Planeta dos Macacos: Resumo da trilogia César
Tudo o que acontece em A Origem, O Confronto e a Guerra em preparação para O Reinado
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A famosa cena da Estátua da Liberdade de O Planeta dos Macacos completou 56 anos em 2024. De lá para cá, o filme original, estrelado por Charlton Heston, ganhou mais quatro sequências e um remake em 2001, dirigido por Tim Burton.
Mas, desde o filme de 1968, a marca Planeta dos Macacos não era tão exaltada como aconteceu com a trilogia iniciada em 2011. Já no primeiro filme, estrelado por James Franco e trazendo, no papel de César, Andy Serkis, mais um vez atuando em captura de movimento depois de Gollum em Senhor dos Anéis, as críticas foram entusiasmadas.
Mesmo com problemas na produção, causados pela pressa da 20th Century Fox em lançá-lo, o segundo filme da trilogia, agora dirigido por Matt Reeves, explodiu tanto em crítica, quanto em público. A terceira parte veio como a cereja do bolo.
Agora, nos preparamos para uma nova jornada pela Terra dominada por símios em Planeta dos Macacos: O Reinado. Ao invés de um novo reboot, uma continuação, passada centenas de anos depois do último filme.
Mas como as coisas chegaram até esse ponto? Vamos resumir e explicar a jornada de César e seu grupo.
Planeta dos Macacos: A Origem – O Nascimento do Líder
O maior mérito de A Origem (e não são poucos) é mudar o ponto de vista da história dos humanos para César, o fantástico chimpanzé interpretado por captura de movimentos por Andy Serkis. Depois de um início de muitas explicações sobre a criação do ALZ-112, um retrovírus criado pelo personagem de James Franco para curar Alzheimer, o filme engrena quando César cresce.
César é um filhote nascido da chimpanzé “Olhos Brilhantes”, capturada grávida e utilizada em testes do ALZ-112. O nome dela é uma referência direta ao Planeta dos Macacos originais, utilizando o mesmo nome pelo qual Charlton Heston era chamado pelos macacos que o capturaram. O uso do ALZ-112 em Olhos Brilhantes passou para César ainda durante a gestação, modificando seu DNA e dando a ele uma inteligência mais avançada. Depois que o laboratório é fechado, Will (Franco) acaba levando o filhote para casa, criando-o junto com o pai, interpretado por John Lithgow, que sofre de Alzheimer.
Agora maior, César começa a olhar para o mundo fora da casa de Will e anseia descobrir o que há lá fora. Ele então acaba escapando e se fere quando vai parar na casa do vizinho. Will o leva até a veterinária interpretada por Freida Pinto e ela passa a fazer parte da vida da dupla, como um interesse amoroso do personagem de Franco.
Planeta dos Macacos: A Origem passa a ser uma história contada do ponto de vista de César, trocando a ótica do filme de 1968 que é mostrada pelos olhos do humano George Taylor. Vemos o protagonista questionando Will se ele é um pet da família, já que usa coleira igual aos cachorros. Ao defender Charles (Lithgow), César ataca o vizinho e é mandado para um centro de animais. Lá, o símio vai conhecer o pior lado dos humanos, algo que até então ele não havia experimentado: o ódio, o preconceito e soberba de se achar a raça mais evoluída.
O filme se torna um drama de prisão, no melhor estilo Alcatraz ou Um Sonho de Liberdade. Paralelamente, começam os testes com uma versão evoluída do medicamento para Alzheimer: o ALZ-113. Um dos cientistas é exposto ao vírus e começa a apresentar sintomas de uma doença.
A inteligência de César logo o coloca como líder dos macacos do abrigo, formando um grupo principal entre ele, Rocket (Terry Notary) e Maurice (Karin Konoval). Antes de conseguir escapar, César sai da prisão uma noite e rouba tubos com o ALZ-113 da casa de Will. Ele abre os tubos e espalha para todos os outros macacos da prisão e ajudando a torná-los superiores.
No dia seguinte, ele enfrenta Dodge (Tom Felton) e mostra sua maior evolução: a fala. Ele segura o bastão do guarda e grita “NÃO!” assustando até o seu aliado mais forte: um gorila. Logo depois, o líder mata o guarda. Essa é a primeira vez que César mata alguém para defender os outros macacos. Isso vai mudar o futuro dele e da série para sempre.
A última parte do filme mostra o grupo libertando os outros macacos dos laboratórios da Gen-Sys e Koba, um símio que sofreu por muitos anos na mão dos humanos, tendo diversas cicatrizes e o rosto deformado por isso, se junta a eles. A partir daí, uma grande cena de ação na ponte Golden Gate, em São Francisco, coloca homens e macacos um contra o outro. Os símios vencem e escapam para a floresta. No último encontro entre César e Will, o personagem de James Franco pede para o amigo voltar para casa. César se aproxima dele e diz no seu ouvido: César está em casa.
O filme termina com uma cena mostrando que o vírus ALZ-113 foi passado do cientista do laboratório para o vizinho de Will, um piloto de aviões comerciais. Os créditos do filme mostram o vírus se espalhando por todo o mundo.
Ah, vale ressaltar o easter egg colocado no meio do filme, com uma missão espacial que se perde indo para marte. É bom ficar ligado nisso para um possível futuro da franquia.
A cena de abertura de O Confronto parece um resumo dos últimos anos do planeta terra da nossa realidade. Pandemia e guerras marcam os 10 anos que separam o filme anterior deste, dirigido por Matt Reeves. Nessa década que separa as duas histórias, a humanidade viu milhões morrerem por causa do vírus ALZ-113 e os conflitos se intensificaram junto com o pavor da doença.
É nesse cenário que encontramos César e a comunidade de macacos. Eles vivem na floresta para a qual fugiram no filme anterior. Não há sinal de humanos há vários anos. Mas as coisas mudam com a chegada de um grupo, liderado por Malcolm (Jason Clarke), que procura por uma represa que pode gerar o pouco de energia para os humanos (imunes ao vírus). O problema: a represa fica dentro do espaço controlado pelos macacos.
César os expulsa dali e manda que nunca mais voltem. Koba (Toby Kebbell) a princípio não concorda com a benevolência dele e diz que eles devem tomar uma atitude. O líder então leva todos os macacos até a porta da cidadela que os humanos, liderados por Dreyfus (Gary Oldman), montaram. Para surpresa de todos ali, César faz um discurso, falando a mesma língua dos homens. Ele diz que não quer guerra, mas manda que fiquem longe do seu lar.
Malcolm decide voltar até a floresta e Dreyfus diz que ele tem três dias para completar a missão da represa, senão, ele vai utilizar as armas que tem para atacar a comunidade dos macacos.
Já na floresta, Malcolm explica toda a situação e o comandante dos macacos decide com o coração e deixa que os humanos trabalhem na represa. Koba confronta César de novo e, mais uma vez, acaba aceitando a decisão do líder, mas dessa vez vai até a cidade e vê os humanos juntando armas e se preparando para o conflito.
Humanos e macacos passam a trabalhar juntos na represa. César manda que eles saiam dali quando acha uma arma, mas acaba voltando atrás quando a atual esposa de Malcolm, Ellie (Keri Russell) ajuda Cornelia (Judy Greer), a esposa de César, com remédios. Koba aparece e diz que o líder ama mais os humanos do que os macacos e os dois brigam fisicamente. Os traumas dele nunca deixarão que Koba aceite humanos e macacos juntos. Ele então retorna para a cidade, rouba um fuzil e mata humanos pela primeira vez.
Traição e o ato de guerra de Koba
Com a represa funcionando e Cornelia saudável, um tiro é disparado do meio da mata e acerta César no peito. Ele é o único a ver a face do atirador: Koba. César cai no desfiladeiro e o vilarejo começa a pegar fogo. Koba aparece com a arma, acusa os humanos pelo atentado contra o líder e convoca seus pares para a guerra.
Planeta dos Macacos: O Confronto entra então em um de seus momentos mais impressionantes: o ataque dos macacos. Macacos com armas e cavalos enfrentam um tanque e Koba consegue tomar o veículo, que se choca contra a entrada da cidadela e permite que os macacos vençam aquela batalha.
Olhos Azuis (Nick Thurston), filho de César, está ao lado de Koba no conflito armado, mas percebe a tirania dele quando pede para Ash (Larramie Shaw) matar um humano a sangue frio. Ele se nega e Koba assassina um dos seus próprios em uma demonstração de poder. Ele diz que César está morto e agora será do jeito dele. Koba então quebra o maior dos mandamentos dos símios: macaco não mata macaco.
Malcolm e o grupo encontram César caído na floresta e levam o macaco até a cidade para que possam operar o ferimento. César encontra o filho e conta que foi Koba quem tentou matá-lo. Olhos Azuis consegue libertar Maurice, Rocket e outros macacos. Com a ajuda de Malcolm, eles conseguem se infiltrar na torre onde Koba está e César enfrenta seu antigo general.
A luta de César e Koba é interrompida por uma explosão e enquanto o líder dos macacos tenta ajudar os outros feridos, Koba o ataca novamente. Ele acaba pendurado no vão do precipício da torre e César agarra a mão do antigo aliado. “Macaco não mata macaco”, diz Koba para César. Ele responde: “Koba não é macaco”. César solta a mão do ex-companheiro e quebra seu maior lema, colocando o bem da maioria dos símios acima de qualquer um deles.
O conflito entre César e Koba reflete um dos mais antigos da humanidade: quem é mais forte, a diplomacia ou a violência?
Agora, isso não importa mais. Durante o ataque dos macacos, os humanos conseguiram fazer contato com outra base e um exército está vindo para ajudá-los. Ao futuro dos macacos, apenas uma guerra é possível e César sabe disso. Ele manda Malcolm ir embora. A amizade de César e humanos fica para trás. A partir de agora, a missão dele é proteger e guiar aquela comunidade. Com o raiar do sol iluminando o caminho dele, todos se ajoelham para dar passagem ao salvador.
Dois anos se passaram desde a história de O Confronto. Já na primeira cena de A Guerra, vemos o exército atacando alguns macacos na floresta. O terceiro filme, também dirigido por Matt Reeves, já começa com uma revelação chocante: macacos dissidentes, que apoiavam Koba, estão lutando ao lado dos humanos. Eles não sabem do paradeiro de César há muito tempo.
Os soldados e macacos feitos prisioneiros são levados até César, mas um dos símios traidores, chamados pelos humanos de Jumento, consegue fugir. César liberta os soldados como uma mensagem de paz.
Os macacos agora vivem em um novo vilarejo, escondido atrás de cataratas. Rocket e Olhos Azuis retornam de uma viagem para tentar encontrar um lugar seguro para os macacos. Eles voltam com uma bolsa cheia da areia de um deserto, referência ao filme original de 1968, com sua região árida, e uma alusão bíblica ao Êxodo, quando Moisés liderou seu povo saindo do Egito para a Terra Prometida.
O vilarejo é atacado na calada da noite. César encontra a esposa Cornélia e Olhos Azuis mortos. Apenas Cornelius, seu filhote mais novo sobrevive. César e o Coronel (Woody Harrelson), líder do exército ficam cara a cara, mas o macaco não consegue vingar sua família e acaba caindo da cachoeira.
César manda Rocket, Maurice e Luca, um gorila, levarem os macacos até o local seguro no deserto. O líder não vai com eles. Ele quer vingança, mas os três companheiros dizem que não deixarão César ir sozinho e o grupo se separa dos outros.
A Sombra de Koba
No caminho, César mata um soldado e Maurice econtra uma menina, que não fala. Vale observar um detalhe: quando eles a encontram, ela está com o nariz sangrando, mesmo primeiro sintoma do ALZ-113. Durante o filme, ela ganha o nome de Nova, o mesmo da personagem que acompanha Charlton Heston no filme de 1968, que também não falava.
Os quatro seguem viagem com a jovem e encontram um acampamento de soldados. Lá, eles dão de cara com Winter (Aleks Paunovic), um gorila albino, que sumiu durante o ataque do Coronel. Winter conta para o grupo que ele os traiu. Para não deixar que ele chame a atenção dos soldados, César estrangula Winter e acaba matando o traidor.
A vingança e o ressentimento fazem César ter visões com Koba, que o acusa de ser igual a ele: vingativo e sangue frio. O antigo aliado passa a ser uma sombra para o protagonista, um fantasma do passado que o atormenta na missão. Essa jornada de vingança e ódio coloca Planeta dos Macacos: A Guerra no caminho dos western misturando ainda elementos como fronteiras, cavalaria, pistoleiros e fortes.
No caminho até encontrar a fortaleza onde o coronel vive, o grupo conhece Bad Ape (Steve Zahn), um macaco que fala e age como humano e sabe onde encontrar o vilão. Eles descobrem que toda a comunidade de César foi capturada no caminho para o deserto e são mantidos reféns na fortaleza, trabalhando como escravos para construir uma muralha. Mais um elemento de faroeste.
O grupo é atacado, Luca morre e César fica preso no forte do Coronel. Os dois têm um embate e o militar conta para César que o vírus que parecia erradicado, apresentou uma mutação que está fazendo os humanos involuírem, perdendo, logo nos primeiros sintomas, a fala. O Coronel confirma que ele está eliminando todos os infectados, inclusive, o próprio filho.
Macacos juntos fortes
César passa a trabalhar junto com os macacos e chega a receber chibatadas por defender que os macacos sejam bem tratados. Novamente, uma referência bíblica aos escravos do Egito, libertados por Moisés.
Rocket, Maurice, Bad Ape e Nova armam um plano para libertar os símios, utilizando túneis por baixo da base militar. Durante a noite, a menina invade a fortaleza para levar comida e água para César. Quando o coronel se aproxima, ela foge, deixando para trás a bonequinha que carregava. O personagem de Woody Harrelson encontra a boneca de pano e manda que os soldados vasculhem o resto da fortaleza.
No dia seguinte, a base começa a ser atacada por um outro exército enquanto os macacos fogem. Os soldados começam o conflito, mas o líder deles nunca aparece para a guerra.
César vai atrás dele e o encontra deitado na cama. Quando o Coronel se vira, seu nariz está sangrando e ele não consegue falar. Ele foi infectado pelo vírus de Nova, a partir da boneca de pano. César aponta uma arma para ele, mas não o mata, entregando o revólver para o inimigo, que tira a própria vida.
César tenta fugir da base, mas antes, ele leva uma flechada. Ele ignora o ferimento e consegue sair dali, mas não antes de todos os soldados serem varridos por uma avalanche ocasionada pelas explosões. Do alto de uma árvore, César vê seu povo salvo e os guia até o local sagrado no deserto.
Liberdade, Terra Prometida e o Futuro
Enfim, César encontra a paz. Salva seu povo e os deixa em um local seguro. Um oásis no meio do deserto. Sentado, embaixo de uma árvore, o ferimento cobra um preço alto. A lágrima que escorre de seu olho, faz uma referência direta ao filme A Batalha do Planeta dos Macacos. Maurice consola o amigo e diz que vai contar sua história e espalhar seus ensinamentos, para que ninguém esqueça, assim como os apóstolos depois da morte de Jesus.
O último frame de Planeta dos Macacos: A Guerra é o céu. O paraíso na Bíblia, mas também o local onde, no filme original de 1968, desce o humano que vai enfrentar essa sociedade símia. Se o easter egg de A Origem será usado em Planeta dos Macacos: O Reinado ou nas futuras produções, saberemos em breve.
Mas com certeza essa imagem de messias e salvador de César ainda deve perdurar.