O post abaixo tem spoilers de Coringa: Delírio a Dois

Coringa: Delírio a Dois é um filme sobre a dualidade de Arthur Fleck e do Coringa. Ao longo da obra de Todd Phillips, é sugerido que o personagem de Joaquin Phoenix vestiu o terno, colocou a maquiagem de palhaço e pintou seu cabelo de verde como um mecanismo de defesa para fugir dos traumas de sua vida. Em outras palavras, talvez, ele possa deixar seu alter-ego para trás.

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É essa ideia que permeia os últimos minutos do filme, a começar pelos argumentos finais de Fleck em seu julgamento. Diante da pena de morte, o personagem decide se representar e demite sua advogada, e seus admiradores, incluindo a Harley de Lady Gaga, se divertem e apoiam suas loucuras no tribunal. Só que isso está o levando à condenação e, por tabela, à cadeira elétrica.

Por isso, na hora de fazer sua última defesa, Fleck abandona o personagem e declara: "não há Coringa." Isso frustra Harley e os outros admiradores do Coringa, que o abandonam. Seu interesse está no ícone anarquista, não no homem traumatizado que precisa de ajuda.

Coringa: Delírio a Dois tem cenas pós-créditos?

A resposta é sim, mas não como você imagina. Fleck é condenado à cadeira elétrica, mas antes da data de sua execução, ele é abordado por um outro prisioneiro em Arkham. Este jovem, que nunca recebe um nome, é visto algumas vezes durante o filme, sempre prestando atenção em Arthur, mas aparentemente irado com ele por razões não explicadas.

Quando ele se aproxima de Arthur, o prisioneiro começa a contar uma piada. "Um psicopata encontra um palhaço num bar e diz: vou te dar o que você merece." Assim que diz isso, o jovem esfaqueia Arthur múltiplas vezes, e este sangra até a morte no chão.

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Enquanto Arthur morre, o outro prisioneiro faz algo muito emblemático. Com a faca que matou Arthur, ele corta suas bochecas fazendo um sorriso. É um gesto que trará o Coringa de Heath Ledger à mente de todos.

Todd Phillips nunca se mostrou muito interessado em adaptar o Coringa como vilão da DC. Sua vontade era de contar a história de Arthur Fleck. É possível, então, interpretar esse momento como o surgimento do verdadeiro Coringa como conhecemos. Sua idade é muito mais equivalente à de Bruce Wayne, visto como criança no primeiro filme, e ele tem alguns marcos do personagem, como o anonimato e uma psicopatia que se diverte com a violência.

O filme, claro, nunca diz explicitamente que aquele é o Coringa, então isso fica aberto à interpretação.