A última Trilogia de Planeta dos Macacos tem um grande mérito em não deixar que a ação sobreponha as temáticas e a história. O Reinado segue isso com primor, utilizando das sequências de aventura para contar algo a mais, seja sobre a diferença de Mae (Freya Allan) para os outros humanos, a forma como Proximus (Kevin Durand) trata seus iguais ou o grande diferencial do Clã das Águias: a escalada. O final do filme mistura quase todos esses elementos num ótimo clímax e que deixa pontas soltas para possíveis continuações.

Cuidado com Spoilers abaixo! Caso ainda não tenha visto Planeta dos Macacos: O Reinado e não queria estragar nenhuma surpresa, não prossiga ou leia alguns de nossos conteúdos sobre o filme e a Trilogia César:

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A traição no final de Planeta dos Macacos: O Reinado

Mesmo desconfiando de Mae, depois que ela esconde o seu passado, Noa (Owen Teague) decide ajudá-la a encontrar algo dentro do cofre na beira do mar, antes que Proximus consiga abrir. Antes de entrarem, eles decidem colocar uma bomba na barragem que os macacos de César estavam construindo para que a água inunde tudo. É nesse momento que Mae mata o personagem de William H. Macy, demonstrando para Noa e seus companheiros que ela está levando a missão acima de qualquer coisa.

Eles utilizam uma entrada no alto do desfiladeiro e encontram um bunker cheio de tanques e outras armas. Dentro do "cofre", enquanto Mae vai buscar o “livro” que ela dizia poder ajudar seu povo, Noa acha um espaço para crianças e vê ilustrações que mostram os macacos vivendo em jaulas e zoológicos para diversão dos humanos.

Mae retira um disco rígido de um dos computadores do bunker. Ela passa por um armário cheio de armas e o filme não deixa claro se ela pegou ou não alguma delas.

Noa manda que os símios do seu clã escalem o bunker para alcançar uma área segura e escapar da água pela outra entrada. Essa habilidade do clã, mostrada desde o início, os salva, fazendo com que todos os outros macacos se afoguem, inclusive o gorila braço direito de Proximus.

Quando chegam do lado de fora, os macacos são surpreendidos mais uma vez por Proximus. Ele e Noa têm uma luta brutal e o protagonista fica muito ferido.

Noa percebe a águia do pai sobrevoando o grupo. A presença do pássaro é frequente no filme. Ele então toma coragem de entoar a canção que o pai usava para comandar a ave. Noa é acompanhado por toda a tribo, se tornando de uma vez por todas uma figura de liderança que eles seguirão dali para frente. As águias atacam Proximus que é jogado do desfiladeiro e morre.

Noa e Mae frente a frente uma última vez?

Noa está de volta com o Clã da Águia ao local onde sempre viveram. Mae aparece e há um embate ideológico entre os dois, com Noa questionando as atitudes dela e até concordando com o que Proximus disse sobre não confiar em humanos. Esse arco se assemelha ao conflito entre César em Koba, e seu questionamento sobre a complacência do líder. Mae não deixa barato e volta a reafirmar que o planeta sempre foi dos humanos e que eles têm o direito de retomar o que lhes pretenceu.

O grande detalhe da cena é que Mae está segurando a arma que pegou no bunker. Ela a esconde de Noa e está pronta para utilizar, caso ele tente se vingar de sua traição.

Mae vai embora e cavalga até um outro uma base militar, onde entrega o disco rígido para uma outra humana, que veste roupas para se proteger de um possível vírus fora da instalação. Vemos que há outros humanos lá dentro. Com o HD, eles ativam as comunicações e volta a serem capazes de se comunicar com outros locais.

Para os humanos, uma esperança. Para os macacos, um sinal de que outra guerra, assim como a de gerações passadas, pode ocorrer. O futuro está incerto para Noa e Mae. Ambos encaram o céu. A única certeza é a de que homens e símios nunca poderão habitar juntos a Terra e ambos defenderão seu lado até o fim.

Planeta dos Macacos: O Reinado tem cena pós-créditos?

Não. Porém, durante os créditos é possível ouvir um som parecido com o de Raka (Peter Macon). Durante o filme, ele é levado por uma corredeira e nunca temos a certeza de que ele realmente morreu. Será que o veremos sendo o guia e mentor de Noa novamente?