The Boys: Ovelhas voadoras e Comic-Con dão tempero em episódio que não justifica sua duração

Quinto capítulo tem a maior conexão com Gen V até aqui e conclui história de Hughie e o pai de forma emocionante

Alexandre Almeida

27 de junho de 2024 - 8 min leitura

Notícias

[Aviso de Spoilers: Caso ainda não tenha visto o episódio e não queria estragar as surpresas, pare aqui]

Muito se fala sobre a duração dos episódios de The Boys. Será que a história pede realmente que todo capítulo tenha uma hora? O quinto episódio comprova que não. A sensação ao final é de que passamos uma hora andando em círculos e pouco foi acrescentado na história, principalmente se pensarmos que faltam apenas três episódios para acabar a penúltima temporada da série.

Um dos grandes destaques do episódio está no humor e na paródia ao universo de super-heróis do mundo real, principalmente na Marvel. Os anúncios de filmes e universos integrados na V52 Expo, uma espécie de D23 da Vought, são hilários. A imagem da timeline do VCU, o Vought Cinematic Universe, é gigante e tem diversas produções religiosas com Estopim, além de produções com Tek Knight, Profundo, Trem-Bala e os G-Men, espécie de X-Men da Universidade Godolkin.

Laboratório do Vírus

A maior ligação das histórias de The Boys e Gen V acontece com o grupo liderado por Bruto (Karl Urban) e Leitinho (Laz Alonso) em busca do vírus que pode matar os Supes, mas que acabou nas mãos de Victoria Neuman (Claudia Doumit) no final do derivado. Para conseguir descobrir onde a vice-presidente poderia esconder esse segredo, o grupo traz de volta ninguém mais, ninguém menos do que Stan Edgar (Giancarlo Esposito), pai de Victoria e ex-manda chuva da Vought.

Depois de aceitar os termos de liberdade em troca do vírus, Edgar leva o grupo até uma casa no interior e eles encontram um laboratório na casa. Tudo está vazio, há muito sangue espalhado pelo local, mas nada do vírus. O local faz testes com o Composto V temporário em animais. O grupo é surpreendido por Victoria e seus seguranças, que procuram Sameer (Omid Abtahi), o responsável pelo laboratório.

No caminho pela fazenda, para procurar Sameer, o grupo acaba se deparando com animais infectados pelo V, com galinhas à prova de bala e ovelhas voadoras-assassinas, que matam vários seguranças de Victoria e os isolam em um celeiro. Lá eles encontram Sameer, que está escondido. É revelado que ele e Victoria são parceiros amorosos e ele é pai da filha dela, Zoe. Ele só tem uma seringa com o vírus e o grupo é obrigado a usar para que as ovelhas, em um último ataque, morram.

No ataque o grupo consegue sumir, mas Victoria fica sabendo que Sameer não conseguiu escapar. Edgar volta para a prisão, já que o acordo previa que ele só ficaria solto se entregasse o vírus. Entretanto, o carro dele é abordado no meio do caminho e os agentes têm suas cabeças explodidas.

Ao fim do episódio, descobrimos que Bruto capturou Sameer. Ele mostra para Kessler que arrancou uma das pernas do cientista e o mantém preso para que ele crie mais do vírus, sem que Victoria saiba.

Saem Heróis e entram Deuses

Após o encontro da V52 Expo, os super-heróis se reúnem na Vought, incluindo aí Cate (Maddie Phillips) e Sam (Asa Germann), de Gen V. Capitão Pátria (Anthony Starr) manda os heróis deixarem de ser celebridades sob a luz da fama da Vought. “Vocês serão deuses irados”, ele diz, convocando que todos cumpram a missão para limpar o país e mostrar que os humanos comuns devem obedecer e temer os super-heróis. Mais fascista, impossível.

A primeira medida deles é destruir aquele que está vazando as informações da Vought para o grupo de Bruto. Ashley (Colbi Minifie), então, aponta que o traíra é Cameron Coleman (Matthew Edison), o apresentador da TV da Vought e seu submisso sexual. Os heróis se voltam contra Coleman e o assassinam, de forma brutal, ali mesmo.

Trem-Bala (Jessie T. Usher), o verdadeiro informante, revela para Ashley que ele é o traidor e diz que agora ela também faz parte do plano. Se contar algo, ela também sofrerá nas mãos dos Supes.

Super Hughie Sr.

O final do quarto episódio mostrou que Daphne (Rosemarie DeWitt), mãe de Hughie (Jack Quaid), aplicou o Composto V no pai dele e logo depois disso, o personagem de Simon Pegg acorda do coma causado pelo derrame que teve. Tudo lindo e funcionando perfeitamente bem, até que Hughie Sr. esquece uma coisinha. Daqui a pouco ele levanta da cama e some. Não reconhece Hughie e fala dele como se ainda fosse criança. Bruto tinha avisado no último capítulo, o Composto V não vai ajudar.

O que vemos depois é uma espécie de pesadelo. O pai de Hughie sofre como se tivesse Alzheimer, mas com a força e poderes especiais do Composto V. Ele consegue atravessar qualquer tipo de matéria, seja uma parede ou corpos humanos. Em um desses momentos, ele acaba se materializando no meio do corpo de um paciente e o mata, jogando sangue e órgãos pelo chão.

Ele não reconhece o filho e vê a ex-mulher, como a pessoa que abandonou a família. Ele se torna agressivo e uma caçada acontece pelo hospital. É uma aplicação interessante da discussão sobre o Composto V e sua aplicabilidade. É perturbador e triste ver o pai de Hughie naquela situação. Para o mocinho da série, só existe uma solução. O jovem e a mãe precisam terminar a eutanásia que não tiveram coragem no capítulo anterior e deixar que seja cumprido o destino do pai. A cena final da família é tocante e Simon Pegg consegue emocionar com seu discurso sobre estar em Paris, conhecendo os locais de O Código DaVinci.

No fim, The Boys consegue mostrar que também tem coração.

Ah, sim. Francês se entrega para a polícia, afirmando ter cometido diversos assassinatos. Esse drama entre ele e Kimiko parece que nunca vai chegar em lugar nenhum. Na verdade, parece que está sempre parado no mesmo lugar. E essa é a mesma sensação com todo o plot desse episódio 5.