Prestes a completar 100 anos, Disney mostra na D23 estar de olho no mundo digital e no real

Prestes a completar 100 anos, Disney mostra na D23 estar de olho no mundo digital e no real

Gigante do entretenimento encara os desafios do streaming e do cinema ao mesmo tempo

Thiago Romariz
9 de setembro de 2022 - 6 min leitura
Notícias

Se antes da pandemia era complicado uma empresa fazer o próprio evento, depois dela, com a crise econômica e todo o cenário de incerteza pairando pelo mundo, tudo ficou mais complexo. No entanto, se há uma empresa que pode se arriscar, essa é a Disney. E neste final de semana, a companhia presidida por Bob Chapek retornou ao Centro de Convenções de Anaheim para realizar a D23, evento bienal com novidades dos filmes, parques, séries e produtos dos próximos anos, e além de tudo comprova como é uma das poucas, se não a única, a levantar uma convenção que deixa várias comic-cons e eventos ao redor do mundo com inveja.


Hoje, mesmo com a complexidade da economia e do comportamento do público, ainda em dúvida sobre experiências online e offline, a Disney mostra que tem caminhos para ambas as opções e fez questão de detalhar tudo nos primeiros dias de D23. O mundo online é abraçado pelo punhado de séries e filmes que habitam os streamings, que se tornaram uma força muito mais diversa do que os programas infantis e juvenis que a marca se consagrou. A união com Fox e ESPN fez o cardápio aumentar num nível que mistura terror, suspense, novelas, documentários e até transmissões ao vivo de eventos esportivos.


O Disney+, carro-chefe desta vertente, segue como destaque e não parece economizar um centavo nas apostas em produções de grandes marcas como Marvel e Star Wars - o Centro de Anaheim está tomado pelas franquias e, especificamente, pelas séries e filmes que chegam ao serviço nos próximos 12 meses. Numa situação normal, o investimento seria corriqueiro, mas com a crise da Netflix e constante dúvida em volta do real valor de streaming, surpreende a confiança da Disney em não tirar o pé do acelerador, enquanto rivais como Warner declaram que não enxergam o online como o futuro, e sim o cinema. E está aí um problema para a concorrência: a Disney não esqueceu o cinema, nem um pouco.


Ainda que não tenhamos, neste primeiro dia, os detalhes dos anúncios que virão, o chão da D23 mostra que Marvel e Lucasfilm não desaceleraram nada durante e após a pandemia. O novo Indiana Jones mostrou seus novos figurinos, a Marvel preparou um gigantesco estande para os novos Vingadores, Pixar apresentou mais de um novo filme e, por fim, Avatar promete roubar o show até o fim do evento. Isso sem esquecer das duvidosas mas grandes apostas nos filmes com atores baseados em animações clássicas. A Pequena Sereia, Hércules, A Branca de Neve e muitos outros devem ter novidades compartilhadas por aqui e já garantem os próximos 4 ou 5 anos da empresa nas bilheterias.


E por falar em bilheteria, os guichês dos parques parecem ser o foco da Disney para mundo offline, digamos. Ainda que os produtos das franquias estejam espalhados pela feira, nada é maior do que, neste segmento, o esforço da empresa em mostrar como a expansão das suas experiências pelo mundo inteiro. Andar pela D23 é criar a consciência de que a Disney, de certa forma, está no mundo inteiro e domina boa parte do território de turismo de grandes países como China, EUA, Hong Kong, França e Japão - não a toa a empresa detém a segunda maior frota de hotéis do mundo. Os novos parques, inspirados em Moana, Vingadores, A Princesa e o Sapo e Frozen, foram exibidos em detalhes e maquetes na D23, e roubam o ar dos pulmões de qualquer um que já viu os filmes.


A união destes dois grandes mundos, o online e offline, trazem um desafio gigante para a Disney, não há dúvidas. Ela tem os elementos para supera-lo, mas é complicado dizer exatamente o que vem ali na frente para entender quais estratégias precisam ser usadas. Por hora, tal qual fez durante 99 anos, a empresa de Walt Disney aposta nas histórias de seus clássicos e na habilidade encantar pelas experiências que vão além da tela. Andar pela D23 é absorver essa aposta da maneira mais positiva possível, mas é também complicado não imaginar como será difícil manter a qualidade em tantas franquias e, ao mesmo tempo, criar novas.


A companhia não está, de forma alguma, livre dos problemas e irregularidades do mercado atual, mas talvez nenhuma das concorrentes, seja no segmento que for, tenha antecipado tanto as estratégias para os cenários pós-pandemia. A tirar pela D23, dá pra dizer que no aspecto offline, em termos de eventos, eles voltaram em alto nível, talvez melhor que antes. Resta saber como será essa união de vertentes se desdobrará, quais apostas vão vingar, quais ficarão para trás, e principalmente, como ela moldará os primeiros anos do centenário. Nos próximos dias, teremos as primeiras pistas, mas por hora fica a certeza que o conceito de conectar as pessoas pelas histórias, independente da mídia e canais, continua viva como nunca dentro da Disney.

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