Crítica: Robô Selvagem é uma emocionante história sobre maternidade e pertencimento

Crítica: Robô Selvagem é uma emocionante história sobre maternidade e pertencimento

DreamWorks abraça sua nova estética e entrega melhor animação do ano (até agora)

Alexandre Almeida
10 de setembro de 2024 - 4 min leitura
Notícias

Das mãos de Chris Sanders (e sua equipe, claro) o mundo pop ganhou duas criaturas fofas: Stitch e Banguela, de Lilo & Stitch e Como Treinar seu Dragão, respectivamente. Se com Os Croods, ele não conseguiu tanto sucesso, agora, numa nova era da DreamWorks, pronta para começar a trabalhar com outros estúdios e abraçando a nova estética da animação, que encantou o público com Gato de Botas 2, ele talvez tenha feito a melhor animação do ano com Robô Selvagem.

A adaptação do livro de Peter Brown, mistura O Gigante de Ferro, de Brad Bird, com Patinho Feio, para contar a história de Roz, uma robô que acorda em uma terra desabitada e passa a enfrentar os perigos e viver na dinâmica que a natureza impõe. Vivida por Lupita Nyong’o, Roz é programada para servir e fazer aquilo que os humanos exigem dela. Ela precisa então se adaptar ao ambiente selvagem e, a partir daí, sobreviver por lá. É então que, após um acidentalmente destruir um ninho, ela adota Brightbill (Kit Connor), um filhote de ganso.

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Robô Selvagem então começa a contar uma história sobre maternidade e pertencimento. Roz cria Bill, mas ela não é a mãe dele ou quem deveria ensiná-lo seus três “princípios básicos”: se alimentar, nadar e voar. Da mesma forma, ela ainda é vista como um monstro pelos animais, que não a querem por perto. Aliada com a raposa Fink (outro animal que ninguém confia), interpretado por Pedro Pascal, eles passam a viver como uma família disfuncional que tenta a todo custo criar Bill para ser um ganso de verdade, que pode migrar no inverno e não morrer ali. Esse lado familiar é a relação dos três é a grande joia e o coração de Robô Selvagem, que vai construindo de forma ágil e sem infantilidades essa história de companheirismo.

O trabalho de dublagem é excelente e ainda conta com Catherine O’Hara, Mark Hamill, Ving Rhames, Bill Nighy e Stephanie Hsu. Visualmente, o filme é um espetáculo à parte. Em um trabalho muito parecido com o de Gato de Botas 2, Robô Selvagem brinca com a paleta de cores e cria texturas com imagens que em alguns momentos parecem aquarela, em outros um rastro de pincel e até traços de caneta. Folhas, árvores, água, fogo, neve… são tantos elementos para dar vida ao mundo de Roz e Bill, que é impossível imaginar o filme fora da telona e perder todos esses detalhes. A própria robô tem tantos elementos que eles parecem nunca ter fim.

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Robô Selvagem se dá ao luxo de chegar em sua metade com uma das maiores e melhores cenas do filme - o treinamento de Bill -, não precisando guardar toda a emoção para o final. Ainda assim, o filme vai lá e entrega outros grandes momentos (e alguns pequenos) tão importantes e tocantes quanto o da montagem. Roz entra para a galeria de grandes criaturas dos filmes Chris Sanders e fica imortalizada como a melhor animação (pelo menos até aqui) de 2024.

Se Divertida Mente 2 achou que a corrida do Oscar estava fácil, o páreo ficou duro agora.

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