George Clooney e outros astros de Hollywood propõem 'taxa das estrelas' para ajudar a encerrar greve
Nova categoria de imposto sindical traria US$ 150 milhões em três anos e ajudaria a cobrir proposta feita pelo SAG-AFTRA rejeitada por estúdios
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Um grupo de astros liderado por George Clooney, Emma Stone, Ben Affleck, Scarlett Johnson e Tyler Perry propôs ao Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) a criação de uma nova categoria de imposto sindical para ajudar a cobrir os custos da proposta da categoria rejeitada pela Associação dos Estúdios (AMPTP) e encerrar a greve dos atores, que se aproxima dos 100 dias.
De acordo com o Deadline, a ideia é remover o limite de US$ 1 milhão do imposto sindical. Essa "taxa das estrelas" seria utilizada para ajudar a pagar os residuais, montantes pagos a atores pela exibição de séries e filmes em serviços de streaming, televisão e afins.
Segundo Clooney, a proposta traria US$ 150 milhões em três anos aos cofres do SAG-AFTRA. No novo sistema, os atores que aparecem por último nos créditos — geralmente figurantes ou intérpretes de personagens de menor importância — seriam os primeiros a serem pagos.
Desde o início da semana, o grupo liderado por Clooney têm pressionado o comitê de negociação do SAG-AFTRA para buscar um acordo com os estúdios. Vale ressaltar que muitos destes atores também são produtores e, em alguns casos, como o de Tyler Perry, têm seus próprios estúdios de produção.
As negociações entre estúdios e atores foram suspensas na última quinta-feira (12), após um desacordo sobre um novo tipo de pagamento residual que, de acordo com os estúdios, custaria mais de US$ 800 milhões por ano. Já o sindicato rebateu afirmando que a proposta custaria menos de 57 centavos de dólar por ano a cada assinante.
O Sindicato dos Atores afirma que a AMPTP se recusou a negociar após a contraproposta que, de acordo com o grupo, custaria "menos de 57 centavos de dólar por ano a cada assinante". Na frente das negociações envolvendo uso de inteligência artificial, o SAG-AFTRA afirmou que os estúdios continuam a exigir "consentimento no primeiro dia de emprego para o uso de uma réplica digital de um intérprete para um universo cinematográfico inteiro ou qualquer projeto de franquia".
O Sindicato dos Atores – que inclui dubladores, atores da TV, do cinema, apresentadores e mais – está pedindo por salários e benefícios melhores, e uma estrutura justa de pagamento residual que reflita o valor da contribuição deles na produção, levando em conta o crescimento no número de serviços de streaming e sua popularidade.
Outra preocupação dos atores diz respeito à Inteligência Artificial. Eles temem que possam acabar perdendo não só os trabalhos, mas também o controle da própria imagem por conta disso. Um membro do sindicato explicou ao Deadline que o episódio "Joan é Péssima", da sexta temporada de Black Mirror, é visto como um documentário do futuro pelos atores.
Ao entrar em greve, o Sindicato dos Atores se juntou ao Sindicato dos Roteiristas (WGA) numa paralisação que afetavários setores da indústria de Hollywood. Esta é a primeira greve de atores em 23 anos.
O contrato trabalhista de três anos do WGA com os estúdios se encerrou no dia 1º de maio. Duas semanas antes do fim do contrato, os 98% dos membros do grupo votaram autorizando os conselhos do sindicato a declarar uma greve caso um acordo não fosse fechado, o que aconteceu.
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Entre as demandas, estavam a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, reformas nas salas de roteiristas para televisão e uma nova taxa de pagamentos residuais para produções feitas para serviços de streaming. A greve chegou ao fim após 148 dias - veja os detalhes do acordo entre roteiristas e estúdios.