Cobra Kai: Parte 1 da última temporada entende que é hora de acabar e prepara final épico

Cobra Kai: Parte 1 da última temporada entende que é hora de acabar e prepara final épico

Sexto ano da saga de Johnny Lawrence e Daniel LaRusso usa primeiro terço dos episódios para acelerar a trama

Alexandre Almeida
19 de julho de 2024 - 6 min leitura
Notícias

A ideia de Cobra Kai sempre foi um dos pontos altos da série. Ao contrário do preto e branco, bom e mau dos anos 1980, a produção buscou explorar o meio termo, a parte cinza da história. E se Johnny Lawrence (William Zabka), o valentão de Karatê Kid não fosse tão vilão assim? E se Daniel LaRusso (Ralph Macchio), o menino esguio e novo na cidade não fosse tão bonzinho ou a vítima da situação? Claro que apenas essa nostalgia não sustentaria uma série inteira e fomos apresentados ao longo dos últimos cinco anos a um novo grupo de jovens caratecas, que brigavam para se provar, para enfrentar os bullies ou simplesmente por agirem como adolescentes.

A verdade é que as últimas duas temporadas da série já mostravam sinais de cansaço. A história passou a correr atrás do próprio rabo. Personagens já haviam mudado de lado algumas vezes. O desenvolvimento já estava completo e tramas que pareciam chegar ao fim, como o relacionamento de Robby (Tanner Buchanan) e Johnny, ou mesmo o conflito entre Lawrence e LaRusso, acabavam alongadas por acasos ou decisões sem fundamento.

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O maior mérito da Parte 1 da sexta e derradeira temporada de Cobra Kai é entender que está na reta final. Ainda que sobrem rusgas desnecessárias e situações que poderiam ser resolvidas com uma ligação telefônica, o caminho dos novos episódios é bem simples: Johnny e Daniel precisam preparar seus jovens alunos para o Sekai Taikai, uma espécie de Kumite - para os fãs de O Grande Dragão Branco - do caratê mundial. Claro, que conflitos vão acontecer no caminho, afinal, a Netflix ainda tem mais 10 episódios para serem lançado, divididos em mais duas partes, até 2025.

O conflito mais interessante está na escolha de quem vai representar o novo Miyagi-Do no torneio. Depois de derrotarem Terry Silver (Thomas Ian Griffith), na temporada passada, todos os times de jovens lutadores apresentados até aqui, os de Daniel, os de Johnny e ex-aprendizes de John Kreese (Martin Kove), estão treinando juntos no quintal que já foi do Sr. Miyagi. Apenas seis serão escolhidos e essa é a desculpa perfeita para trazer antigas rusgas mal resolvidas e questionamentos de amizades que, até então, pareciam inabaláveis. Isso leva a ótimas montagens de treinamento e algumas lutas cheias de "golpes especiais" e piruetas - especialmente no quinto episódio.

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Ainda que esquecido do meio para o fim dessa primeira parte, a maturidade de Johnny Lawrence e sua busca por construir a família que ele e Robby nunca tiveram, trazem o drama familiar necessário para dar um respiro na ação. O ex-Cobra Kai não é mais, nas palavras de William Zabka durante o lançamento da série, "um ermitão que passa o dia bebendo cerveja e assistindo televisão". Ele será pai e precisa dar um novo passo em sua vida, para além do caratê. Zabka sempre carregou o carisma da série nas costas e Johnny sempre foi o personagem mais interessante dessa trama toda. Seu relacionamento com Daniel e com a doutrina do Miyagi-Do ainda rendem bons momentos.


O que não funciona tanto é a trama de LaRusso descobrindo segredos sobre o passado do Sr. Miyagi. Ainda que seja uma surpresa saber mais sobre o passado do mestre interpretado por Pat Morita, a trama nunca vai além de Ralph Macchio fazendo caras e bocas de surpresa ou reprovação sobre algo que ele nem tem certeza ainda. Parece claro o caminha que a série deve seguir: enquanto Johnny se adequa ao estilo mais calmo do Miyagi-Do, Daniel vai perceber que seu amado sensei também tinha um lado Cobra Kai e é esse equilíbrio que deve gerar o sucesso do trabalho deles. O problema é: ainda não chegamos lá e os cinco episódios terminam com pouco a acrescentar.

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Há ainda uma tentativa de dar mais uma sobrevida para a história de John Kreese. Ainda precisamos ver o embate final dele e o ex-pupilo Johnny, mas com os caminhos que a trama seguiu na temporada passada, Kreese deixa a Califórnia para se aventurar em uma jornada à la a Noiva e Pai Mei, em Kill Bill. O mesmo acontece com Tory (Peyton List) e o drama da mãe doente, que, ainda que pareça meio corrido e com consequências um tanto quanto exageradas, ainda funciona.

Os cinco episódios dessa parte 1 passam de forma rápida e dinâmica, muito por apostar nesse sentimento de que o fim está próximo. O fim da escola, a escolha da universidade, a chegada do maior torneio de todos, a gravidez, tudo tem cara de final de novela. E Cobra Kai abraça esse lado "Malhação encontra Power Rangers", sem vergonha de seus pequenos cenários e suas lutas sem grandes astros de ação, mas com ótimas coreografias. É no carisma de Johnny, Miguel (Xolo Maridueña), Hawk (Jacob Bertrand), Demitri (Gianni DeCenzo) e outros a grande força da série e a razão para ela se sustentar por seis temporadas.

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