Associação de Estúdios de Cinema reage a greve dos atores
Em comuicado, entidade também revela termos de negociação propostos por estúdios para sindicato dos atores
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A Aliança de Produtoras para TV e Cinema (AMPTP) divulgou um comunicado lamentando a decisão do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA) de deflagrar greve nesta quinta-feira (13).
"Uma greve certamente não é o resultado que esperávamos, já que os estúdios não podem operar sem os intérpretes que dão vida a nossos filmes e séries de TV. O Sindicato infelizmente escolheu um caminho que levará a dificuldades financeiras para milhares de pessoas que dependem da indústria", afirmou o comunicado dos estúdios.
No comunicado, a associação também afirmou que as negociações propostas pelos estúdios recusadas pelo sindicato incluíam "o maior crescimento de salários mínimos em 35 anos", um crescimento de "76% de lucros residuais em exibições por serviços de streaming no exterior" e "aumentos substanciais em contribuições de pensão e planos de saúde".
De acordo com os estúdios, também foi feita uma proposta "sem precedentes" que "protege a imagem digital de intérpretes, incluindo uma exigência do consentimento do intérprete para a criação e uso de réplicas de digitais ou para alterações digitais de uma performance".
Durante o anúncio da greve, o negociador-chefe e diretor executivo nacional do Sindicato dos Atores, Duncan Crabtree-Ireland, rebateu que a proposta dos estúdios incluía uma cláusula em que figurantes cederiam seus direitos de imagem eternamente para uso em projetos envolvendo IA por apenas um dia de trabalho.
ENTENDA AS GREVES EM HOLLYWOOD
O atual contrato de trabalho do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) com a AMPTP estava marcado para vencer em 30 de junho deste ano. No entanto, de última hora, ele foi estendido até o dia 12 de julho, porque as negociações entre atores e estúdios – que começaram em 7 de junho – ainda estavam em andamento.
Mesmo com o tempo extra, no entanto, os estúdios não acataram as novas exigências dos atores envolvendo salários e royalties de distribuição de séries, filmes e outros projetos em streaming. Por isso, os atores decidiram parar até que o novo contrato seja resolvido.
O Sindicato dos Atores – que inclui dubladores, atores da TV, do cinema, apresentadores e mais – está pedindo por salários e benefícios melhores, e uma estrutura justa de pagamento residual que reflita o valor da contribuição deles na produção, levando em conta o crescimento no número de serviços de streaming e sua popularidade.
Outra preocupação dos atores diz respeito à Inteligência Artificial. Eles temem que possam acabar perdendo não só os trabalhos, mas também o controle da própria imagem por conta disso. Um membro do sindicato explicou ao Deadline que o episódio "Joan é Péssima", da sexta temporada de Black Mirror, é visto como um documentário do futuro pelos atores.
Ao entrar em greve, o Sindicato dos Atores vai se juntar ao Sindicato dos Roteiristas (WGA) numa paralisação que deve afetar vários setores da indústria de Hollywood. Esta será a primeira greve de atores em 23 anos.
O contrato trabalhista de três anos do WGA com os estúdios se encerrou no dia 1º de maio. Duas semanas antes do fim do contrato, os 98% dos membros do grupo votaram autorizando os conselhos do sindicato a declarar uma greve caso um acordo não fosse fechado, o que aconteceu.
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Entre as demandas, está a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, reformas nas salas de roteiristas para televisão e uma nova taxa de pagamentos residuais para produções feitas para serviços de streaming. Para saber mais, incluindo o que acontece agora, clique aqui.