One Piece: O que mudou no live-action da Netflix
Veja as diferenças entre a obra original de Eiichiro Oda e a adaptação
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ATENÇÃO: Este texto contém spoilers de One Piece da Netflix e do anime!
Um dos maiores feitos de One Piece enquanto adaptação é o seu poder de síntese. Ao transpor East Blue, saga introdutória com 61 episódios no anime, em uma temporada de apenas oito episódios na primeira temporada do live-action, a Netflix conseguiu contar a mesma história de maneira fiel à obra original, mas é claro que algumas mudanças aconteceram.
Apesar de a adaptação provar o quão maleável (com o perdão do trocadilho) é a epopéia de Eiichiro Oda, é claro que muita coisa precisou ficar de fora. Sequências inteiras e personagens importantes do East Blue no anime e no mangá acabaram ficando de fora para deixar a primeira temporada do live-action mais coesa.
Nesse texto, listamos as principais diferenças entre o live-action de One Piece e o anime/mangá. Vale ressaltar que o artigo contém spoilers tanto da série original quando da adaptação da Netflix. Confira:
Marinha em destaque
No primeiro episódio de One Piece, Luffy (Iñaki Godoy) liberta Koby (Morgan Davies) das garras de Alvida (Ilia Isorelýs Paulino). Mas não demora até seus caminhos se separarem, já que Luffy quer ser o rei dos piratas e Koby almeja se alistar na Marinha. Nos episódios seguintes, vemos os primeiros dias de Koby dentro da Marinha, e como ele captura a atenção de uma figura importante lá dentro. Isso também acontece no mangá e no anime, mas o timing é completamente diferente. No mangá, a jornada de Koby é contada em histórias introdutórias curtas que compõem o diário Koby-Meppo, fazendo alusão a seu parceiro de armas, Helmeppo. Já no anime, Koby só ganha atenção mais à frente, depois que Luffy e sua trupe se aproximam da Grand Line.
Garp
Um dos motivos de a Marinha ganhar mais destaque no live-action de One Piece se deve ao homem no comando: o vice-almirante Garp (Vincent Regan). Responsável pela captura e execução de Gol D. Roger, Garp é tido como um herói entre seus pares e, 22 anos depois, segue incansável em sua cruzada contra a pirataria, apesar de ter uma conexão especial com vários piratas notáveis de One Piece, como o próprio Luffy. Ele aparece já nos primeiros episódios, após Luffy, Zoro (Mackenyu) e Nami (Emily Rudd) roubam o mapa da Grand Line da base na Cidade das Conchas. No anime, sua apresentação é bem mais tardia: no episódio 68, depois que o bando do Chapéu de Palha chega à Grand Line.
Luta contra Buggy
Uma das primeiras vítimas da concisão que One Piece precisa fazer em sua primeira temporada, a luta contra o palhaço Buggy é visivelmente alterada em relação ao anime e ao mangá. No live-action, Luffy, Zoro e Nami são capturados após roubarem o mapa da Grand Line e lutam contra o palhaço capaz de destacar partes do próprio corpo inteiramente dentro de seu circo. Na animação, Luffy e Zoro chegam à Orange Town durante suas viagens e só lá encontram Nami, que está em posse do mapa da Grand Line e é perseguida por asseclas de Buggy. O arco também envolve mais detalhes sobre o domínio de Buggy sobre a cidade e a presença de mais capangas, incluindo o imediato Mohji.
Baroque Works
A organização criminosa secreta que organiza seus membros em números surge já no primeiro episódio do live-action, quando Mr. 7 tenta recrutar Zoro. No anime, a Baroque Works é uma das principais antagonistas da próxima grande saga de One Piece, Alabasta, que deve aparecer na segunda temporada do live-action (isso, claro, caso a série seja renovada pela Netflix).
Vila Syrup
Nos episódios responsáveis pela apresentação de Usopp (Jacob Gibson) e a aquisição do navio Going Merry, há também diversos cortes na história e alterações. A história de origem do companheiro de Luffy é significativamente alterada, sem a presença das outras duas crianças que compunham seu bando na infância. Alguns personagens também tem papéis alterados, como Merry, que passa de mordomo a conselheiro financeiro (e na animação é apenas ferido, em vez de ser morto). Parte do bando dos piratas do Gato Preto, do qual faz parte Kuro (Alexander Maniatis), também não aparecem no live-action.
Baratie e Don Krieg
Quem conhece o mangá e o anime certamente sentiu falta de um personagem quando a aventura chega ao restaurante marítimo Baratie, onde trabalha Sanji (Taz Skylar). Trata-se de Don Krieg, um dos piratas mais temidos e poderosos do East Blue. No mangá e no anime, ele chega ao Baratie com a intenção de transformar o restaurante em um navio de guerra, após ter parte de sua frota destruída na Grand Line pelo lorde do mar Mihawk — curiosamente, este personagem é mantido no live-action e trava uma importante luta contra Zoro. Na animação, cabe a Luffy e seus amigos enfrentarem Don Krieg e salvar o Baratie, o que motiva Sanji a seguir seus sonhos e se unir aos piratas do Chapéu de Palha. No live-action, o confronto entre Mihawk e Krieg é mantido, mas o pirata de armadura é derrotado e sequer chega ao Baratie. Quem aparece como principal ameaça a Luffy e seus amigos é Arlong (McKinley Belcher), vilão do próximo arco, que derrota Luffy e adquire o mapa da Grand Line.
Arlong Park
A batalha dos episódios finais da primeira temporada é mais fiel ao anime e ao mangá do que as anteriores, apesar de omitir vários capangas importantes de Arlong e fazer uma mudança significativa: a de que os cidadãos da vila Cocoyashi, o lar de Nami, não sabiam os motivos de ela trabalhar para Arlong desde criança. A principal diferença dos episódios acontece depois que Arlong é derrotado, quando Garp enfim alcança os piratas do Chapéu de Palha e trava uma batalha contra Luffy, até perceber que seu neto não vai desistir de ser um pirata e o deixa ir embora. O momento final da temporada, quando o bando põe os pés em um barril e declara seus sonhos, também só acontece depois que o grupo deixa Loguetown, a última cidade do East Blue antes da entrada na Grand Line.