
Gran Turismo tenta ultrapassar clichês com corridas empolgantes - Crítica do Chippu
Uma corrida de clichês e caricaturas compõem um honesto filme baseado no game de PlayStation

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Aos poucos parece que Hollywood começa a entender como adaptar games para cinema ou televisão. Super Mario Bros. se tornou o primeiro grande fenômeno de 2023, The Last of Us é uma das melhores séries do ano e Sonic está prestes a ter o seu terceiro filme. Com a chegada de Gran Turismo: De Jogador a Corredor pairava a dúvida: será que a boa sequência de adaptações vai seguir?
O fato é que o longa de Neill Blomkamp, de Distrito 9 e Chappie, é mais uma chuva de clichês de vários filmes de esporte criados nas últimas décadas do que uma adaptação do game em si - até porque adaptar um jogo de corrida traz a necessidade de criar uma jornada de empatia com o espectador para além da simulação.
A opção dos produtores foi se basear na história real de Jann Mardenborough, jovem galês que saiu do joystick para o cockpit real após vencer um concurso de simulação de Gran Turismo e fazer parte de uma equipe de corrida da Nissan. O roteiro acompanha a jornada de Jann tal qual Gol fez com Santiago Muñez, Creed com Adonis ou Rocky com Balboa. É o tradicional filme de esportes que traz o inesperado herói buscando a glória eterna no meio de adversidades e desconfiança de todos, uma cena de treinamento com música empolgante, perdas transformadoras e vitórias que podem fazer você vibrar.
Onde Gran Turismo tenta se diferenciar (e consegue) é na condução das cenas de corrida. Com um show de drones, closes e um design de som impressionante, Blomkamp demora a encontrar o ritmo certo já que as primeiras corridas são mais picotadas do que orgânicas, mas do segundo ato para frente o filme pisa no acelerador.
O elenco, capitaneado por Orlando Bloom, David Harbour e Archie Madekwe no papel do protagonista, faz um trabalho que não atrapalha, mas também não constrói uma cena ou frases memoráveis. O uso de câmeras lentas e inclusão de piadinhas tampouco elevam um texto básico e previsível. A junção deles nas pistas, porém, se torna um saldo positivo na história, já que a montagem e a conexão entre os personagens são competentes o suficiente para criar tensão e emoção tal qual numa corrida.
Não dá pra dizer que Gran Turismo é uma das melhores adaptações de games já feitas, mas ela está longe de ser o fracasso criativo visto em outros anos. É, sim, um desfile comercial quase abusivo tamanha a quantidade de marcas e propagandas na tela. A proposta, porém, não tenta ludibriar o espectador, pois os nomes fazem parte da história e do visual do filme. Blomkamp não faz mais que o feijão com arroz, mas nem por isso deixa de entregar uma aventura que, numa sala com ótimo som e imagem de primeira, pode ser uma diversão honesta.
2.5/5
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