Opinião: Batman e Robin é um projeto perfeito para o Universo DC de James Gunn
Por que a escolha de um filme da dupla dinâmica faz total sentido para o estilo de James GUnn
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Pare para pensar por um tempo, e fará todo sentido por que James Gunn escolheu Batman e Robin como um dos primeiros projetos do Universo DC de seu recém-formado DC Studios. A dupla dinâmica dos quadrinhos pode ser acompanhada por estigma — seja pelas piadas ultrapassadas sobre sua sexualidade ou, bom, por conta daquele filme — mas para Gunn, a ideia oferece uma oportunidade de fazer o que ele faz de melhor. Com Guardiões da Galáxia e O Esquadrão Suicida, o diretor e roteirista se mostrou, sempre, interessado nos brinquedos menos esperados. Batman e Robin, porém, é uma pedra fundamental excelente para construir esse edifício.
Hoje em dia, a ideia de Batman e Robin, para quem não é familiarizado pelos quadrinhos da DC, é muitas vezes vista de forma cômica. Seja pelo figuro associado ao Robin por conta da série clássica de Adam West e Burt Ward nos anos 1960 ou pelo rejeitado filme de Joel Schumacher na década de 1990, uma espécie de preconceito foi criado pelo grande público quando se trata da parceria mais famosa das HQs. Talvez por conta disso, a presença do Menino Prodígio nos filmes do Homem Morcego foi praticamente anulada, com a exceção de uma versão mais limitada em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, com Joseph Gordon-Levitt, e de Robin morto em Batman vs. Superman: A Origem da Justiça.
Mas não é exatamente nesse tipo de ambiente que Gunn floresce? Na Marvel, ele pegou os Guardiões da Galáxia, um grupo que até seu filme estava, no máximo, na terceira divisão de popularidade dos quadrinhos da editora, e os transformou numa das equipes mais populares daquele universo. Seu terceiro e último filme com eles pode muito bem ser o mais aguardado da Fase 5 do MCU.
Batman e Robin não são desconhecidos assim (bom, Damian Wayne talvez seja). Entretanto, a primeira aventura de Gunn na DC, a continuação/soft-reboot O Esquadrão Suicida, mostra a outra especialidade de suas abordagens. Além de pegar personagens até então destinados às margens da cultura pop, Gunn mostrou um enorme talento para redimir a imagem associada a certos nomes. Se Esquadrão Suicida (2016), de David Ayer, foi taxado como um dos piores, se não o pior filme do antigo DCEU, a versão de Gunn se tornou um dos títulos mais bem-avaliados daquela continuidade, e para muitos foi uma grande reciclagem do time de vilões da DC. Se ele o fez ali, pode fazer aqui também.
Mas não se engane. Batman ne Robin são dois dos mais importantes personagens da DC. O sucesso do Homem Morcego não é novidade para ninguém, mas mesmo com os estereótipos, a familiaridade do grande público com o Menino Prodígio excede até a de alguns membros da Liga da Justiça. Juntar os dois ajudará Gunn a estabelecer sua Gotham City, uma área fundamental para qualquer Universo DC. Sim, há outros Batmans no cinema, e sim, essa será mais uma versão do personagem apresentada num curto período de tempo, mas se o propósito de Gunn e do produtor Peter Safran é começar do zero a sua versão do DCU, ignorar o Cavaleiro das Trevas seria um erro. Gunn terá os projetos curiosos e diferentes, mas não existe sem Superman, sem Mulher-Maravilha e, claro, sem Batman.
Além disso, a escolha de Damian Wayne como Robin vai oferecer a Gunn a chance de contar outra história de pai e filho, algo que ele já fez muito bem. Enquanto isso, o uso de "Batman e Robin" como título ajudará o filme a se diferenciar, em tom e continuidade, do outro Batman do momento.
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É claro, Gunn ainda precisa colocar toda essa teoria na prática. As pessoas querem mesmo outro Batman? E ainda mais ao lado do Robin? O filme de Batman e Robin pode ser bom e ainda sim não cumprir esse papel. Por hora, porém, o conceito é a cara do chefão do DC Studios.