Obi-Wan Kenobi: Episódio 4 - Crítica Com Spoilers

Obi-Wan Kenobi: Episódio 4 - Crítica Com Spoilers

Esquecível e sem urgência, capítulo reforça os principais problemas da série

Guilherme Jacobs
8 de junho de 2022 - 6 min leitura
Notícias

O texto abaixo contém spoilers do quarto episódio de Obi-Wan Kenobi, série de Star Wars no Disney+


Antes da estreia de Obi-Wan Kenobi, muito foi comentado pela diretora Deborah Chowsobre mudanças feitas no roteiro originalmente escrito por Hossein Amini para distanciar sua história de The Mandalorian. Antes, a proposta era ver o Mestre Jedi vivido por Ewan McGregor protegendo um jovem Luke Skywalker. Isso, eles pensaram, parecia demais com Din e Grogu. Mas o que, então, foi conquistado na nova trama, com Joby Harold escrevendo? O quão diferente é ter o não-tão velho Ben protegendo e resgatando a pequena Princesa Leia (Vivian Lyra Blair) dos Inquisidores (ou, na verdade, de uma Inquisidora) do que seria se o protagonista estivesse cuidando do irmão gêmeo da garota? E a missão de não ser mais uma obra de "Lobo Solitário e Filhote"? Episódios como o desta semana sugerem que a equipe falhou nisso.


Arrastado, sem qualquer senso de risco ou urgência, o quarto capítulo desta minissérie lembra uma versão menos empolgante e não tão bem executada de "The Rescue", o final da segunda temporada de The Mandalorian. Ali, Mando e turma invadem a nave de Moff Gideon para resgatar o bebê Grogu, com Luke salvando os heróis no último momento. Até a fórmula do resgate final (aqui por dois jovens rebeldes, com um deles se sacrificando numa tentativa vã de criar consequências emocionais) é replicada neste episódio, que consiste de Obi-Wan e Tala (Indira Varma) invadindo a temida Fortaleza dos Inquisidores enquanto Leia é interrogada por Reva (Moses Ingram). Já vimos diversas histórias do tipo ao longo desta saga e esta não é muito diferente - é preciso enganar os oficiais Imperiais, escapar da visão de Stormtroopers e Dróides, e tentar não alertar os grandes inimigos. Felizmente, Darth Vader (Hayden Christensen, com James Earl Jones na voz) não está próximo.


Não há muito além disso. Há obstáculos no meio do caminho, a cobertura de Tala é ameaçada várias vezes e, no final, claro, há uma tentativa de fuga arriscada. Os defeitos desse episódio, porém, não se veem nos acontecimentos em si, mas sim na execução deles. Seja na própria direção de Chow, que parece incapaz de adicionar uma dose de arrepios aos momentos que deveriam ser grandiosos - aqui, pela primeira vez, vemos Obi-Wan como um Jedi - ou mesmo no roteiro pouco aprofundado - a transição do herói de relutante para determinado parece acontecer da noite pro dia - Obi-Wan Kenobi parece satisfeita em usar nosso conhecimento prévio de Star Wars e sua mitologia para satisfazer uma suposta sede por mais destes personagens. Olhe, ali está Obi-Wan acendendo seu Sabre! E Vader aparece no final! Na única sequência mais criativa, Kenobi atravessa um corredor com Jedi mortos, mas a série jamais pensa em explorar suas emoções no momento, ou deixar McGregor respirar em sua atuação. Ele ainda é competente e faz milagres. Sem ele, essa história não seria cativante, mas aqui, mais uma vez, fica o sentimento de desperdício.


Ninguém, porém, é mais desperdiçada do que Reva. Ingram, neste episódio, ganha a chance de desenvolver a personagem e abrir mais o leque de sua atuação com diferentes tons de emoção e entrega ao confrontar a pequena Leia. O trabalho da atriz não é acompanhado pelo do texto, ainda insistindo em mantê-la num só tom, sem aparente motivação por trás de sua obsessão com Kenobi ou Vader. Ela sugere ter perdido tudo, reforçando a ideia de ter sido uma Padawan durante a Ordem 66, mas revelar isso não final não melhorará essas cenas retroativamente. O trabalho precisa ser feito agora. Semelhantemente, Lyra Blair não recebe a oportunidade de sequer tentar dar um tempero único à sua Leia. Ao tentar transformá-la numa versão pequena de Carrie Fisher, Obi-Wan Kenobi reduz Princesa e intérprete a um arquétipo e não oferece chance de mudança ou crescimento para ambas. Essa poderia ser a jornada pela qual a futura General Organa precisava passar para virar a mulher destemida e corajosa vista na trilogia original, mas ao apresentá-la como alguém que sempre foi assim, a série rouba quaisquer dimensões adicionais do papel.


Há, claro, coisas para se celebrar aqui. Ao finalmente permitir que Obi-Wan use seus poderes e talento em combate, Chow e companhia mostram como é fácil conquistar quando se tem um ótimo ator como McGregor e uma figura tão icônica quanto este Mestre Jedi. Vê-lo segurando a água com a Força ou ativando o Sabre numa sala escura contra dois Stormtroopers é, por si só, divertido e empolgante. Essa é a vantagem de ser Star Wars. Procure, porém, algo a mais, e você encontrará pouco. Faltando dois episódios para sua conclusão, a grande saga de Obi-Wan Kenobi e Darth Vader se reencontrando antes do fatídico embate em Nova Esperança parece destinada ao pior tipo de adjetivo para algo envolvendo esses nomes. Esquecível.

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