Faltando apenas um episódio para o término da segunda temporada de Loki, a série da Marvel parece cada vez mais relevante para a Saga do Multiverso, narrativa que vem dominando as produções do MCU desde o fim de Vingadores: Ultimato, e que se encerra com Vingadores: A Dinastia Kang e Vingadores: Guerras Secretas.

Em entrevista ao Chippu, o roteirista-chefe da temporada, Eric Martin, admitiu que Loki transformou no centro dessa saga.

Pode até ser o caso, mas o grande sucesso da temporada tem sido o foco nos personagens, em particular o deus da trapaça vivido por Tom Hiddleston e coadjuvantes como Mobius (Owen Wilson) e Sylvie (Sophia DiMartino). Loki certamente afeta o futuro do MCU, mas Martin concorda que a prioridade da série é o presente dos personagens.

"Personagens em primeiro lugar é o único jeito que eu sei escrever," ele nos disse. "Eu preciso entender onde a pessoa esteve para entender o que ela quer. Todas as decisões. Cada cena. Tudo volta para isso. Na sala de roteiristas, todas as nossas conversas começam com os personagens. 'Onde está essa pessoa, agora, nessa cena? O que mudou para ela? O que elas querem?'"

Mas Martin, ao mesmo tempo, sabe que Loki é parte do Universo Marvel, e que há uma saga por trás disso tudo. "Eu fico muito feliz em saber que isso está ficando claro, mas nunca quero perder de vista a moldura maior da história que queremos contar," ele nos disse.

Usando seu gancho, perguntei a Martin se ele sentia, como eu, que sua série estava no centro dessa moldura, a tal Saga do Multiverso. "Sabe, eu acho que ela se transformou nisso," ele respondeu. "É ótimo ouvir isso. Que ela está sendo vista como o centro, de alguma forma. Mas nós simplesmente queríamos fazer algo que era a melhor coisa que conseguíamos."

Em termos de elenco, a série parece ter um dos melhores de toda a Marvel. A segunda temporada adicionou, por exemplo, Ke Huy Quan como Ouroboros, ou OB, logo após o ator vencer o Oscar por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Segundo Martin, ele é um daqueles atores que define o texto.

"Com certeza quando você sabe para quem está escrevendo, o texto muda," explicou. "Eu sei uma fala que o Tom [Hiddleston] vai transformar em música. Com OB, eu acho que foi um pouco dos dois; ele pegou o personagem logo de cara. Então ele tinha a voz que se encaixava com o que já estava na página. Eu acho que há algumas coisas que você pensa 'quer saber, eu posso ajustar um pouco.' Mas eu acho que 90% veio dele lendo e trazendo à vida. Foi parecido com a Sophia [DiMartino] na primeira temporada. Ouvi-la lendo as falas foi como ver personagem vir à vida."

Talvez mais difícil do que escrever diálogos seja lidar com muita viagem no tempo, e na entrevista, Martin explicou como a equipe abordou o que muitas vezes é uma mecânica incompreensível. "Olha, eu nunca quero que as pessoas parem de assistir por que estão confusas com a viagem no tempo," ele garantiu. "É engraçado, eu acho que a viagem no tempo é só uma ferramenta para o drama, para a história dos personagens. Então, nunca tentei exagerar na viagem no tempo."

"É só a linguagem da série, e acho que conforme ela evolui, acho que há pontos na temporada onde as coisas são desconhecidas. E pra mim está tudo bem, desde que as pessoas confiem que sabemos o que estamos fazendo, e que há um destino," ele concluiu.

Qual é o destino? Teremos que assistir ao último episódio da temporada de Loki, nesta quinta-feira (9) para descobrir.