Stranger Things 4 é longo, demorado, mas ainda é uma das melhores séries da Netflix - Crítica do Chippu

Stranger Things 4 é longo, demorado, mas ainda é uma das melhores séries da Netflix - Crítica do Chippu

Primeira parte da nova temporada estreia no dia 27 de maio

Thiago Romariz
23 de maio de 2022 - 5 min leitura
Notícias


Uma discussão recente no entretenimento é a duração dos filmes e séries. Cada vez mais, episódios tem mais de uma hora, filmes passam dos 150 minutos e por aí vai. Nos anos 1980 ou 1990 não era comum tanta minutagem, principalmente em gêneros ditos “populares” como terror ou suspense. A Hora do Pesadelo e Sexta-feira 13 não passam de 1h30, o mesmo serve para Hellraiser que não chega a 1h40.


Estes e muitos outros exemplos se pautavam em uma apresentação de mitologia rápida, personagens que eram peões na história comandada por uma ameaça e também ilustrada pelos temas constantes da época. Com o passar dos anos, as milhares de sequências chegaram e a essência se perdeu, mas alguns ainda conseguiram expandir mitologia e trazer boas releituras e momentos, afinal, para os amantes do gênero dificilmente há como se relevar integralmente tais continuações, pois elas fazem parte do universo construído.


Pulando para os anos 2010, no contexto nostalgia e streaming, podemos aplicar quase todo esse cenário para a primeira parte da quarta temporada de Stranger Things, série da Netflix. No início, a rápida apresentação da mitologia e do carismático elenco carregou o programa com louvor. A mistura quase perfeita entre os jovens estudantes de uma pequena cidade envolvidos com um mistério de ficção-científica foi construída sob medida pelos Irmãos Duffer, e ainda surfou o melhor momento da história da Netflix, quando a mesa de bar era tomada pelas discussões de maratonas no serviço de streaming.


Hoje, seis anos depois da estreia, a fórmula da amizade se mostra desgastada, há pouco o que se aproveitar na evolução dos personagens, mas a mitologia segue crescendo, mesmo que com justificativas tão esfarrapadas quanto das inúmeras sequências de Jason e Freddy Krueger. No entanto, tal qual o gênero que se inspirou, Stranger Things 4 não deixa de ser divertido, um entretenimento condizente com a proposta oferecida, e mesmo que seja desnecessariamente longo (todos os episódios tem mais de 1:10 e o último 1:30), a jornada dos jovens de Hawkins ainda é das coisas mais divertidas do streaming contemporâneo.


Os primeiros sete episódios desta temporada tomam todo o tempo e dinheiro disponível da Netflix para montar um cenário que supera em grandeza o que foi mostrado nos anos anteriores. A boa notícia, de início, é que os criadores decidiram não só trazer novos monstros e mais histórias, como adicionar elementos que deixem a série mais afeita ao horror do que a fantasia pura e simples, ou mesmo um suspense infantil. Mesmo com o tom aventuresco, é fato que Stranger Things amadureceu em termos técnicos, principalmente visuais. A fotografia é menos estereotipada nos anos 1980, a trilha sonora trabalha com os personagens e não só com a situação, e até os planos de ação são mais elaborados e condizentes com a narrativa inteira do que somente com a tensão do clímax.


Enquanto evolui neste aspecto, o roteiro dos Irmãos Duffer pouco consegue fazer pelos personagens em tela. Aparentemente reféns da obrigatória montagem de um contexto para qualquer mudança, os escritores demoram às vezes três episódios para apresentar uma questão de trauma simples, como a de Maxine, e espalham a resolução de bullying de Eleven pelo mesmo período. Ao passo que se demora nos traumas e dilemas, a série acerta em cheio no suspense e montagem da mitologia do novo vilão, o monstro Vecna. O mistério que envolve o bicho é tão ridículo quanto a ressurreição de Jason, mas funciona dentro do contexto de simplicidade da série - e o mesmo serve para o arco de Eleven, que não funciona em nada no drama, mas convence como heroína.


Não tem como dizer que Stranger Things 4 não é divertido e cheio do carisma magnético dos agora adolescentes na tela. Especialmente o núcleo de Max e Vecna, o episódio quatro mais especificamente, estão entre os melhores momentos de toda a série. A ânsia por contextualizar demais cada núcleo e alongar cada personagem dentro do cenário de guerra aqui dá a impressão de termos pouca manteiga para muito pão. E mesmo que no fim das contas a apoteose de uma batalha fantástica entregue o clímax merecido, é inegável a sensação de estar vendo uma sequência clássica dos terrores dos anos 1980 - eu sei que não é a melhor fase da franquia, mas eu não consigo deixar de ver.

3/5

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