Como Taylor Swift se tornou a maior estrela pop atual?

Como Taylor Swift se tornou a maior estrela pop atual?

A cantora está em meio ao que deve se tornar a maior turnê da história enquanto bate recordes de bilheteria nos cinemas

Bruna Nobrega
17 de outubro de 2023 - 12 min leitura
Notícias

Em agosto, Taylor Swift encerrou a primeira parte da sua atual turnê mundial de sucesso, a The Eras Tour. Com shows de três horas e meia e 44 músicas, a cantora movimentou a economia norte-americana em US$ 5 bilhões, segundo estimativas.

A produção é tão grande que um filme do concerto foi lançado nos cinemas ao redor do mundo no dia 13 de outubro –no Brasil, o longa estreará em 3 de novembro. No primeiro fim de semana de estreia, o longa arrecadou US$ 92.8 milhões na bilheteria norte-americana, e US$ 123.5 milhões totalizando o mundo inteiro. Isso fez com que Taylor Swift: The Eras Tour se tornasse o maior filme-concerto na história da região. O recorde anterior era de Justin Bieber: Never Say Never, que teve US$ 99 milhões em 2011.

Até o show da turnê chegar ao Brasil a partir do dia 17 de novembro, Taylor ainda vai ter lançado o seu terceiro álbum em doze meses: a regravação de 1989. Em 2014, o disco acabou se tornando o auge da carreira da cantora até então, com vários singles entre os mais ouvidos das paradas, uma vida pessoal badalada e uma turnê cheia de convidados famosos –de Mick Jagger a Kobe Bryant.

No entanto, ao final da era, a estrela viu a vida virar de cabeça pra baixo quando se envolveu em mais uma briga com Kanye West e foi “cancelada” pela internet. Em 2016, hashtags como “Cobra” ou “Festa do Fim de Taylor Swift” passaram dias entre os assuntos mais comentados no Twitter.

Dali em diante, a cantora começou o processo para reconstruir sua imagem. Mas como ela conseguiu sair do ódio público e se tornar uma das artistas mais famosas e bem sucedidas atualmente?

A reconstrução da imagem



A estratégia começou desde aquela época quando Swift decidiu sair dos holofotes. Ela interrompeu a tradição de lançar um álbum novo a cada dois anos e ficou um ano sem ir para qualquer evento social, aparecer na mídia ou, até, ser flagrada por paparazzi. A cantora deixou o assunto esfriar por conta própria enquanto preparava a sua resposta: um álbum completo.

Em novembro de 2017, Taylor lançou seu sexto disco, Reputation, cuja estética, que tinha a cor preta como base, se aproveitava justamente dos xingamentos que ela havia recebido no ano anterior, com o uso de cobras nas imagens de divulgação, clipes e figurinos. Foi uma época em que ela também não deu entrevistas, baseada no lema que ela mesma criou: “Não haverá explicação, apenas reputação”.



O trabalho não teve o sucesso comercial do seu antecessor, mas ganhou a maior turnê dela até então e foi o suficiente para colocar a cantora de volta aos holofotes, com o grande público reconhecendo o quão bem ela soube lidar com a polêmica e responder às críticas, focando a atenção em seu próprio trabalho.

Quando as cores pretas da era começaram a ceder lugar aos tons pastéis de seu próximo disco, Lover, lançado em 2019, Taylor já estava com a imagem restaurada: ela fez as pazes com Katy Perry, por exemplo, com quem era brigada desde 2014, e Kanye West começou a se envolver em polêmicas ainda piores.

Empatia do público



Enquanto estava promovendo Lover, Taylor se viu envolvida em outra grande polêmica pública: Scooter Braun, empresário de artistas como Justin Bieber, Ariana Grande e Demi Lovato na época, comprou a antiga gravadora dela e, como consequência, os direitos de seus seis primeiros álbuns.

A decisão provocou uma reação combativa da cantora por dois motivos: em primeiro lugar, ela falou em uma carta aberta que não recebeu a oportunidade de comprar os direitos dos álbuns quando encerrou o contrato com a gravadora. A cantora explicou que tinha a intenção de fazer isso, mas o dono da empresa até então, Scott Borchetta, não estava interessado.

A cantora também expressou seu descontentamento pela escolha do comprador. Em 2016, após a briga com Kanye West, Scooter apareceu em um print em uma ligação de vídeo com o rapper tirando sarro da cantora. Taylor lamentou que todo o trabalho de 13 anos de sua carreira foi parar nas mãos de um homem que não tinha nenhum respeito por ela.

scooter

A situação gerou uma grande onda de empatia pela cantora e também levantou um alerta sobre contratos abusivos das gravadoras com jovens artistas. Por influência de Swift, por exemplo, Olivia Rodrigo fez um acordo que a torna 100% dona de suas próprias músicas desde o começo da carreira.

A partir desse momento, Taylor também ganhou um maior reconhecimento pelos seus talentos: ela não só estava sendo vista como uma grande performer cheia de hits, mas também como compositora. “Eu deveria ser dona das minhas próprias músicas porque fui eu quem as escrevi no chão do meu quarto aos 15 anos de idade”, ela chegou a dizer na época.

E o fato de ser a compositora de todas as músicas e, assim, possuir os direitos intelectuais em cima delas (a gravadora possui os direitos de reprodução), permitiu com que Swift pudesse retomar o controle sobre a situação e anunciar que regravaria seus seis primeiros álbuns.

Fearless, Red e Speak Now já foram relançados e a data para 1989 já está marcada: 27 de outubro. Ela ainda prepara as regravações de seu álbum de estreia, Taylor Swift, e o último sob contrato da gravadora, Reputation. Como atrativo para os fãs, ela gerou ainda mais engajamento ao anunciar que aproveitaria a oportunidade para lançar músicas que haviam sido descartadas na época de cada trabalho.

"Os artistas deveriam ser donos de seu próprio trabalho por muitos motivos, mas o mais óbvio é que o artista é o único que realmente conhece aquele projeto. Por exemplo, só eu sei as músicas que eu escrevi que quase entraram no álbum. Músicas que eu amava, mas foram tiradas por diferentes razões", explicou a cantora em comunicado.

Ou seja, mesmo lançando músicas já conhecidas pelo público, ela conseguiu juntar empatia e curiosidade suficiente para que o movimento fosse um sucesso. O Red (Taylor’s Version), por exemplo, chegou a entrar na lista dos álbuns com mais reprodução em um dia da história do Spotify. Em julho deste ano, ela chegou a ter quatro álbuns no Top 10 dos Estados Unidos ao mesmo tempo.



As regravações também serviram para que ela conseguisse se conectar a fãs mais novos, que não presenciaram o lançamento na época.

O "boom" da pandemia



E um dos maiores “booms” de fãs de Taylor Swift aconteceu durante a pandemia. Enquanto os lançamentos de músicas estavam cada vez mais escassos, com os artistas esperando o lockdown passar para poder divulgar a própria música, Swift apareceu com um álbum surpresa em julho de 2020.

O Folklore não tinha grandes intenções comerciais. Ele era completamente experimental, com um som indie e folk que a cantora nunca havia feito antes, mas que acabou criando o imaginário que as pessoas estavam dispostas a ouvir e se conectar durante a pandemia. Aqui, Taylor brincou com as letras ao usar metáforas para falar sobre a perda de seu antigo catálogo e criar uma história fictícia de um triângulo amoroso que se conectava através das músicas.

As redes sociais foram preenchidas por pessoas criando teorias sobre qual música se conectava a qual personagem em cada momento da história. Também ajudou o fato de que ela nomeou os personagens com os mesmos nomes das filhas de Blake Lively e Ryan Reynolds: James, Inez e Betty.

Quando o assunto já estava começando a passar, ela voltou com o segundo álbum surpresa, Evermore, em dezembro, que criou o mesmo frenesi nas redes sociais, com teorias e conexões dos fãs. O burburinho foi tão grande que o Tiktok ganhou até um novo apelido entre os fãs: Swiftok.

Assim que a nova base de público estava estabelecida, ela começou a liberar as regravações, em abril de 2021. Para quem lançava um álbum novo a cada dois anos, ter seis álbuns lançados nos últimos três anos –incluindo três inéditos– com certeza movimentou a indústria.

TAYLOR-SWIFT-THE-ERAS-TOUR-Concert-Film-Official-Trailer-mkv-20230831-110012-812

A turnê



A consolidação de tudo veio através da The Eras Tour, que começou em março deste ano. As previsões são de que, quando a turnê chegar oficialmente ao fim, em novembro de 2024, vai se tornar a mais lucrativa da história com arrecadação de US$ 1,4 bilhão, US$ 500 milhões a mais que a turnê de despedida de Elton John, que detém o recorde atualmente.

Os shows permitem com que Taylor seja vista constantemente, de volta aos holofotes como ela nunca esteve desde 2016, e também ajuda seu catálogo: Cruel Summer, uma música do Lover, de 2019, está no Top 10 das músicas mais ouvidas nos Estados Unidos há mais de três meses.

Agora, a atenção está em seu novo relacionamento com o jogador de futebol americano Travis Kelce, mas os rumores são de que ela deve lançar mais um álbum inédito até o ano que vem. E tem muitos fãs cogitando que ela faça um anúncio especial em seu último show de 2023, que vai acontecer aqui no Brasil.

Taylor Swift se apresenta no Rio de Janeiro entre os dias 17 e 19 de novembro, e em São Paulo entre 24 e 26 de novembro.

taylor-swift
the-eras-tour
chippu-originals
bruna-nobrega

Você pode gostar

titleSéries e TV

10 Melhores Séries de 2024 (Até Agora)

O que tivemos de melhor na TV no primeiro semestre do ano

Alexandre Almeida
28 de junho de 2024 - 3 min leitura
titleFilmes e Cinema

Um Lugar Silencioso: A família Abbott aparece em Dia Um?

Saiba se o novo filme faz referência à saga existente

Bruna Nobrega
27 de junho de 2024 - 2 min leitura
titleDC Studios

Superman: Quem é Ulysses, uma das possíveis identidades do vilão revelado no set?

Personagem interdimensional é o típico não-tão-conhecido, que James Gunn gosta de utilizar em seus filmes

Alexandre Almeida
26 de junho de 2024 - 6 min leitura
titleProduções Nacionais

Nosso Lar 2: Veja onde assistir ao filme no streaming

Continuação do sucesso 2010 traz Edson Celulari no elenco

Alexandre Almeida
26 de junho de 2024 - 1 min leitura