Pinguim: Traições, abuso e violência marcam episódio quase perfeito focado em Sofia Falcone - Crítica e Resumo

Pinguim: Traições, abuso e violência marcam episódio quase perfeito focado em Sofia Falcone - Crítica e Resumo

Cristin Milioti tem o grande momento de sua personagem até aqui

Alexandre Almeida
14 de outubro de 2024 - 8 min leitura
Notícias

Quando Pinguim jogou com o uso da droga - no caso o Bliss - e a busca dos cidadãos de Gotham por uma saída da opressão da cidade no episódio passado, entendemos a violência do local e a dinâmica social em uma camada dessa sociedade. Começando diretamente de onde o último capítulo começou, “Cent’Anni”, a quarta parte da história, nos leva há 10 anos antes da história atual, para mostrar o passado de Sofia Falcone (Cristin Milioti) e entendermos o peso da traição de Oz (Colin Farrell) após os dois conquistarem a Tríade com a nova droga.

O grande arco de transformação de Sofia nesses 10 anos - até a personagem que conhecemos no início da série - está sustentado em três pilares: traição, abuso psicológico e a violência física. O primeiro vem de dentro da própria família, algo que ela sempre se importou. Cuidando do instituto que leva o nome da mãe, Isabella Falcone, que aparentemente cometeu suicídio, Sofia descobre através de uma repórter da Gazeta de Gotham que outras mulheres - todas funcionárias do 44 Negativos, o clube exclusivo dentro do Iceberg Lounge - haviam sido mortas. Todas por estrangulamento. Quem lembra do filme do Batman, dirigido por Matt Reeves, sabe bem quem é adepto desse tipo de crime. Até então apontada pelo pai como a possível herdeira dos negócios, Sofia acaba entrando na mira de Carmine (Mark Strong substituindo John Turturro) após o encontro com a jornalista.

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Aqui vale destacar dois detalhes. A troca de ator para interpretar Carmine talvez seja o único ponto fraco do episódio. Ver Strong no papel que foi de Turturro há tão pouco tempo - e que nem se justifica pelo passar dos anos, já que os outros personagens não mudam tanto - causa uma certa estranheza, mesmo com o ator estando bem no papel. O outro é um pequeno momento entre Sofia e Oz, em que ela, irritada com as informações que recebeu da repórter, repreende a tentativa de Cobblepot em lhe dar um conselho. Sofia o “coloca em seu lugar”, dizendo que ele é “apenas um motorista” e que ninguém se importa com ele ou a sua opinião. Na cena seguinte, Sofia volta a “desmerecer” Oz perguntando o porquê dele estar dentro da casa durante a festa de aniversário de Carmine. São detalhes sutis, mas que nunca nos deixam esquecer que o Pinguim não tem amigos ali e os motivos pelo qual tenta vencer o tempo todo, jogando com todas as peças do tabuleiro do submundo de Gotham.

Carmine arma com a polícia para prender Sofia pelos assassinatos - dando a entender que o próprio Oz foi quem denunciou ela para o chefão. Já na delegacia, acompanhada pela advogada e Alberto (Michael Zegen), Sofia descobre que diversos Falcone assinaram documentos afirmando que ela sofre distúrbios mentais desde a morte da mãe. Sofia é traída não só pelo próprio pai, mas por todos que carregam o sobrenome que ela sempre defendeu e idealizou como líder no futuro.

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Dentro do Arkham - com corredores e outros cenários que nos lembram diretamente as cenas do Charada em Batman - Sofia passa a sofrer abusos físicos e psicológicos que são institucionalizados. Desde o momento em que chega, com o banho e os exames clínicos, até o início do seu encarceramento e o tratamento comandado pelo Dr. Ventris e o futuro terapeuta dela, Dr. Julian Rush (Theo Rossi), a personagem é desumanizada pela instituição, que deveria servir para a reabilitação dos presos. A violência está presente em todos os níveis e situações do local. Sofia apanha de uma detenta (Syd Skidmore) e depois é forçada a atacá-la pelas próprias autoridades. Sessões de eletrochoque são realizadas sem nenhum motivo aparente. Quando ela chega ao fundo do poço, depois de seis meses em que aguarda o julgamento, seu direito, garantido por lei, também é retirado, forçando-a a ficar 10 anos no local. Desumanizada e rotulada como um serial killer que nunca foi, Sofia se rende ao ódio e desconta toda sua raiva em Magpie (Marié Botha), uma detenta que sempre tentou se aproximar da herdeira dos Falcone.

Vale a curiosidade, Magpie é o nome de uma vilã dos quadrinhos do Batman. Uma ladra que já chegou a ser caçada pelo Cruzado Encapuzado e o Superman ao mesmo tempo. Ela também já fez parte de histórias da Batgirl e chegou a integrar o Esquadrão Suicida.

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De volta ao presente, encontramos Sofia na casa de Julian Rush, resgatada após ser abandonada por Oz. Ela retorna à mansão dos Falcone e encontra Luca (Scott Cohen), Johnny (Michael Kelly) e outros em um jantar. Sofia relembra que eles a traíram, abandonaram e ela está cansada da família. Sofia propõe um novo começo, dando a entender que iria para a Itália, como a família exigiu. Durante a madrugada, Sofia liga a tubulação de gás ao sistema de ventilção da casa, matando todos os Falcone, menos Johnny e Gia (Kenzie Grey). Ela o acorda de manhã e diz que eles precisam conversar.

“Cent’Anni” é um espetáculo para Cristin Milioti brilhar e a atriz aproveita cada momento. É um excelente trabalho de transformação e arco de personagem em menos de uma hora. A Sofia dos primeiros minutos vai sumindo e assumindo uma persona moldada pelo Arkham, Carmine e o patriarcado da família Falcone através de traições, abusos e da violência.

Ainda que sem muita presença do Pinguim, não há um sentimento de filler, já que a história adiciona elementos em sua jornada e cria um paralelo entre Sofia e o Oz, que será explorado ainda mais nos próximos episódios: o peso do valor da família e a busca por seu lugar nessa máquina de moer que é Gotham City e seu submundo.

Pinguim é exibido todo domingo, às 22h na HBO. Todos os episódios já lançados estão disponíveis na Max.

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