Resgatando o MCU: Como Corrigir o Curso da Marvel em 5 Passos

Resgatando o MCU: Como Corrigir o Curso da Marvel em 5 Passos

A Marvel está em crise. Aqui, mostramos como ela pode resolver isso.

Guilherme Jacobs
16 de novembro de 2023 - 2 min leitura
Notícias

Eu prometo que esse não é um texto falando que a Marvel está em crise. Nós, e todo outro veículo com interesse nos filmes do estúdio, já fizemos várias análises do momento ruim que a casa de Kevin Feige vive desde que eles subiram ao topo do mundo com a bilheteria bilionária de Vingadores: Ultimato, e encerraram a Saga do Infinito com aprovação crítica, fãs satisfeitos e aparentemente todo ator jovem do mercado de olho num papel.

De lá pra cá, a qualidade caiu e o volume aumentou, as bilheterias despencaram e as polêmicas não param. Mas agora, estamos num momento de transição.

Pode não parecer, dado a abertura financeiramente fraca, mas As Marvels conseguiu um pouco do que o estúdio queria. Quando ele foi adiado no começo do ano, a missão era resgatar o suficiente do filme na pós-produção para sair dele com os críticos dando de ombros e os fãs levemente positivos. Aconteceu.

Em paralelo, o final de Loki empolgou os entusiastas e contou uma boa história, e o trailer de Eco, próxima empreitada live-action do Marvel Studios, teve uma recepção surpreendentemente positiva, sugerindo um novo tipo de produção dentro do MCU. Mas o mais importante foi o que rolou por trás das cenas, com o adiamento de quatro filmes deixando apenas Deadpool 3 em 2024.

Agora, há tempo para respirar, e quando Deadpool 3 chegar, as últimas memórias relacionadas a Marvel na grande massa serão uma série com um dos personagens mais queridos do MCU, um filme mais-ou-menos, e uma minissérie diferente de tudo feito pela marca antes. 2024 vai ter algumas outras séries, claro, mas o calendário leve no cinema já garante que teremos um ano para respirar.

E depois? Bom, aqui, listamos 5 coisas que Feige e sua equipe precisam fazer para corrigir o curso do MCU. Algumas são decisões de história, outras são mudanças estratégicas. A crise veio. Hora de lidar com ela.


1. Faça menos

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Atualmente, há cinco filmes da Marvel com datas marcadas antes da dupla de Vingadores: A Dinastia Kang e Guerras Secretas, a conclusão da Saga do Multiverso, em 2026 e 2027. Há, além destes, três datas reservadas para filmes ainda não revelados (os já confirmados Shang-Chi 2 e Armor Wars provavelmente ocupam duas delas). Minha sugestão: lancem os cinco confirmados (Deadpool 3, Capitão América 4, Blade, Quarteto Fantástico e Thunderbolts) e no máximo mais um, de alguém conhecido e essencial para a narrativa, como Doutor Estranho.

Deixem esses outros filmes para depois (no caso de Armor Wars, vale perguntar: precisa mesmo?). Não lotem o calendário de cinema com 4 filmes por ano. Nesse momento, menos é mais. Deadpool, Capitão, Quarteto e Thunderbolts terão estrelas e nomes reconhecíveis o suficiente para atrair atenção, e Blade é uma fuga do óbvio bem-vinda. Mas pare por aí. Não precisa anunciar mais 10 filmes numa Comic-Con. Adicione os Aranhas do Tom Holland e é suficiente.

Quanto às séries, temos mais cinco: Coração de Ferro, Eco, que sai toda de uma vez em janeiro, Agatha: Darkhold Diaries, Magnum e o novo Demolidor. Pois bem, vamos de uma ou duas por ano, e ênfase em continuar essas histórias com novas temporadas depois. Chega de derivados, e de derivados de derivados.


2. Faça bem

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Isso parece profundamente óbvio, mas eu não sei dizer de outra forma. Mesmo com uma quantidade mais limitada de lançamentos, não adianta lançar coisas que sejam no mesmo nível de qualidade do último Thor ou Homem-Formiga. Eu sou da opinião que a Marvel teve filmes genuinamente ótimos em sua saga anterior (Soldado Invernal, Guardiões da Galáxia Pantera Negra, Guerra Infinita, Ultimato).

E mesmo quando algo não chegava nesse nível, havia um patamar de qualidade firmado pelos bons elencos, escrita inteligente que combinava humor e personalidade, e um visual de ponta. É difícil achar algum filme no MCU que tenha uma fotografia ou efeitos especiais que se comparem a Avatar, ou um texto que seja digno de Tarantino ou os Coens, mas eles funcionavam.

O que está saindo agora não funciona. Há tramas demais enroladas entre si, peças demais em movimento, e pouco coração. Pegue algo como Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Ele está longe de ser um filme ruim, mas por que estamos gastando tempo com Riri Williams ou Valentina/Ross? Por que As Marvels demanda de sua audiência conhecimento prévio de um filme e três séries? Esses filmes, com as raras exceções de Guardiões da Galáxia Vol. 3 e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, perderam o foco.


3. Foque nos personagens, não na saga

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O que me leva a esse ponto. Nosso investimento em Guerra Infinita/Ultimato não era por causa das Joias do Infinito, e sim pelo apego emocional a Tony Stark, Steve Rogers e o conflito entre eles. Veja Loki, agora. O sucesso da série é inteiramente baseado no cuidado do roteiro com o arco de Loki em primeiro lugar. Ninguém em sã consciência achou que a AVT seria destruída no final, mas nos envolvemos porque nos importamos com os personagens.

Há exemplos recentes disso. Doutor Estranho, Wanda e o próprio Loki vêm à mente. Isso precisa voltar a ser o padrão. Sim, eu e todos os fãs de quadrinhos queremos ver coisas como o multiverso, Mundo Bélico e outros elementos parecidos, mas nada disso pode vir antes do desenvolvimento dos heróis e vilões no centro dessas coisas.

Para o resto da Saga do Multiverso, será importante identificar as figuras que deram certo (já citei algumas) e colocá-las no holofote. Sim, trazer Hugh Jackman de volta como Wolverine ajuda, mas não adianta se apelar apenas na nostalgia. Se não houver em quem nos agarrarmos, não haverá risco emocional. Sem risco, não nos importaremos com os acontecimentos.


4. Troque o vilão

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E falando em riscos... Kang precisa sair. Isso parece predestinado a acontecer agora que o próximo Vingadores perdeu seu roteirista e diretor, mas vale dizer: troquem o vilão. Nos bastidores, ele traz a polêmica do julgamento de Jonathan Majors, e a Marvel já conta com má vontade demais para arriscar deixar um rosto com tanta bagagem como o inimigo presente no fim da narrativa.

E na narrativa, em si, ele é um cara derrotado por formigas. Thanos apareceu, primeiro, como o cara que enviou o primeiro vilão grande o suficiente para ativar a iniciativa Vingadores. Kang teve uma boa introdução como Aquele Que Permanece em Loki, e depois foi derrotado por formigas. Formigas. Eu adoro Scott Lang, mas não há como fugir dessa verdade.

Minha sugestão é o óbvio: Doutor Destino. Ele já é o grande adversário de Guerras Secretas nos quadrinhos, e o relacionamento dele com Reed Richards, o Sr. Fantástico, for bem trabalhado, já teremos um elo emocional em sua aparição.

Destino teve poderes de deuses e os dispensou por que "eram inferiores a ele." Ele acabou com o multiverso e virou o imperador da existência. Ele foi até o inferno para arrancar sua mãe das garras de Mefisto. Ele se refere a si mesmo na terceira pessoa (em negrito!). Ele fez isso com Thanos. Ele é Destino. Não tem vilão melhor.

Aqui, acho válido sanar duas dúvidas.

1) Por que não fazer um recast? Bom, há a questão do quanto Kang realmente representa uma ameaça na mente da audiência (novamente: formigas) e ja foi mostrado que todas as suas variantes têm, basicamente, o mesmo rosto. Além disso tudo, recast é algo que a Marvel evita. Aconteceu duas vezes com personagens grandes (Rhodes e Hulk), nos primórdios da Fase 1, e desde então, todo mundo fica igual.

2) Não está muito em cima para apresentar outro vilão? De forma alguma. Thanos apareceu em duas cenas pós-créditos e em uma cena de um filme antes de ser realmente introduzido em Guerra Infinita. Coloque o Destino no pós-créditos de, sei lá, Deadpool 3 e Doutor Estranho 3, e no filme do próprio Quarteto Fantástico, e pronto.

Além disso, a saída do Kang tiraria toda a questão de viagem do tempo de cena. Isso parece já ter sido resolvido em Loki, e com razão. Já estamos trabalhando com múltiplas realidades. Deixa múltiplas linhas do tempo pra lá.


5. Recomece tudo

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Esse, provavelmente, já é o plano. Guerras Secretas, nos quadrinhos, serviu para acabar com o multiverso e reunir heróis de diferentes realidades numa só, levando todas as revistinhas de volta ao #1. Foi assim que Miles Morales, por exemplo, foi parar no mesmo mundo onde Peter Parker ainda é o Homem-Aranha.

É hora de fazer o mesmo no cinema. Eu não quero dizer que o MCU precisa fazer Homem de Ferro 1 de novo, ou recomeçar os Vingadores, mas um soft-reboot seria bem-vindo. Não só daria para curar dores de cabeça da mitologia, como a introdução dos mutantes, como também oferecer uma porta de entrada para uma nova geração de fãs ao criar um novo ponto de partida na continuidade.

E de quebra, você tem a chance de reescalar personagens com atores jovens e empolgantes, ou trazer intérpretes de outras versões para o MCU. Se o Jackman quiser fazer mais 10 anos de Wolverine, Tom Hardy continuar como Venom, ou Andrew Garfield voltar ao Homem-Aranha, mas agora no mesmo universo, essa é a solução.

Então, você tem a chance de começar uma nova história cuja "Fase 1" pode ser repleta de coisas como X-Men, Miles Morales e mais. Surge um novo MCU, tão empolgante quanto o anterior.

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