é que talvez seja tudo uma questão de tempo. Foram oito anos entre o momento que House of Cards abriu as portas e The Crown e O Gambito da Rainha cruzarem a linha de chegada. Chamem-me de otimista, mas a demora no cinema certamente será mais curta.

emmy
emmys
netflix

Você pode gostar

titleFilmes e Cinema

Emília Pérez | Como filme da Netflix se tornou favorito aos prêmios de 2025?

Netflix investiu pesado na campanha de Emília Peréz para a temporada de premiações

Igor Pontes e Matheus Ramos
6 de janeiro de 2025 - 3 min leitura
titleAnime

Dragon Ball Daima | Produtor sugere mensagem secreta na série; entenda

Cada episódio pode trazer um easter egg inacreditável

Pedro Henrique Ribeiro e Matheus Ramos
3 de janeiro de 2025 - 1 min leitura
titleFilmes e Cinema

Rua do Medo | Nova trilogia de filmes já está em produção, diz autor

Franquia terá sete filmes muito em breve

Pedro Henrique Ribeiro e Matheus Ramos
3 de janeiro de 2025 - 1 min leitura
titleNetflix

Recruta | 2ª temporada ganha data e trailer com Noah Centineo na Coréia do Sul

Série retorna ainda em janeiro, na Netflix

Matheus Fiore e Matheus Ramos
2 de janeiro de 2025 - 1 min leitura