Os Melhores Filmes do Festival de Toronto 2023
Confira o que esperar dos longas no evento que é um dos pontos de partida na corrida para o Oscar
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O Festival de Toronto 2023 foi, mais uma vez, palco para alguns dos principais filmes do ano, incluindo novos longas de cineastas aclamados como Hayao Miyazaki, Richard Linklater, Ryūsuke Hamaguchi, além de ser o ponto de partida da temporada de premiações.
O Chippu cobriu in loco o Festival de Toronto e traz nesta lista os dez melhores filmes do Festival de Toronto. Como de costume na temporada de premiações, estes filmes devem chegar aos cinemas e ao streaming nos próximos meses. Confira:
The Burial
Uma comédia de tribunal sem muitas pretensões, mas uma dupla de protagonistas que vale a assistida. Na nossa crítica, ressaltamos a questão racial do roteiro em face a posição exploratória das mega corporações. “Quando tenta tornar isso mais sisudo, com monólogos sobre o enterro da história da comunidade negra nos EUA, ironicamente o filme perde força, já que a honesta irreverência da comédia funciona e conduz a trama melhor do que qualquer discurso político tradicional. O humor com que ele compõe visual, velocidade das piadas e o contraste nas visões de mundo dos envolvidos no tribunal é o que de fato torna The Burial diferente de outros filmes do gênero”. Confira o texto aqui.
Dream Scenario
Uma proposta incrível que, mesmo se perdendo no ato final, discute a força da criação de uma narrativa na era da internet. O filme do “Nicolas Cage calvo” produzido pela A24 traz o ator em uma inspiradora atuação. A dedicação dele é admirável e não há sonho ou suposição que esconda tamanha entrega. Confira a nossa crítica clicando aqui.
Hit Man
Uma comédia sensual (se é que existe esse subgênero) de Richard Linklater criada para alçar voos mais altos para Glen Powell - ainda bem que ele consegue cumprir a missão. Ele detém quase que 100% do tempo de tela e o usa de todas as maneiras possíveis para comprovar quão versátil pode ser, mesmo que dentro de um escopo confortável. Não é um Fragmentado ou Suspeitos, mas certamente será o suficiente para mudar o patamar do ator em Hollywood. Confira a nossa crítica.
Woman of the Hour
A estreia de Anna Kendrick como diretora traz uma abordagem feminina cuidadosa para falar sobre um serial killer. Negar ao espectador os momentos de agressão e violência física tornam Woman of the Hour muito mais forte do que se o sangue jorrasse na tela. A decepção com a qual Cheryl lida com as consequências de seu brilhante texto na cena do “The Dating Show”, que cabe em absolutamente qualquer situação semelhante nos dias de hoje, soa tão amedrontador e decepcionante quanto a violência em si. Confira a nossa crítica.
The Boy and the Heron
Alardeado como o último filme de Hayao Miyazaki, esta obra do Studio Ghibli fez sua estreia fora do Japão no Festival de Toronto. Mesmo que pareça uma grande homenagem ao próprio trabalho do autor, que ressignifica símbolos e até a própria história a partir da relação de Mahito e a mãe, o filme traz discussões existenciais que se tornam abstratas o suficiente para serem aproveitadas por quem não conhece Miyazaki. Psicodelia e autorreferência até a última instância podem afastar os mais tradicionais, mas o diretor segue em ótima forma. Confira a crítica.
The Promised Land
Drama de época clássico com atuações impecáveis que superam os clichês e tornam os personagens mais do que peões de uma história batida. Liderado por um Mikkelsen inspirado, The Promise Land nunca se desvia das dores que uma terra pobre traz aos seus habitantes. A firmeza com que o diretor Nikolaj Arcel conduz a jornada de Kahlen é louvável, tanto quanto a suavidade com que Mads Mikkelsen consegue transformar o personagem em um adorável e complicado fazendeiro. Confira a crítica.
Dinheiro Fácil
A história de Davi e Golias em tempos de Wall Street e Reddit, e apesar de parecer descompromissada fala mais sobre movimentos sociais que muito filme pautado por eles. O jeito como Dinheiro Fácil consegue se equilibrar entre as loucuras do Reddit, atestar suas falhas e, ao mesmo tempo, falar sobre a importância de movimentos que se iniciam no digital e movem pilares da sociedade no mundo real é admirável. Montar esse cenário tão abstrato é um feito, especialmente porque não se baseia só nos memes criados pelo caso ou mesmo nas tragédias familiares que causou, e sim na complexa relação que a sociedade tem com lucro e qualidade de vida. Confira a crítica.
Flora e Filho
Comédia de mãe e filho irreverente e consciente da força de seus protagonistas - daqueles filmes quase impossíveis de não gostar. Se não encanta pelas músicas como outros trabalhos de Carney, Flora e Filho se faz presente na trilha em si, que ilustra bem a mistura de sentimentos dentro desta família. E talvez esse seja o maior mérito do longa, cuja coragem em abrir mão do caminho fácil e não se apoiar em músicas com refrão fácil, o torna tão surpreendente quanto a protagonista. Confira a crítica.
Evil Does Not Exist
Um soco no estômago em câmera lenta, uma reflexão na lentidão e impacto tradicionais da carreira de Ryusuke Hamaguchi. Dividido entre a contemplação entre cenários bucólicos e toques de terror pela fotografia e trilha propositalmente subjetivas, Evil Does Not Exist entrelaça o sentimento zen de viver na mata conectado à natureza com o instinto de sobrevivência que vem do ser humano - esteja ele na cidade ou numa cabana à lenha. Leia a nossa crítica.
Os Rejeitados
Um brilhante Paul Giamatti encontra equilíbrio entre o insuportável e carismático numa história que soa simplória, mas reconta com carinho e excelente trilha sonora a jornada de homens e meninos buscando superar traumas. Os Rejeitados está muito longe de ser uma surpresa ou mesmo o melhor trabalho de Payne e Giamatti, tamanho é o uso de clichês do gênero que eles tanto acertaram em Sideways. Leia a nossa crítica.