Loki desvenda mistérios da TVA em estreia frenética da nova temporada

Loki desvenda mistérios da TVA em estreia frenética da nova temporada

Primeiro episódio da segunda temporada também traz a introdução do personagem de Ke Huy Quan

Guilherme Jacobs
5 de outubro de 2023 - 9 min leitura
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O texto abaixo contém spoilers do primeiro episódio da segunda temporada de Loki, para um texto sem spoilers clique aqui

Demora muito pouco tempo para você notar que Loki, felizmente, não é como as outras séries da Marvel no Disney+. A maior parte delas, como Invasão Secreta recentemente, até começa bem, mas as rachaduras na parede são visíveis desde cedo, e eventualmente levam a casa abaixo. O retorno de Loki, porém, não parece um truque, e olhe que seu protagonista é o deus da trapaça. Pelo contrário, o início da segunda temporada, além de ser empolgante, engraçado e inesperado, deixa muito claro como a produção chefiada Michael Waldron se diferencia das suas colegas de streaming.


Loki: 5 coisas da primeira temporada para lembrar antes de assistir à segunda


Partindo imediatamente de onde a primeira parou — com Loki (Tom Hiddleston) chutado para uma TVA onde há imagens de Kang e ninguém o conhece, enquanto Sylvie (Sophia DiMartino) mata Aquele Que Permanece (que permanece com Jonathan Majors, apesar das polêmicas) — a segunda temporada da série, que obteve a coroa de melhor da Marvel no Disney+ em 2021 e desde então não foi desafiada pelo título — inicia com um refrescante exemplo do que fez o MCU tão popular para começo de conversa; o humor afiado recheado de desenvolvimento de personagens, o elenco carismático encabeçado por um astro magnético, e a certeza de que a mitologia está ali, mas que a explicação não é tão importante.

Do momento no qual Loki começa a ser perseguido por Mobius (Owen Wilson) até a última interação deles antes dos créditos, o episódio é incessante. O ritmo acelerado vem em parte pelo deslize temporal que afeta o protagonista. Ele é violentamente levado do presente para o passado (quando Mobius não o conhece), e do passado de volta para o presente (e, no clímax, para o futuro próximo) e precisa não só descobrir o que está acontecendo, mas também como parar isso para então informar a TVA sobre ele. Kang não é nomeado, mas sua imagem é uma presença recorrente no capítulo, e não há como negar que ver o rosto de Majors depois dos acontecimentos recentes envolvendo o ator vai, no mínimo, chamar sua atenção.

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Uma das aparições dessa face tão complicada vem quando Loki enfim revela aos membros da TVA quem está por trás de tudo. No passado, Loki precisa evitar as forças do TVA para não ser pronado, mas no presente uma reunião entre a liderança da agência (que nos apresenta às personagens das sempre muito bem-vindas Liz Carr e Kate Dickie) está começando a discutir as implicações das descobertas da temporada passada. Saber, por exemplo, que todos ali são variantes que tinham uma vida, que pronar é basicamente assassinato, e que os Guardiões do Tempo são uma mentira é bastante coisa para processar, especialmente para a Caçadora B-15 de Wunmi Mosaku.

As juízas terminam divididas. Sim, eles não vão pronar ninguém por enquanto, mas a personagem de Dickie está determinada a encontrar Sylvie* e fazê-la pagar por tudo isso. Loki consegue ficar no presente por tempo o suficiente para contar a todos sobre Kang, e depois vai com Mobius atrás de respostas sobre o deslize temporal. Aqui, temos a principal arma da série de volta com força total: Hiddleston e Wilson.

É difícil não lançá-los para o topo da dupla mais carismática de todo o universo Marvel, ou até de toda a televisão na atualidade. Toda a interação deles, com a mania elétrica e o sarcasmo de Hiddleston criando um contraste perfeito com a timidez e maneirismos de Wilson, é acompanhada pelo sorriso besta em nosso rosto. Talvez o maior mérito do MCU seja como nós gostamos de seus personagens e queremos passar tempo com eles, e não há filme ou série deste mundo que, no momento, faça isso tão bem quanto Loki. A construção da piada em relação ao quão ruim o deslize temporal parece ser é feita de maneira impecável, com um ator passando a peteca para o outro, e recebendo de volta. Eventualmente, quando a brincadeira chega ao ápice ao revelar uma terceira pessoa apavorada no elevador, as risadas saem aos montes.

Não tem como melhorar, né?

Aparentemente, tem como melhorar sim, e a adição de um vencedor do Oscar, ícone do cinema dos anos 1980 e uma das pessoas mais fáceis de gostar do planeta é a solução. Quando Ke Huy Quan entra em cena como Ouroboros, ou OB, o nível da comédia é extrapolado. Waldron parece uma criança empolgada, doida para brincar com seus brinquedos e testar toda combinação. Vamos de OB com Mobius para OB com Loki (no presente e no passado) para os três trocando diálogos lúdicos. A ida à manutenção, onde OB trabalha sozinho há séculos, é tão boa que você jamais terá vontade de sair lá, mas além de ser esse parque de diversão de grandes atores com bons personagens, essa passagem pelo que é basicamente o porão da TVA também encontra uma dinâmica bacana entre passado e presente, com Loki usando as informações que obtém num período para abrir a mente de OB no outro. Huy Quan não precisa se esforçar para gostarmos dele, e felizmente, OB passa o resto do episódio ao lado dos heróis.

Nesses minutos finais, OB revela que para salvar Loki do deslize temporal (algo que eventualmente vai levá-lo à morte), o trio precisa ir para fora da TVA e atirar uma espécie de gancho direto na luz que representa a linha do tempo, e de lá puxar Loki. Mas como Loki fará para estar no alvo, pra começo de conversa? Fácil, é só proná-lo.

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Nunca acreditamos, realmente, que o plano vai dar errado, mesmo quando OB explica que Mobius terá apenas alguns minutos no exterior antes de sua pele ser arrancada como alguém prestes a ser sugado por um buraco negro, ou quando parece que toda a base será destruída. O mérito de Loki, porém, é que nosso investimento de cena em cena, conversa em conversa, momento em momento, é total. Isso se dá pela facilidade com a qual simpatizamos com Loki, Mobius e, agora, OB. Seja pelo texto preciso de Waldron ou pelo charme inerente aos seus intérpretes, nosso emocional está todo ali.

É por isso que, quando Loki (após ser deslizado para o futuro próximo) consegue se pronar, e é então resgatado por Mobius, respiramos aliviados. E é por causa de um episódio desse, 45 minutos de excelente televisão depois de tantas séries medíocres da Marvel, respiramos aliviados também. Loki, claramente, é diferente.

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