Saturday Night escapa do “filme para americano” com condução frenética e elenco afiado

Saturday Night escapa do “filme para americano” com condução frenética e elenco afiado

Novo filme de Jason Reitman conta com grandes nomes para mostrar as horas que precederam a estreia do SNL

Alexandre Almeida
14 de setembro de 2024 - 4 min leitura
Notícias

São mais de 350 Emmys na conta do Saturday Night Live desde sua estreia em 1975. Por lá, já passaram mais de 160 comediantes, em 49 temporadas e quase 1000 episódios. Jason Reitman, diretor de Obrigado por Fumar, Juno e Ghostbusters: Mais Além, decidiu contar a história dos 90 minutos que precederam o primeiro episódio do SNL em Saturday Night, filme que conquistou o público nas exibições do Festival de Toronto.

O filme é contado do ponto de vista de Lorne Michaels (Gabriel LaBelle), criador do programa, e sua jornada caótica ao longo dessa uma hora e meia antes do lançamento de um show, em um formato que nunca havia sido feito: diversas esquetes ao vivo e apresentações musicais, com plateia e sendo exibido em um horário onde, parte das pessoas não está em casa - é sábado à noite!! - e a outra, não está acostumada a ver um programa de TV de comédia naquela parte do dia.

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Uma das maiores dificuldades desse tipo de história, que necessitaria de um conhecimento prévio sobre o SNL ou seus participantes, é fazer com que o público geral se engaje. Filmes como Babilônia, de Damien Chazelle, ou Apresentando os Ricardos, de Aaron Sorkin, são alguns recentes que sofrem com isso. A solução da trama contada por Reitman é utilizar a “wikipedia” sobre o programa como informações que vão circulando esse caos que toma conta dos corredores da NBC. Nomes e situações são faladas no meio de diálogos onde essas informações não são as principais, mas complementam o todo. É o caso do relacionamento de Michaels e Rosie Shuster (Rachel Sennott), por exemplo. Ou situações envolvendo Chevy Chase (o ótimo Cory Michael Smith) ou Garrett Morris (Lamorne Morris).

O grande interesse de Jason Reitman, e também o maior acerto do filme, é focar no resultado final desse caos. É mostrar a jornada para fazer esse produto funcionar. Dessa forma, o diretor passeia com a câmera pelos corredores, estúdio e salas de bastidores com um domínio impressionante, misturando cortes e movimentos rápidos de câmera, com planos-sequências e uma ótima coreografia dos atores. Aliado a isso, Jon Batiste, que também está no filme como Billy Preston, criou uma trilha sonora que mistura Jazz com Samba e funciona como combustível importantíssimo para a ação da história. Em alguns momentos, com essa criação de tensão, caos e a “tragédia” se aproximando, é impossível não pensar em Whiplash.


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Saturday Night pode até funcionar como um “Onde Está Wally?” e a caça por referências e personalidades conhecidas, como Andy Kaufman, Jim Henson, George Carlin, entre muitos outros, é bacana. Até porque, não há como negar que o trabalho de caracterização é impressionante. Mas a alma do filme está na história clássica de superação de obstáculos, que, por mais que soe ingênua às vezes - principalmente quando temos que torcer e vibrar por um milionário, dono de canal de TV, aprovar algo - ainda assim, o talento dos atores, e principalmente de LaBelle, nunca nos deixa desacreditar nessa história que já sabemos o final.

Engraçado e caótico, Saturday Night reflete o temperamento de alguns dos melhores comediantes que já passaram pelo SNL. E você nem precisa ser especialista no programa para entender isso ao final.



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