Barbie: Conheça todas as bonecas que aparecem no filme, mas foram tiradas de linha pela Mattel - e entenda por quê
O novo filme da Barbie é quase uma aula de história sobre a linha de bonecas da Mattel
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Além de fazer referência a filmes clássicos e importantes momentos da cultura pop, Barbie também brinca com a própria história da boneca. Isso acontece especialmente através de homenagens aos brinquedos que foram descontinuados pela Mattel, como a Midge (Emerald Fennell), o Allan (Michael Cera) e outros personagens que fazem breves participações.
Se você ficou curioso e quer relembrar a história da Barbie enquanto linha de bonecas, o Chippu separou aqui todos os brinquedos específicos que aparecem no filme, mas não são mais vendidos – e o motivo disso.
1- Allan
Um dos melhores personagens do filme, Allan foi lançado em 1964 como o melhor amigo do Ken. O grande ponto de sua campanha era enfatizar que todas as roupas do Ken cabiam nele também. No entanto, ele saiu de linha dois anos depois, porque nunca foi tão popular quanto o melhor amigo.
Allan também era vendido como o namorado da Midge (nosso próximo item) e chegou a voltar ao mercado algumas vezes no começo dos anos 1990, depois nos anos 2000 e em 2014, no seu aniversário de 50 anos.
Assim como Allan, Midge foi lançada em 1963 para ser a melhor amiga da Barbie. Elas também podiam dividir roupas, mas Midge era uma versão mais "comum" da boneca, com a qual as meninas podiam se identificar mais. Ela tinha sardas no rosto e não usava muita maquiagem.
No entanto, a estratégia não deu muito certo e ela saiu de linha em 1967, voltando em breves aparições nos anos 1980 e 1990. Até que, em 2002, a Mattel decidiu lançar a Midge grávida (que aparece no filme). Ela tinha uma barriga com ímã, que, quando era removida, tinha um pequeno bebê dentro.
Mas ela também não durou muito tempo após alguns pais acharem que ela incentivava a gravidez na adolescência.
Uma das Barbies mais aleatórias já lançadas, essa versão da boneca vinha com um colar que tinha uma câmera instalada e uma tela nas costas, assim como vemos no filme. Ela podia gravar até 30 minutos de imagens, que podiam ser baixadas em um computador.
A Mattel divulgou que o brinquedo era um incentivo para cineastas do futuro, mas não durou muito tempo quando o FBI (!) entrou no meio por preocupação da câmera ser usada para pornografia infantil. Ainda assim, ela durou quase dois anos entre 2010 e 2012.
Esse boneco aparece brevemente na casa da Barbie Esquisita no final do filme, mas teve seu momento de brilhar na história da Mattel. No começo dos anos 1990, uma pesquisa feita com crianças concluiu que o Ken não era legal o suficiente. Foi aí que, em 1993, o Ken do brinco mágico surgiu para tentar mudar essa imagem com o cabelo platinado, colete de couro, brincos e um colar emblemático.
Considerando a época, nem é muita surpresa que pais mais conservadores tenham caído em cima da Mattel por acreditar que o boneco "incentivava a homossexualidade", né? Ele saiu de linha em seis meses, mas, de acordo com uma matéria de 2009 do Huffpost, foi o Ken mais vendido de todos os tempos.
Assim como é mencionado no filme, o Ken é chamado de Sugar Daddy aqui justamente por ser o "pai" de uma cachorrinha chamada Sugar. Mas, mesmo em 2009, quando foi lançado, não caiu muito bem ter um boneco que brincava com a ambiguidade do nome (que também pode significar o relacionamento com um homem mais velho que banca a outra pessoa). A Mattel teve até que emitir um comunicado se explicando.
Tanto a Skipper, quanto a Skipper que Cresce, aparecem em Barbie, mas a última tem um destaque um pouco maior no final do filme, também dentro da Casa da Barbie Esquisita. E o motivo é bem justo!
Criada em 1964, a Skipper é a irmã mais nova da Barbie, que atualmente adora tecnologia. Mas, em 1975, ela passou publicamente pela puberdade com o lançamento da versão que cresce. Quando a criança girava o braço esquerdo da boneca, ela aumentava de altura e seus peitos cresciam, para representar a passagem de menina para adolscente.
Mesmo hoje, essa é uma ideia bizarra. Tanto é que ela logo saiu de linha, em 1977.
Essa versão aparece bem rapidamente no filme, mas a boneca deu o que falar (literalmente) em 1992, quando foi lançada. Ela era programada para gerar quatro frases automáticas, mas uma delas causou controvérsia: "A aula de matemática é difícil".
Várias pessoas criticaram a Mattel por insinuar que garotas não conseguiam aprender matemática, especialmente pelo objetivo da Barbie ser ajudar meninas a acreditarem que elas podem fazer qualquer coisa.
A Barbie não saiu de linha, mas a Mattel removeu a frase das configurações e ofereceu reembolso para quem quisesse trocar a boneca antiga pela nova. A controvérsia gerou até um episódio na quinta temporada de Os Simpsons.
A Teen Talk Barbie (Marisa Abela) falava frases como "vamos planejar o casamento dos sonhos" e "matemática é tão difícil", e acabou sendo alvo de críticas severas do movimento feminista por promover o estereótipo da "loira fútil e burra". pic.twitter.com/ZhOFIxefor
— Pably Lorenzony 🦩 (@pablolorenzoni) July 22, 2023
8- Tanner, o cachorro
Assim que Barbie entra na casa da Barbie Esquisita no filme, ela é recepcionada pelo cachorrinho que anda de forma robótica e... faz cocô. Esse brinquedo realmente existiu.
O cachorrinho Tanner vinha com a Barbie e aceitava biscoitos que passavam pelo seu sistema digestivo até sair como pequenas bolinhas marrons. O problema é que as bolinhas vinham com ímã, o que gerou preocupações da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA, uma vez que, se uma criança engolisse vários, eles poderiam causar uma perfuração ou bloqueio fatal no intestino.
O cachorrinho que faz cocô existe até hoje, mas, agora, sem os ímãs.