Bob Iger, CEO da Disney, diz que atores e roteiristas não estão sendo realistas e critica greves em Hollywood
Dias após renovar contrato, executivo diz que paralisações vêm no pior momento possível
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Alguns dias após renovar seu contrato com a Disney por mais dois anos, Bob Iger, CEO da empresa, veio a público criticar as greves de roteiristas e atores em Hollywood e dizer que ambas categorias "não estão sendo realistas" no que estão pedindo.
"É muito perturbador pra mim," ele disse das greves. "Nós falamos sobre forças destrutivas nessa indústria e todos os desafios que estamos enfrentamos, a recuperação da COVID, que está em andamento mas não terminou ainda. Isso é o pior momento possível para adicionar aos desafios."
"Eu entendo o desejo de qualquer organização trabalhista de trabalhar a favor de seus membros para garantir a melhor compensação e ser compensado de forma justa com base no valor que entregam. Nós conseguimos, como uma indústria, negociar um acordo muito bom com o sindicato dos diretores que reflete o valor que os diretores contribuem a este grande mercado," continuou o CEO, falando à CNBC (via Variety). "Nós queremos fazer o mesmo com os roteiristas, e gostaríamos de fazer o mesmo com os atores. Há um nível de expectativas que eles possuem que simplesmente não é realista. E eles estão adicionando aos desafios que essa indústria já enfrenta, o que é, francamente, muito destrutivo."
Dentro de seu novo contrato, Iger ganha US$ 25 milhões por ano e pode ter bônus até cinco vezes maior que o contrato anterior.
ENTENDA AS GREVES EM HOLLYWOOD
O atual contrato de trabalho do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) com a AMPTP estava marcado para vencer em 30 de junho deste ano. No entanto, de última hora, ele foi estendido até o dia 12 de julho, porque as negociações entre atores e estúdios – que começaram em 7 de junho – ainda estavam em andamento.
Mesmo com o tempo extra, no entanto, os estúdios não acataram as novas exigências dos atores envolvendo salários e royalties de distribuição de séries, filmes e outros projetos em streaming. Por isso, os atores decidiram parar até que o novo contrato seja resolvido.
O Sindicato dos Atores – que inclui dubladores, atores da TV, do cinema, apresentadores e mais – está pedindo por salários e benefícios melhores, e uma estrutura justa de pagamento residual que reflita o valor da contribuição deles na produção, levando em conta o crescimento no número de serviços de streaming e sua popularidade.
Outra preocupação dos atores diz respeito à Inteligência Artificial. Eles temem que possam acabar perdendo não só os trabalhos, mas também o controle da própria imagem por conta disso. Um membro do sindicato explicou ao Deadline que o episódio "Joan é Péssima", da sexta temporada de Black Mirror, é visto como um documentário do futuro pelos atores.
Ao entrar em greve, o Sindicato dos Atores vai se juntar ao Sindicato dos Roteiristas (WGA) numa paralisação que deve afetar vários setores da indústria de Hollywood. Esta será a primeira greve de atores em 23 anos.
O contrato trabalhista de três anos do WGA com os estúdios se encerrou no dia 1º de maio. Duas semanas antes do fim do contrato, os 98% dos membros do grupo votaram autorizando os conselhos do sindicato a declarar uma greve caso um acordo não fosse fechado, o que aconteceu.
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Entre as demandas, está a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, reformas nas salas de roteiristas para televisão e uma nova taxa de pagamentos residuais para produções feitas para serviços de streaming. Para saber mais, incluindo o que acontece agora, clique aqui.